Eu adoro minisséries. Sério. Adoro. Adoro. Adoro. Não todas, claro. Elas devem ter algo que prenda a minha atenção. Se não, viram desculpas pra usar o computador (algo do tipo, “vou desligar assim que acabar a minissérie”). Uma, de tanto falar, acabei comprando: Hilda Furacão. Na minha opinião:
– foi uma das minisséries mais lindas e bem escritas da Globo
– sem contar que o livro é muito bom – e eu só o li depois da minissérie (fiquei curiosa para descobrir o livro que a inspirou e ainda não o tenho)
– a gravação foi em Tiradentes e, pouco depois, quando estive lá para um trabalho de fotografia com a turma da faculdade, a gente não falava em outra coisa… (fonte de Alice, Alicinha, Alição; cruz onde a Hilda seduziu o padre Malthus, a Igreja de Santana dos Ferros bla bla bla)
– ah, claro, foi nesta minissérie que eu comecei a gostar do Rodrigo Santoro XD (e ele mesmo considera essa minissérie um aprendizado porque teve a chance de trabalhar com o Paulo Autran).
Outra que está na minha lista é Capitu, exibida no fim do ano passado. Eu desisti de fazer Letras porque tenho uma total e absoluta incompatibilidade com os textos do Machado de Assis. Não sei se foi aquela coisa de ter que ler os livros, que parecem tão chatos. Sério. Tenho uma lembrança irada perguntando à professora se o Brás Cubas morreu porque não foi descansar em paz ao invés de escrever um livro tão sonolento. E a professora me olhou como se eu tivesse acabado de atirar ácido em algo sagrado. Nesta antipatia minha com os livros do Bruxo do Cosme Velho só escapou um livro: Dom Casmurro. Lógico, uma história sobre ciúme, paixão e insegurança? Tô dentro! *risos* Quase me envolvi em outra discussão, numa aula para vestibulandos na véspera da prova, quando a professora esbravejou que Bentinho era uma criatura obcecada, neurótica, fraca e insegura com Capitu, que se tornou uma vítima do ciúme desmedido do marido! E eu lá, com aquela cara de “O QUÊ!” E eis a polêmica sem resposta: Capitu traiu ou não Bentinho? Tanto que esta foi um dos temas da redação no ano que fiz vestibular. Escrever uma carta, como se fosse Capitu, para Bentinho mostrando o lado dela. Eu, hein? Nem pensar! E se eu escrevesse que Capitu traiu e a banca que fosse corrigir achasse o contrário? Nem pensar! Escolhi uma boa e velha narrativa sobre fale quem é você (personagem fictício) para alguém – aí escrevi uma carta como se fosse uma garota adotada que conta a própria história para o bebê que nascerá… *melodrama total, mas funcionou. Tirei uma nota muito boa XD* E eu gosto das minisséries do Luiz Fernando Carvalho. Elas tem aquele algo de “isso não é real. Que pena!” Confesso que não entendi A Pedra do Reino, mas porque infelizmente não consegui assisti-la com a atenção que ela merecia (tenho que achar o DVD). Mas vi Capitu – gravei a minissérie (pena que com todos aqueles intervalos chatos). O texto perdeu aquele ar de teia-de-aranha que qualquer estudante lhe atribui ao ser obrigado a ler para fazer aquelas provas que sempre perguntam: protagonista, argumento, clímax. Virou poesia em prosa e imagem (aqueles cenários desenhados no chão ou então projetados fizeram minha mente dar delirantes pulos de alegria) e tudo fica melhor ouvindo Elephant Gun.
Depois disso, chegamos à Som & Fúria. Acho que já comentei em algum lugar que não gosto de Romeu e Julieta, mas amo Muito Barulho por Nada. Queria ler Noite de Reis (acho que é esse mesmo – é o que tem a protagonista chamada Viola? A pesquisar). E o que me ganhou em Som & Fúria foi o texto: fazia tempo que não via na TV aberta diálogos tão rápidos, legais, engraçados e estimulantes – e não foi propaganda enganosa do primeiro capítulo. Porque eu vi os capítulos seguintes e os diálogos inteligentes e as cenas muito boas continuavam – fica até difícil citar uma, vou pela memória traiçoeira (porque estou gravando, mas ainda não tive tempo de fazer a maratona para rever – e perdi um trecho do capítulo do dia 14, chuif…)
1. O fantasma e o diretor: gente, gente, gente, Deus que me livre de uma assombração como aquela, mas, no início, a lavação de roupa suja entre Dante (o diretor) e Oliveira (o fantasma) eles é hilária. Perdi a conta de quantas vezes fiquei rindo com o diretor se esquecendo de que apenas Dante vê o fantasma e o manda calar a boca (ou coisa pior) na frente de outras pessoas que pensam que ele é realmente doido.
2. O Hamlet que não sabia atuar: Pelo menos, vocês já devem ter lido que Hamlet está no panteão dos papéis – e não for o principal – reservado aos “grandes atores”. Por conta do que exige na sua composição, apenas atores de verdade conseguem fazê-lo e sobreviver às críticas. Aí a minissérie tem Jaques, um galã de novela das 7 (com fama de que só conseguia fazer papel de surfista) no papel do Príncipe da Dinamarca. A cena em que Daniel de Oliveira interpreta toda a falta de talento do personagem é muito engraçada, pelo menos, a criatura aqui achou: porque ele é um excelente ator e eu fiquei imaginando onde que ele foi buscar alguém que não soubesse atuar dentro dele.
3. Subir no telhado: Na primeira semana e meia, personagens tinham o hábito de pensar nos problemas e buscar soluções para a vida sentados no telhado do prédio. Quem quisesse achar algum fugitivo, bastava subir no telhado. E tome diálogos legais de novo.
4. Os “vilões” Ricardo e Graça – Regina Casé rouba a cena até quando não quer fazer rir. Ela é má. Mas a forma como ela manipula o pateta Dan Stubach é impagável (a cena dos tapas na cara, que o Fantástico antecipou foi muito boa – eles tinham ensaiado apenas um tapa, na hora do gravando, ela não parou de bater nele, que ficou cada vez mais chocado e pasmado… o que foi perfeito para a cena)
5. O porta-jujuba de Dante: sem comentários. (Óbvio que uma jujubamaníaca como eu perceberia a ironia da coisa…)
Eu sei que tem muitas outras e que provavelmente muitos nem acharam engraçadas estas que citei. Mas gostei mesmo de Som & Fúria e espero que lancem em DVD até o Natal para eu poder colocar na minha lista de presentes. Afinal de contas, como todas as coisas boas da vida, a minissérie termina na sexta-feira e, concordo com Zeca Camargo: é bom colocar o pônei em cima do telhado para esnobar citando Shakespeare sem entender: “A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria que não significa nada”. Hey!
Bacci
Beta
ps.: Se você quiser ler livros que tenham citações de Shakespeare, sugiro a série Cavendish!
Devido a meu sono incomum… pq nem a boa vontade deixou eu ver Som e Fúria direito… só vi a primeira semana…
Cena: Oliveira… entrando nos camarins para dar boa sorte.. aos atores e dizendo no camarim masculino "sou gay, mas tô velhinho" me fez rir tanto que perdi o sono!
Espero mesmo que lancem para eu fazer jus a essa série.
Bjo
Carol
Como confessei, sou suspeita apra falar, porque me apaixonei pela minissérie nos comerciais e caí definitivamente de amores após o primeiro capítulo. Estou torcendo pro DVD sair logo, pra eu colocar na minha lista de presentes e finalmente poder ver os pedaços que perdi 😀