Ciao!!!
Fui ao cinema assistir a Sherlock Holmes, o mais recente filme de Guy Ritchie. Confesso que não li nada sobre o personagem na minha vida e confiava apenas no esterótipo divulgado a todo canto: capotes, chapéu, cachimbo, “elementar meu caro Watson” e Inglaterra vitoriana. Boa parte da confiança familiar (sim, com direito a minha mãe ir junto comigo e minha irmã a uma sessão depois de sei lá quanto tempo) em encarar a sessão devia-se à escolha dos atores. Robert Downey Jr. está numa fase altamente positiva, parou de se meter em encrenca e resolveu fazer o que sabe melhor: atuar (ele me ganhou em Chaplin – além dele, recomendo Homem de Ferro e Trovão Tropical, mais recentes e Só você, um romance do início da década de 90, eu acho). Jude Law se torna um contraponto interessante ao Sherlock, fazendo um Watson tão atraente quanto o protagonista. (Não vou cair na tentação da tietagem explícita, prometo me controlar).
Enfim, além de sugerir que vocês assistam ao filme e leiam o livro (também coloquei isso na minha lista “Coisas para Fazer”), fiz este post porque esbarei com um texto muito interessante na pesquisa de informações sobre o filme e decidi compartilhá-lo aqui: sobre a importância dos coadjuvantes na Literatura.
Boa leitura!
Fonte: Seção Arte e Livros, 07/01/2010 – Portal UAI
O que seriam dos protagonistas sem seus coadjuvantes?
Da literatura clássica aos best sellers contemporâneos, personagens coadjuvantes são um respiro dentro das histórias de inúmeros heróis e muitas vezes cativam mais do que os protagonistas
Luisa Brasil – Portal Uai
A chegada da adaptação de Sherlock Holmes aos cinemas brasileiros reafirma a tradição dos heróis que são amparados por um fiel escudeiro. No caso, o parceiro do detetive britânico é o sempre solícito Dr. Watson. A escolha de Jude Law para o papel deu ainda mais visibilidade ao médico, que não perde em nada para a atuação de Robert Downey Jr.
Na obra de Conan Doyle, Dr. Watson é frequentemente tratado como uma pessoa de intelecto inferior, mas entre os leitores há muitos que preferem a gentileza e o pragmatismo do médico à genialidade e arrogância de Holmes.
A teoria literária prega que o coadjuvante é aquele que gravita em torno do protagonista, mas, assim como nas histórias de Holmes, a literatura está recheada de exemplos de personagens coadjuvantes que se destacam, sendo que alguns acabam tornando-se tão importantes quanto o protagonista. Apesar de as listas serem excludentes e injustas, aqui vão alguns personagens coadjuvantes da literatura que merecem destaque:
1. Sancho Pança – Dom Quixote
Se na literatura existem Dr. Watson, Obelix e Huckleberry Finn, o responsável é Cervantes. Na história da literatura mundial, a parceria mais notável e que influenciou uma série de outras se dá entre Don Quixote e Sancho Pança. Cooptado por Quixote no início de suas andanças, Sancho é o contraponto prático e pé no chão ao idealismo e à utopia do Cavaleiro da Triste Figura. A verdade é que, sem Sancho Pança, Dom Quixote é pá furada.
2. Huckleberry Finn – As aventuras de Tom Sawyer
Huckleberry Finn surgiu como o melhor amigo de Tom Sawyer pelas mãos de Mark Twain, um dos precursores da literatura moderna norte-americana. Os dois viviam em uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos e juntos passavam por várias peripércias. Posteriormente, Twain acabou dedicando um livro interiro a Huckleberry. Em ”As aventuras de Huckleberry Finn”, o garoto se lança em uma viagem pelo rio Mississipi com o escravo Jim.
3. Personagens do Sítio do Picapau Amarelo
Não há dúvida de que os personagens mais duradouros da literatura infantil brasileira estão na obra de Monteiro Lobato. Não é possível escolher apenas um personagem principal no Sítio do Picapau Amarelo. O que existe é um núcleo formado por Narizinho, Pedrinho, Emília, Dona Benta e Visconde de Sabugosa. Esses personagens adquirem maior ou menor relevância de acordo com o livro, mas estão presentes em quase todas as histórias. Mas o Sítio está repleto de outros personagens secundários que não são menos encantadores: a cozinheira Tia Nastácia, o Burro Falante e o Marquês de Rabicó contribuem para que as ‘reinações’ do Sítio sejam ainda mais fantásticas.
4. Obelix – Asterix e Obelix
A dupla de heróis criada pelos franceses Goscinny e Uderzo é encabeçada por Asterix, o pequeno e sagaz gaulês que ganha uma força sobre-humana com a poção mágica. Obelix é seu contraponto perfeito, tanto fisicamente – enquanto um é loiro, baixinho e magrelo, o outro é alto, gordo e ruivo – quanto emocionalmente. Se Asterix é racional e perspicaz, Obelix é emotivo e passional. Obelix é tão querido pelos leitores que até ganhou aventuras próprias, sendo a mais curiosa delas “Como Obelix caiu no caldeirão do Druída quando era pequeno”, que, como o nome já diz, mostra a infância do gaulês e explica como ele ganhou sua força sobre-humana.
5. Coelho Branco, Chapeleiro Louco e Gato Risonho – Alice no País das Maravilhas
Quando o assunto são personagens coadjuvantes, Lewis Carroll é mestre. Na viagem psicodélica de Alice, cada ser encontrado tem traços marcantes e enigmáticos. O coelho branco de chapéu que está sempre atrasado, o Chapeleiro Louco que brigou com o tempo e a nervosa Rainha de Copas são apenas alguns dos seres que a garota conhece em sua jornada.
6. Penélope – A Odísséia
Em A Odisséia, de Homero, o foco é no herói Ulisses e nas batalhas que ele enfrenta por dez anos até conseguir voltar para casa, após a Guerra de Troia. Mas na mesma obra aparece um dos mais belos exemplos de devoção e fidelidade da literatura, pelas mãos da personagem Penélope. Segundo a mitologia grega, quando Ulisses vai para a guerra, seu paradeiro torna-se desconhecido, de forma que vários pretendentes tentam desposar Penélope. Para manter a lealdade ao marido, Penélope avisa que só se casará quando terminar de tecer uma colcha de tricô. Ela passa o dia tecendo a colcha e a desmancha durante a noite, mantendo a farsa até ser denunciada por uma de suas servas.
7. Rony Weasley e Hermione Granger – Harry Potter
Na saga criada por J.K Rowling, a trama gira em torno da luta de Harry para descobrir suas reais origens e para combater o assassino de seus pais. Como todo bom herói não age sozinho, ele conta com a ajuda dos fiéis amigos Rony Weasley e Hermione Granger. Desde o primeiro livro da série, os personagens de Rony e Hermione cativaram os leitores, e muitos deles acabaram simpatizando mais com os amigos de Harry do que com o próprio protagonista. Isso, é claro, com uma ajudinha dos atores Emma Watson e Rupert Grint, que abrilhantaram mais ainda a descrição feita nos livros.Ao longo dos seis volumes, a torcida aumentou para que o romance entre Rony e Hermione se concretizasse, anseio que foi finalmente atendido pela autora em Harry Potter e as Relíquias da Morte, o último livro da saga.
8. Diadorim – Grande Sertão: Veredas
Apesar de figurar nesta lista, Diadorim é considerada por muitos protagonista da trama, juntamente com Riobaldo. Mas pouco importam as categorizações diante da história de amor conduzida por Guimarães Rosa em Grande Sertão. No romance, Diadorim é Reinaldo, amigo de infância do narrador Riobaldo, que deseja vingar seu pai, Joca Ramiro. Durante a trama, Riobaldo tenta entender seu desejo por Diadorim, que só é explicado no final trágico da história.
9. Robin – Batman e Robin
Parcerias são comuns no mundo dos super-heróis, e uma das mais famosas é entre o homem-morcego Batman e o menino-prodígio Robin. Nos quadrinhos da DC Comics, seis pessoas já ocuparam o lugar de Robin, sendo que duas eram mulheres. Há rumores de que Robin seja gay, mas até hoje isso nunca foi comprovado nas tirinhas.
**** Ah, quem quiser ler a crítica do filme Sherlock Holmes publicada no Portal Uai clique aqui.
Bacci!!!
Beta
"Fui ao cinema assistir a Sherlock Holmes, o mais recente filme de Guy Ritchie. Confesso que não li nada sobre o personagem na minha vida"
COMO É QUE É?
Falando em filmes do GR, só vi dois: "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes" e "Snatch – Porcos e Diamantes". Corre pra locadora, que os dois tem o Brad. xD E eu acho os filmes ótimos – um deles tem Brad sem camisa.
Eu gosto dos livros do Conan Doyle, mas só li os poucos publicados aqui. A frase "Elementar, meu caro Watson" é famosa, mas dizem que nunca apareceu nos livros. rs
Amo, amo, amo, amo, amo, amo "A Odisséia". A Warner podia ser legal e lançar uma versão dela com o Sean Bean mantendo o papel de Odisseu, né?
Oi, Beta!
Também assisti ao Sherlock e achei o Jude Law o máximo. Fez do coadjuvante um personagem principal. Fiquei contente porque o Jude andava meio caidinho, fazendo uns filmes meia-bomba, coisa que ele não merece, mas acho que agora tomou jeito na vida!
Estou louca para ver a parte 2, espero que seja logo!
Não vá ver Vício Frenético, com Nicholas Cage. Saí no meio da sessão. Ô filme sem noção! Mas, se puder, veja 500 dias com ela. É uma história de amor às avessas, mas é sensacional, principalmente a forma como o diretor conduz a narrativa, com idas e vindas no relacionamento do casal principal. É show!
A matéria dos coadjuvantes foi excelente.
Beijo!