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*** Deu no site: Morre o escritor J.D. Salinger

Fonte: Folha Online

28/01/2010 – 16h13

Morre o escritor J.D. Salinger aos 91 anos

O escritor J.D. Salinger morreu aos 91 anos, “de causas naturais”, em sua casa em New Hampshire, nos EUA.
Recluso havia muitos anos, o escritor não dava entrevistas desde 1980 nem se deixava fotografar.
O seu livro mais conhecido, “O Apanhador no Campo de Centeio”, foi lançado em 1951, quando ele tinha 32 anos.
O personagem principal do livro, o adolescente Holden Caufield, se tornou símbolo da geração de jovens do pós-guerra.
A obra foi um sucesso mundial, e vendeu mais de 60 milhões de cópias em todo o globo.
O anúncio da morte foi feito pelo filho do autor, a partir de um comunicado emitido pelo representante literário de Salinger, nesta quinta-feira.

Quatro décadas sem publicar
Jerome David Salinger completou 91 anos no último dia 1º. Ele estava sem publicar um trabalho havia mais de quatro décadas.
“Amo escrever”, disse Salinger em 1974, em uma de suas raras entrevistas, ao jornal “The New York Times”. “Mas, só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer.”
O último trabalho literário publicado assinado por ele foi “Hapworth 16, 1924”, em junho de 1965.
O autor, filho de um judeu importador de queijos kosher e de uma escocesa-irlandesa que se converteu ao judaísmo, cresceu em um apartamento da Park Avenue, em Manhattan, estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge e em 1939, pouco antes de ser enviado à guerra, estudou contos na Universidade de Columbia.
Durante a Segunda Guerra Mundial ele se alistou na infantaria, e esteve envolvido com a invasão da Normandia. Os companheiros de exército de Salinger o consideravam corajoso, um verdadeiro herói.
Em relação a outros escritores, Salinger classificou Ernest Hemingway (1899-1961), que conheceu em Paris, e John Steinbeck (1902-1968) como de segunda categoria, mas expressou sua admiração por Herman Melville (1819-1891).
Em 1945, Salinger casou-se com uma médica francesa chamada Sylvia, de quem se divorciou e, em 1955, casou-se com Claire Douglas, união que também terminou em divórcio em 1967, quando se acentuou a reclusão do escritor em seu mundo privado e seu interesse pelo budismo zen.
Salinger namorou durante algum tempo, na década de 1980, a atriz Elaine Joyce, e no final daquela década se casou com a enfermeira Colleen O’Neill, 45 anos mais jovem que o autor. Pouco se sabe sobre a vida conjugal do casal, pois Colleen adotou o código de silêncio de seu marido, e não concedia entrevistas.
Os primeiros contos de Salinger foram publicados em revistas como “Story”, “Saturday Evening Post”, “Esquire” e “The New Yorker” na década de 1940, e o primeiro romance “O Apanhador no Campo de Centeio” transformou-se imediatamente em sucesso e lhe consagrou aos olhos da crítica internacional.
Os outros livros dele editados no Brasil são as coleções de contos “Nove Estórias” e “Franny & Zooey” e dois pequenos romances reunidos em “Carpinteiros, Levantai Bem Alto a Cumeeira; Seymour – Uma Introdução”.
Muitas das histórias reunidas nessas obras tem como personagens centrais a família Glass, cujos filhos foram crianças prodígios e os pais, artistas.

Fonte: G1
 
28/01/10 – 16h10 – Atualizado em 28/01/10 – 17h57

Morre aos 91 anos o escritor norte-americano J.D. Salinger

Autor de ‘O apanhador no campo de centeio’ estava em casa.
Morte foi em decorrência de causas naturais, diz filho.

Do G1, com agências

O escritor norte-americano J.D. Salinger, em fotografia de 1951. (Foto: AP)O escritor J.D. Salinger, autor de “O apanhador no campo de centeio”, morreu nesta quarta-feira (27) aos 91 anos, confirmou ao G1 a agência literária do escritor, Harold Ober Associates, em Nova York.
De acordo com um comunicado enviado por e-mail pela agência, “Salinger morreu em paz” e de “causas naturais”. “Apesar de ter quebrado sua bacia em maio, sua saúde estava excelente até uma recaída súbita depois do ano novo. Ele não estava com dores nem antes nem na hora de sua morte”, segue a nota (leia a íntegra).
Ainda de acordo com a Harold Ober Associates e “preservando seu desejo de toda uma vida para proteger e defender sua privacidade, não haverá velório”, e “a família pede respeito das pessoas por ele, sua obra e sua privacidade”.
No momento de sua morte, o escritor estava em sua casa em New Hampshire, onde vivia em isolamento havia décadas.
O romance “O apanhador no campo de centeio”, com seu imortal protagonista – o rebelde Holden Caulfield -, foi lançado em 1951 durante o período da Guerra Fria. A história de alienação juvenil e perda da inocência foi adotada por adolescentes em todo o mundo e ainda vende cerca de 250 mil cópias por ano. No total, já são mais de 60 milhões de exemplares em diversas línguas.
No Brasil, “O apanhador no campo de centeio”, a coleção de contos “Nove histórias” (53) e o romance “Franny & Zooey” (61) são publicados pela Editora do Autor. Já “Carpinteiros, levantem bem alto a cumeeira & Seymour, uma apresentaçao”, que reúne duas histórias do autor de 63, foi editada por aqui pela L&PM, Brasiliense e Companhia das Letras.

Continuação não-autorizada

Em junho do ano passado, Salinger voltou ao noticiário após processar o escritor sueco Fredrik Colting, que escreveu “60 Years Later: Coming through the Rye” (’60 anos depois: saindo dos campos de centeio’, em tradução livre), uma continuação não-autorizada dos eventos narrados no original.
Em setembro, o juiz de uma corte de apelação dos EUA classificou o livro de Colting como “um trabalho bastante medíocre”, e questionou se o livro prejudicaria o famoso escritor.
Na ocasião, Marcia Paul, advogada de Salinger, disse que seu cliente recusou ofertas do produtor de Hollywood Harvey Weinstein e do diretor Steven Spielberg para escrever uma sequência. “Salinger não deseja autorizar uma sequência ou uma variação”, disse ela.
O autor, como de praxe desde a década de 80, não concedeu entrevistas sobre o episódio.
“Amo escrever”, disse Salinger em 1974, em uma de suas raras concessões ao jornal “The New York Times”. “Mas, só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer”. Ele não publica um trabalho literário com sua assinatura desde o conto “Hapworth 16, 1924” em junho de 1965. E não concede entrevistas desde 1980.

Trajetória

Nascido em 1º de janeiro de 1919, em Nova York, Jerome David Salinger já tinha 32 anos de idade quando estreou em 1951, com “O apanhador no campo de centeio”, uma história de um adolescente rebelde e suas experiências quixotescas em Nova York, que elevou o escritor ao topo da cena literária. O romance causou polêmica pela liberdade com a qual Salinger descrevia a sexualidade e a rebeldia adolescente.
Os primeiros contos de Salinger foram publicados em revistas como “Story”, “Saturday Evening Post”, “Esquire” e “The New Yorker” na década de 1940, e o primeiro romance “O apanhador no campo de centeio” transformou-se imediatamente em sucesso e lhe consagrou aos olhos da crítica internacional.
A fama, no entanto, provocou sua aversão à vida pública, a rejeição a entrevistas e à invasão de sua vida privada que se manteve até sua morte.
Em relação a outros escritores, Salinger classificou Ernest Hemingway (1899-1961), que conheceu em Paris, e John Steinbeck (1902-1968) como de segunda categoria, mas expressou sua admiração por Herman Melville (1819-1891).
Durante os anos 80, o escritor esteve envolvido em uma prolongada batalha legal com o escritor Ian Hamilton que, para a publicação de uma biografia, usou material epistolar escrito por Salinger.
Uma década depois, a atenção midiática que tanto evitava voltou a pousar sobre o autor, devido à publicação de dois livros de memórias escritas por duas pessoas próximas a ele: sua ex-amante Joyce Maynard e sua filha Margaret Salinger.

Vida pessoal

Filho de um judeu importador de queijos kosher e de uma escocesa-irlandesa que se converteu ao judaísmo, Salinger cresceu em um apartamento da Park Avenue, em Manhattan, estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge e em 1939, pouco antes de ser enviado à guerra, estudou contos na Universidade de Columbia.
Em 1945, Salinger casou-se com uma médica francesa chamada Sylvia, de quem se divorciou e, em 1955, casou-se com Claire Douglas, com quem teve seus filhos, e terminou por divorciar em 1967, período em que sua reclusão se acentuou e aumentou seu interesse pelo budismo zen.
Atualmente, Salinger estava vivendo com sua mulher Colleeen, e deixa os filhos Matt e Margaret, além de três netos, Gannon, Max e Avery.

*** Ainda no G1 tem um artigo chamado Salinger e a invenção da adolescência que vale a pena ler!

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