Fonte: Blog dos Quadrinhos
12.02.10
MSP 2010: desenhos, reedições e Chico Bento jovem
* Animações são estratégia para internacionalização dos personagens de Mauricio
* Empresário estuda animação da Turma da Mônica Jovem com tecnologia de “Avatar”
* Turma do Penadinho em 3D estreia até o fim do ano em “emissora forte”
* Revistal mensal com Chico Bento aos 15 anos sai no segundo semestre
* Coleção de luxo vai reeditar histórias de Horácio
* Panini vai relançar Pelezinho; L&PM publicará pockets com Os Sousa e Nicodemo
Mauricio de Sousa viu nesta semana como ficou o primeiro episódio da animação em 3D da “Turma do Penadinho”. “Ficou lindo!”. A imagem acima dá uma ideia de como ficou.
A série terá 22 episódios, de 11 minutos cada um. A estreia está programada para o segundo semestre. Inicialmente, seria exibida pela TV Cultura. Mas houve uma mudança.
O desenhista e empresário quer uma rede forte, como ele diz, algo como Globo ou Record. Nada definido ainda, segundo ele.
A animação é parte de um projeto de internacionalização das criações dele. O projeto busca inserir os desenhos em emissoras de TV, vistas como uma estratégica porta de entrada.
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“Hoje, a televisão é mais interessante para nós, porque gera revistas, produtos etc.”, diz Mauricio. Ainda há poucas animações. A proposta é aumentar a produção.
“Eu acho que daqui a um ano, um ano e meio, vamos poder atacar de forma maciça.” Nos quadrinhos, o ataque dos personagens dele, hoje, já chega a 50 países.
As séries terão como vizinhos os filmes. Um deles, também em 3D, está em processo de planejamento. Vai dar movimento a Horácio, personagem que Mauricio ainda desenha.
“O Horácio é um personagem especial porque o pessoal do estúdio não estava pegando o jeito de como fazer. Eu estou meio escravo dele. De vez em quando, alguém pega [o personagem], chuta e acerta. Mas tem sido raro.”
O dinossauro verde está nos planos impressos também. As histórias do personagem serão relançadas em uma coleção de livros, produzidos com capa dura. A lida acima mostra a estreia dele.
A coleção deverá ter 18 livros. O primeiro sai neste ano. Os editores sugeriram que saísse um volume a cada seis meses. “Se eles me dizem que é semestral, vai ser trimestral.”
Mauricio demonstra ter pressa na concretização dos projetos. A cobrança por agilidade foi demonstrada mais de uma vez nos 24 minutos da conversa telefônica feita com ele.
Pergunto por quê. “A vida é curta. Você não sabe o dia de amanhã. Eu quero tudo hoje.”
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A menção à velocidade apareceu também na explicação de um outro projeto, que envolve a produção de histórias de seus personagens por desenhistas conhecidos.
“Vamos fazer a coisa mais ágil, mais jornalística. Quero fazer as pessoas trabalharem mais rápido.”
Segundo Mauricio, o grupo editorial ainda está pensando o jeito como isso será feito. Por ora, sabe apenas que quer que as narrativas sejam criadas em prazos menores.
A ideia parece ter se espelhado no álbum “MSP 50 – Mauricio de Sousa por 50 Artistas”, lançado em 2009 em comemoração aos 50 anos de carreira. Há uma sequência, “MSP + 50”, programada para este ano.
Nascido em Santa Isabel, no interior paulista, em 1935, Mauricio de Sousa é o epicentro de um afinado maquinário empresarial, que envolve os quadrinhos e os mais variados produtos derivados dos personagens.
Ele demostra ser uma mescla de empresário – lado dele pouco lembrado – e criador. Tem domínio de todos os projetos. Durante a entrevista, consultou seu staff apenas para detalhes.
Detalhou sem necessidade dos assessores como irá ficar o caipira Chico Bento na versão adolescente, ideia ancorada na revista “Turma da Mônica Jovem”.
Segundo Mauricio, será uma revista mensal, programada para outubro. “Mas não tem mangá. Vai ser um pouquinho mais clássica, com uma forte mensagem ecológica”.
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Chico Bento terá 15 anos. Estará na roça, como sua versão infantil, que continuará sendo produzida. As preocupações, no entanto, serão outras, como emprego.
O projeto surge em meio a números convidativos. A revista “Turma da Mônica Jovem” vende, hoje, mais do que um exemplar dos títulos tradicionais.
Segundo Mauricio, os personagens adolescentes vendem de 300 a 400 mil exemplares por mês. Uma revista como “Mônica” ou “Cebolinha”, 200 mil cada uma.
O primeiro número da trupe jovem está na sétima reimpressão. Já está em pauta lançar, pela Panini, uma caixa com as edições iniciais. O número mais recente é o 18, de janeiro.
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O grupo empresarial de Mauricio de Sousa já iniciou a franquia de produtos com os personagens adolescentes, mesmo caminho percorrido pelas versões infantis.
A Turma da Mônica jovem também está nos planos de ser levada para a TV. A dúvida é sobre o formato, ainda uma “grande incógnita”, segundo Mauricio.
De início, seria uma animação para o canal pago Cartoon Network. Depois, a Digital 21, coprodutora da animação da Turma do Penadinho e do longa de Horácio, se interessou.
A Digital 21 trabalharia com a tecnologia usada no fime “Avatar”, que mescla animação com movimentos reais. Há também a possibilidade de uma versão com atores. Para qual das três pende mais, pergunto. “Eu acho que vamos para o ‘Avatar’.”
A parceria com a multinacional Panini acentuou os projetos especiais. Mauricio de Sousa começou a publicar na nova casa editorial em janeiro de 2007.
“O saldo é altamente positivo. A Panini, por ser uma editora de quadrinhos, sem desmerecer as outras, permite manter uma estratégia muito mais ágil e ambiciosa.”
Novamente a menção à agilidade. Para o empresário, é possível ter um retorno mais rápido sobre o andamento dos produtos, sem que estes dividam espaço com as revistas.
Na Abril, onde ficou de 1970 a 1986, e na Globo, de 1987 a 2006, a Turma da Mônica tinham de dividir espaço com as demais revistas jornalísticas e de entretenimento.
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Parte da estratégia “ambiciosa” de que Mauricio fala é centrada em relançamentos, alguns para o leitor adulto, que cresceu lendo as histórias da Turma da Mônica.
Publicou pela Panini coletâneas das tiras, das primeiras revistas e planeja, agora, o retorno de Pelezinho, personagem inspirado no jogador Pelé.
Será uma reedição das histórias, publicadas em revista própria entre agosto de 1977 e maio de 1982. O título teve 58 números. As novas revistas serão almanaques.
Mauricio diz que falta apenas acertar um detalhe com o grupo de Pelé. Quer que chegue às bancas antes da Copa do Mundo da África do Sul, que terá início em junho.
A única experiência que não funcionou, pelo menos na Panini, foram os livros de bolso com reedições de tiras. A editora publicou cinco, sem que tivessem sequência.
Esse filão é dominado pela L&PM. E foi para lá que Mauricio passou a hospedar suas séries. Os dois primeiros pockets, um com tiras de Mônica e outro de Cebolinha, saíram em 2009.
Foram 5 mil exemplares. Esgotaram, segundo Mauricio. Para este ano, a editora gaúcha vai publicar volumes com outros personagens: Bidu, Nicodemo, Os Sousa.
Os dois últimos são séries que fogem ao estilo das demais. Nicodemo traz um humor mais negro. Os Sousa mostra o convívio de uma família e é direcionada ao leitor adulto.
Categoria: NOTÍCIA
Escrito por PAULO RAMOS às 10h56
Adoro o Maurício !
Beta, passa lá no Quem lê. Tá rolando uma promoção do livro Pobre Não Tem Sorte da Leila Rego.
Te espero.
Luka.
http://quemlefazseufilme.blogspot.com/2010/02/promocao-pobre-nao-tem-sorte.html