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O Senhor do Destino – Lindsay McKenna (Maratona de Banca – Março) – Cap. 284

Ciao!
 

“Alegre-se, porque 1994 está chegando com promessas de saúde, paz, dinheiro, amor e muitos livros que vão continuar levando você, mulher sensível, a, lugares maravilhosos onde poderá viver como se fosse a própria heroína, os mais perturbadores e intrigantes amores acontecidos nos séculos passados.”

Sim, este é o texto da carta da editora para as leitoras 

Outro livro daquela safra maravilhosa da parceria da NC-Harlequin, quando a maioria dos históricos tinha conteúdo suficiente para serem lembrados mesmo após anos de leitura e memória desgastada.

Outro livro daqueles que li há séculos, emprestado, e sofri até consegui um exemplar para mim.
Outro livro daqueles que eu achei que já estava aqui, até a Lidy vigilante notar que não havia resenha dele.Este livro – que está disponível na Amazon – será a minha primeira contribuição para a Maratona de Banca: desafio de março – romance histórico.

O Senhor do Destino – Lindsay McKenna – Clássicos Históricos 17
(Lord of Shadowhawk – 1992 – Harlequin)
Personagens: Alyssa Kyle e Lorde Tristan Trayhern

Tray tinha sido chamado pelo irmão, um cruel oficial inglês, para pegar um pequeno rebelde irlandês para trabalhar na fazenda. No entanto, se comoveu com o apelo do menino, e salvou também a prima dele, que tinha sido ferida durante a prisão. Eles poderiam se recuperar em Shadowhawk e Tray poderia cuidar da bela jovem irlandesa, que estava mais morta que viva. Quando Alyssa acordou, além dos traumas que vivera na prisão, ainda descobriu que estava cega, sendo cuidada por um homem com título de nobreza inglesa, mas que se apresentava como galês e tinha sido generoso e protegido ela e seu primo. No entanto, poderia voltar a confiar em alguém novamente? E será que haveria realmente escapado da perseguição dos algozes ingleses?

Comentários:

– O pano de fundo histórico para este livro é quando a Inglaterra decidiu que também tinha que controlar a Irlanda. Obviamente, os irlandeses não gostaram da ideia e reagiram, como podiam.

A autora não entra muito em detalhes sobre a guerra, dedicando-se à mostrar como foram cometidas crueldades contra inocentes (mulheres mortas, violentadas, espancadas, crianças mandadas para trabalhar em minas de carvão) e reforçando que pessoas foram obrigadas a se tornarem proscritas por causa da ganância alheia que se apoiava em perseguição religiosa.

Os ingleses não eram católicos como os irlandeses – fato que cria rancores e divide não só a Irlanda do Norte como também a Escócia até hoje. Para quem não sabe, o maior motivo da rivalidade entre os dois principais times de futebol da Escócia é o religioso: os Celtics são católicos e os Rangers são protestantes – uma rusga que resultou deste quadro histórico abordado en passant no livro.

Temos um casal protagonista traumatizado. Sim, patinhos feios assumidos. Tray renega o nome de batismo – Tristan – por causa do que ele representa: o filho mais velho do nobre inglês tinha sido rejeitado, após a morte da mãe no parto e pela deformidade no pé esquerdo, mas não precisava do luxo da sociedade, era feliz em Gales cuidando dos animais e da propriedade que mantinha a riqueza da família.

Ele ainda sofreu com a perda da irmã, Paige, assassinada de forma brutal por irlandeses – e era culpado pelo meio-irmão, que achava que ele não a protegera direito. Apesar disso, sabe que não é inferior ao meio-irmão perfeito de aparência e totalmente podre de caráter.

E Tray sabe que, para que ele seja amado por uma mulher, seria necessário encontrar uma que o enxergasse além das aparências e aceitasse a vida simples e de trabalho que ele poderia oferecer.

Alyssa era a única mulher em uma família de rebeldes irlandeses, foi agredida e violentada pelos ingleses e estava cega e indefesa. Não sabia se veria novamente, se reencontraria os parentes – porque, se eles fossem presos, seriam mortos – e se poderia confiar em um homem de novo.

Claro que eles se estranham, aproximam, hesitam em revelar suas fraquezas (Tray não conta para ela e tenta disfarçar o máximo possível a dificuldade com o pé torto), mas toda paz tem um fim e a verdade sobre o passado de Alyssa – ele não sabia que ela era de uma família de rebeldes procurados pelos ingleses – vem à tona da pior forma possível. E coloca a ambos sob risco.

No entanto, Tray não foge da luta e compra a briga para proteger Alyssa e Sean e conquistar a confiança e o amor dela. Daí pra frente, os dois ficarão cada vez mais unidos na luta contra tudo e todos para fazer valer o respeito por eles e o sentimento que os une.

É um livro singelo, com temas fortes, mostrado pela autora de forma sutil, mas incisiva. Não é um livro que te fará rir, mas refletir e te deixará encantado com a força de pessoas consideradas desprezíveis pelo rótulo das convenções alheias – o que nos leva à famosa frase de Nélson Rodrigues “a unanimidade é burra”. 

Como disse lá no início, é um amor construído e fortalecido ao longo do tempo, que te encanta. E se você for como eu, lerá a história e não a esquecerá, sempre se lembrará dela, talvez não com riqueza de detalhes, mas eu aposto que se lembrará.

Arrivederci!!!

Beta

6 Comentários

  1. Lidy

    Eu sabia que ainda veria "O Senhor do Destino" aqui! =D O melhor é que o Tray é patinho feio, mas não um daqueles que carregam o fardo com orgulho, pelo contrário, ele vai e mostra pra todo mundo que não adianta ter um rostinho bonito com o interior podre.

    Esse livro tem uma sequência: o do irmão da Alyssa, Dev, mas para variar, não foi publicado aqui…

  2. Diana Bitten

    Ia baixar para ler, depois da sua (ótima) resenha, porém fiquei na dúvida. Esse livro não foi meio pesado, não?

    Não que eu não aprecie um livro mais pesado, mas sabe aqueles dias que vc
    só quer mesmo se distrair, sem pensar nas mazelas do mundo? rsrs

    Abraços e até mês que vem!

  3. Dani

    Oi Beta a sua resenha ficou ótima. O livro tem uma história interessante, que vale a pena ler, vai pra minha lista de leitura (que cada vez cresce mais).
    Bjs

  4. Anônimo

    Esse eu já li e adoro! Está guardadinho na minha estante faz parte do hall dos melhores de banca em minha opinião.

    E como você comentou no final é inesquecível.

    bjos

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