Ciao!!!
E para começar a comemoração do niver de 5 anos do Literatura de Mulherzinha, eis uma autora onipresente por aqui – dona Diana Palmer!!!
Eles são descendentes dos fundadores da cidade mais amada, inacreditável e conhecida dos Texas (pelo menos, no fantástico mundo da literatura água-com-açúcar): Jacobsville. No entanto, a má gestão dos bens pelo pai deles fez com que a família fosse a falência e os dois herdeiros perdessem tudo, inclusive a casa. Agora Tyler e Shelby precisam recomeçar – o que inclui acertar as contas com o passado – para poder investir no futuro.
Nota: Os dois livros são de 1988 – portanto, pense em heróis muito tapados e irritantes e mocinhas supersofredoras (é, ela não variou muito de lá pra cá, salvo raras e honrosas exceções). E foi um post em duas partes, (sim, ficou enorme), a primeira está aqui. Agora é a vez de avaliar como se saiu o irmão dela, Tyler.
Lições do Coração – Diana Palmer – Rainhas do Romance 15 (Homens do Texas)
(Tyler – 1988 – Silhouette Romances)
personagens: Nell Regan e Tyler Jacobs
Tyler foi enviado para administrar o hotel-fazenda que era parte da herança de Nell. Traumatizada com homens, ela vivia com medo de tudo e de todos os representantes do sexo masculino e usava Tyler para se proteger deles. O problema é que ela se encantou por ele que não entendeu o que sentia por ela. O retorno de um fantasma do passado, as influências da cunhada, as dicas da governanta e o dia-a-dia do hotel fazenda não ajudavam muito o relacionamento a florescer. Ao contrário, só os deixavam mais confusos ainda. E se Tyler continuar indeciso e Nell insegura, a tendência é de que a felicidade não aparecerá naquele rancho do Arizona.
Comentários:
– O livro começa pouco depois do casamento de Shelby com Justin, do livro Aprendendo a amar.
– Apesar de ser da série Homens do Texas, o livro se passa no Arizona, onde fica a fazenda Double R, de Nell Regan. Já viu esse sobrenome? Eu também: ela é sobrinha do Ted Regan, o carrasco *aham* herói do livro Adeus ao amor, ou seja, um legítimo filho de Jacobsville despachou outro legítimo filho da cidade para resolver a vida da sobrinha, em vários setores.
– Confesso que já comecei a ler esse livro com o pé atrás com Tyler por causa do comentário que ele faz a respeito de Nell no livro de Shelby (sim, em algum momento, vai aparecer a desculpa à la Diana Palmer “estava confuso e os sentimentos por ela me enfraqueciam” Ah tá…).
– Este livro é o auge da falta de tato: gente que fala o que pensa sem moderar as palavras ou escolher o que faria menos estrago. A (inexistente) autoestima de Nell penou com os comentários alheios – e claro que os de Tyler feriram mais. Os personagens se acham no direito de julgar o que sabe, o que não sabe e o que pensam que sabem aí vão pulando de uma confusão eu-o-amo-ele-não-me-ama-ela-ama-outro-e-eu-estou-confuso-pelo-que-sinto-por-ela para outra até o final.
– Pra completar, ainda tem o apoio inestimável dos coadjuvantes para agravar a situação. A cunhada de Nell, Margie, é uma sem noção nenhuma. Acha que ela é empregada dela e acredita ter a obrigação de modernizá-la a fórceps. Sem contar que a indecisão de Margie com Darren alguns anos antes respingou em Nell e acabou criando as condições para que ela ficasse traumatizada.
– Cá entre nós, a área de abrangência do perfil “moças traumatizadas” e “heróis insensíveis” típico de Ja-cobsville é extensiva a outros estados dos EUA? Porque a história não se passa na nossa cidade favorita do Texas, mas tem horas que eu simplesmente ignorei isso e fiquei esperando pela aparição dos irmãos Biscoito e do meu favorito, Cash Grier.
– Ah, não tem o Baile dos Vaqueiros, mas tem a quadrilha quinzenal e para manter a tradição, fumaça bran-ca: habemus barraco! Nell vence as restrições a que se impôs depois do trauma com Darren e capricha no figurino só pra impressionar Tyler. O resultado?
“- Acho que perdeu seu acompanhante, não? – comentou, em tom frio, sem dirigir o olhar a ela.
– Qual o problema? Não suporta a concorrência? – rebateu Nell, em um incomum tom venenoso.
Tyler não acreditou que havia ouvido aquelas palavras. Os olhos verdes prescrutaram-lhe a face calma.
– Pensei que esse fosse o seu maior problema, querida – declarou ele. – Embora esteja vestida para este fim.
– Está se referindo a este trapo velho? – indagou Nell, exibindo um sorriso amargo – Até pouco tempo atrás, era a toalha de mesa da cozinha.
(momento bla bla bla até Nell se arriscar)
– Deveria se oferecer para me ensinar a dançar – arriscou Nell, timidamente e com reservas. Tremeu por dentro ao fazer o comentário. – Um dia me disse que o faria quando eu estivesse usando um vestido.
Os olhos verdes a fitaram, penetrantes.
– Alguns homens tornam-se poéticos quando ficam sem mulher por alguns meses – respondeu, insolente. – Mas você costuma levar tudo ao pé da letra, não?
Nell sentiu todo o seu sangue correr para o rosto.
– Eu… não quis dizer…
– Desculpe, querida, mas não tenho atração por mulheres com jeito de homem – disse, de modo zombeiro. – Acho melhor ficar com seu atual queridinho, se conseguir segurá-lo. Parece que ele gosta de diversificar.
Nell se ergueu.
– Isso é injusto.
– O quê? – O olhar de Tyler se estreitou. – E quanto à sua oferta, não quero dançar com você nem agora nem nunca. É melhor jogar esse… – ele fez um gesto, indicando-lhe o vestido – … no lixo se o comprou para chamar minha atenção. Não estou interessado em você.”
(Nell sofre o baque, se desculpa e sai correndo bla bla bla)
(No dia seguinte…)
“Surpreendeu-se ao encontrá-lo na sala de jantar quando desceu para o café-da-manhã, especialmente pela forma como se separaram à noite.
– Quero falar com você – começou ele, devagar.
– Não imagino o motivo – replicou Nell, erguendo o lhar para fita-lo. Os olhos negros ainda mais escurecidos pela frieza.
– Sobre ontem à noite – informou ele, sucinto. – Não quis ofender você. Estava graciosa.
– Obrigada – agradeceu Nell, de modo seco. – Ontem o elogio teria significado muito.
– Cansei de vê-la com McAnders – admitiu ele.
Nell não sabia se ouvira bem.
– Com ele? – quis saber ela.
– Vê-la se atirar para ele – explicou Tyler, com um sorriso sarcástico – Não foi esse seu objetivo? Vestindo-se daquela forma e colocando maquiagem? Espero que ele tenha apreciado seu esforço.
Ela respirou fundo, sentindo todos os pêlos do corpo se eriçarem, enquanto o fitava com os olhos faiscando de raiva.
– Para ser honesta, não mirei em Darren como alvo de meus encantos, mas obrigada. Talvez deva me atirar para ele outra vez! Afinal foi McAnders quem me elogiou e se ofereceu para me ensinar a dançar!
– Ele sente pena de você – disparou Tyler, sem medir as palavras.
– Assim como todo mundo? – gritou Nell – Sei que não sou bonita! Não passo de uma moleca estúpida que não sabe distinguir um homem de um rato! E fico feliz que ele sinta pena de mim. Pelo menos, não debocha de mim!
– Tampouco eu!
– E como chama isso?
Bella adentrou furtiva na sala com os olhos arregalados, mas nenhum dos dois pareceu notá-la.
– Acho que errei na mão.
– Então por que não tenta acertar a mão? E eu lhe direi onde pode enfiá-la.
– Nell! – gritou Bella, chocada.
– Se quer partir para a ofensa, desistirei do assunto – sibilou ele, entre dentes. Uma das mãos quase esmagou a aba do chapéu que segurava, mas estava pode mais transtornado para notar.
– Deus! Por que não vai andar a cavalo ou coisa parecida?
– Não quer sequer me escutar!
– Eu escutei! – rebateu Nell, com o rosto vermelho. – Disse que eu deveria jogar minha roupa no lixo se a estava usando para impressioná-lo. Que não estava interessado e que eu levo tudo ao pé da letra!
– Oh, Deus! – gemeu ele.
– E que sua abstinência sexual foi responsável por tudo! – concluiu Nell, determinada. – Muito bem, a recíproca é verdadeira, caubói. E saia da minha sala de jantar. Está coalhando meus ovos.”
(Ok, vou parar por aqui. Quem quiser saber o final da cena, leia o livro).
– Ah, para quem tem saudades (?!?!?!) de Justin e Shelby (o que não é meu caso), eles fazem uma participação neste livro, uma visita ao local de trabalho do irmão dela… E tiram algumas importantes conclusões…
– A história de Nell e Tyler não se compara à irritação suprema (= livro de Shelby e Justin), ele segue mais o padrão Diana Palmer (protagonistas obtusos quanto aos sentimentos próprios e alheios, que caem na conversa e maledicência de outros personagens, sem autoestima e facilmente irritáveis e grosseiros), com as situações habituais para juntar os dois e as tramóias para separá-los. A heroína é da linha nobre dos patinhos feios: ignorada pelo pai que privilegiava o irmão, mas com a morte de ambos, restou a ela gerenciar o hotel. Apaixonada por quem não a amava, traumatizou e se fechou na rotina do lugar, correndo de qualquer relacionamento. Quando o novo funcionário made in Jacobsville chegou, se encantou e tentou chamar-lhe a atenção do jeito que sabia. Como deu pra notar, não funcionou. Então, ela decidiu ignorá-lo. Até que eles colocam os pingos nos “is” durante uma conversa e Tyler decide convencê-la a tentar, mas ela precisaria confiar nela e nele e então voltamos ao dilema do livro: o patinho feio aprenderá a voar, nadar e dançar como cisne gracioso?
Moral da história: Se você estiver em um dia bom, será uma leitura “mais do mesmo” em se tratando de Diana Palmer. Em um dia ruim, deixe de lado o livro e vá pescar. Evita irritação na hora que deveria ser de relaxamento.
Bacci!!!
Beta
Ah, vah, Beta! Tia DP ajuda a relaxar! Você xinga ela todinha e no final tá calminha, calminha hahahahaha
Esse aí eu sei que não li… vou ver se acho XD