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Minha adorável condessa – Patricia Grasso – Cap. 357

Ciao!!!

A Lidy me avisou sobre este livro. Se me lembro bem, dizia aguardar com ansiedade esta resenha. Afinal de contas, como uma das mais fiéis seguidoras, ela já sabe como eu reajo a determinados personagens e determinadas histórias…

Vamos então saber mais sobre a jovem que até era adorável, mas está mais para condessa infeliz… Alerta: devido à minha irritação, tem alguns spoilers da trama.

Minha adorável condessa – Patricia Grasso – Clássicos Históricos 407
(To catch a countess – 2004 – Kensington Publishing Corp)
Personagens: Victoria Douglas e Alexander Emerson, conde de Winchester

Ela se casaria com um conde e um príncipe, não necessariamente pessoas diferentes. A intuição da tia deveria animar Victoria, mas ela se sentia assustada por causa da sua incapacidade: o problema que impedia que aprendesse a ler e escrever. No entanto, faria o seu melhor para agradar seu futuro marido. Alexander tinha sido prevenido de que sua jovem esposa prometida era impetuosa e precisaria ser domada. Para tentar expurgar o mal que os Emersons fizeram ao Douglas, ele aceitaria a tarefa e a ensinaria a ser uma esposa obediente e feliz. No entanto, muitas intrigas estavam no caminho de ambos e felicidade poderia estar fora de alcance de ambos.

Comentários:

– Vamos começar pela Victoria: patinho feio com razão, afinal de contas, ela sofria com a dislexia, que na época nem era identificada – tanto que Victoria sempre se define como uma “incapaz” ou uma “estúpida”. Apesar do período de pobreza e dificuldades enfrentada pela família, ela nunca perdeu a capacidade de amar (prova agora ela estava prometida em casamento – mas sua família não teve a decência de informá-la disso.

E, munidos da melhor “boa vontade”, olha o que disseram para o tal marido:

– Jamais diria que Victoria é doce. – Magno torceu o nariz.
Alexander fitou o homem. Roxanne tinha dito que sua futura esposa tinha, por vezes, temperamento um pouco difícil. Não podia acreditar, contudo, que o duque pudesse ter dificuldades com ela. Afinal, não passava de uma garotinha de dezoito anos. Bem, ela aprenderia a comportar-se depois que se casasse e tivesse o primeiro filho.
(…)
– Alex, querido, minha sobrinha precisa muito de você. – Roxanne enlaçou o braço dele. – Aprendeu pouco sobre disciplina quando pequena, portanto precisa de um homem forte para controlar-lhe a impulsividade. O pai perdeu toda a fortuna e Victoria tinha apenas cinco anos quando se mudaram da mansão de Grovenor Square para a choupana em Primrose Hill. A mãe morreu um ano mais tarde e o pai adoeceu por causa da bebida.
(…)
– A partir de hoje você é responsável por Victoria – declarou Magno. – Faça o que achar melhor, Roxanne e eu não iremos interferir.
Alexander ficou pensativo. A jovem sobrinha de Magno e Roxanne teria que aprender quem era o chefe da casa. Melhor que ela tratasse de controlar o temperamento impulsivo o mais rápido possível.” (p. 14-15)

Com parentes assim, quem precisa de inimigos? Já deu pra notar a séria tendência à confusão, fracasso, lágrimas e sofrimentos, né?

Enfim, tudo corre quase conforme os planos. Eles se encontram, o conde Alexander Emerson tenta domesticar a prometida, corrigindo suas “falhas” de temperamento e se irritando com as demonstrações de “estupidez” dela: no jogo de cricket, ela errou o lado da tacada; jogou as cartas erradas no baralho e foi chamada a atenção como se fosse uma criança com acesso de birra (sim, este foi o termo utilizado); a falta de interesse em ir à missa no domingo (ela não conseguia ler o livro de canto).

E ele ainda ousou ficar ofendido quando ela se irritou ao ser a última a saber que estava prometida para ele HÁ UM ANO e que o casamento ocorreria em poucas semanas!

No meio do caminho, que já não era de rosas, eis que aparecem as cobras criadas – Venetia (irmã de Alexander) e Diana (cunhada dela). Venetia (que desempenha papel fundamental na história anterior) voltou casada da Austrália e querendo empurrar o irmão para a cunhada – as duas não gostam de saber que tinha uma noiva impertinente no caminho e começam a tramar para separar o casal.

E cada hora, pioram o que fazem: desde os “presentinhos” deixados na porta da casa de Alexander e Victoria (as três filhas ilegítimas de cinco anos – sim, o moço foi bastante ativo e atuante quando tinha cerca de 23 anos e engravidou TRÊS amantes diferentes…).

Detalhe: após a chegada da segunda criança, ele jurou que não havia uma terceira, apenas para ela aparecer lá poucos dias depois – o que fez Victoria fazer as malas, pegar as filhas (sim, apesar do marido irritante, ela se encantou pelas crianças abandonadas e quis cuidar delas) e deixar a casa.

Enquanto isso, Alexander ainda tenta controlar a esposa, que prova ser mais esperta do que ele previa, sempre encontrando soluções inteligentes para as ordens dele (que tentou castiga-la proibindo de sair de casa – só para encontrá-la em um baile). Em algum ponto da trama, ele percebe que estava se encantando por ela, mas jurou que nunca diria isso porque todas as mulheres a quem amava o traíam (e lendo o livro comecei a pensar que era bem-feito!).

E Victoria, no afã de impressionar o marido, comete alguns errinhos de compreensão provocados pela dislexia, mas, passada a vergonha e provocada pelas cobras Venetia e Diana, consegue se sair bem.

Pois bem, eis que Victoria está grávida e as parentes malas partem para o ataque final. Aprontam uma armadilha, Alexander acredita e a escorraça da casa, acusada de adultério – se recusando a ouvir o que ela tinha a dizer.

A partir daí, começa o calvário de Victoria (e a minha irritação atingindo níveis galáticos). Não adiantou o cunhado de Victoria, Robert, insistir na tecla de que tinha dedo, braço e cabeça de Venetia nessa história (“porque ela é a encarnação do mal!”), Alexander não o ouviu.

Sem a menor consideração, instigado pela irmã cobra e pela cunhada interesseira, ele ainda ajuda a manchar a reputação dela. E a sociedade sem que fazer de Londres adorando a chance de ter uma Judas para malhar: desde as ofensas e desfeitas, até a suposição maldosa de que o bebê que ela esperava era filho de outro. Ela tentou duas vezes falar com Alexander, sem sucesso e foi muito humilhada publicamente em plena ópera.

Claro, isso tudo durante a gravidez, que costuma ser um período onde as mulheres estão mais sensíveis, vulneráveis e precisam ser protegidas e cuidadas (eu sei, porque estou cercada de grávidas no trabalho kkk).

Com o escândalo, a verdade sobre o problema de Victoria é revelada a todos os familiares (apenas a tia e as irmãs sabiam) e todos se unem para tentar provar que ela era inocente. A saída é um tanto drástica: uma audiência na corte – porque Alexander queria o divórcio e a guarda do bebê que ainda nem tinha nascido (e se dependesse das atitudes dele, nem nasceria, porque tanto sofrimento faria mal à mãe e ao bebê. Sorte que Victoria não desmoronou totalmente).

O auge da humilhação da heroína: ter que admitir a incapacidade publicamente, ostentando o barrigão de mais de oito meses de gravidez, enquanto era acusada de adultério pelo advogado do marido. Só assim, após mais uma exposição desnecessária, é que Alexander percebe que não tinha o menor direito de posar de bonzão porque tinha se unido à turma que aproveitou para infernizar a vida da mocinha indefesa.

Aí tem a cara de pau de pedir perdão!,

perguntar o que tinha que fazer para retomar o casamento!!,

e chamá-la de querida!!!

Victoria não quer falar com ele (óbvio) e os parentes marcam para Alexander visitá-la no dia seguinte.

Então entra em ação a equipe de bombeiros para apagar o incêndio: tia Roxanne aconselha que ela o aceite de volta, porque ele está em débito com ela e, diante do desfecho do escândalo, sempre acreditará nela, não importa se ela minta para ele.

Alexander pede desculpas, confessa seus pecados, promete cuidar dela (apesar de ter confessado na audiência que eles só se casaram para cumprir um acordo), diz que ele e as meninas precisavam dela, que teve vontade de procurá-la, mas que o orgulho não deixou e que usou Diana para magoá-la de propósito. Sim, apesar disso tudo, ela aceitou voltar para ele. (Eu já teria quebrado todo o quarto na cabeça dele e o arremessado da janela.) E mesmo assim ele não disse que a amava – isso, literalmente, foi um parto!

Moral da história: Odeio homens idiotas, que se acham os donos do mundo e da razão e se recusam a ouvir o outro lado, simplesmente porque não consideram a existência do outro lado! Alexander Emerson merecia levar muitas kabongadas.

Na verdade, se fosse um seriado japonês, o livro teria final trágico: Victoria morreria de desgosto e Alexander ficaria viúvo, sem o filho e com todo o remorso e a lembrança constante da sociedade de que ele foi o culpado pela desgraça – como o pai dele, que condenara a família Douglas à pobreza. Sorte dele que é romance e há o quase obrigatório final feliz.

Ainda devo ressaltar que achei muito pouco o castigo das parentes dos infernos. Menos de meia página. Queria vê-las tão ou mais humilhadas quanto a mocinha. Sem contar as urubus da sociedade londrina, que se divertiram com a difamação de Victoria e não foi contado nada do que aconteceu com elas.

A própria Victoria admitiu, mesmo depois da audiência que esclareceu tudo, que nunca mais poderia comparecer a eventos públicos, porque alguém sempre lembraria.

Eu queria punições mais claras e bem rigorosas para os vilões – incluindo aí a criatura que deveria ser o herói. E nem vem com a história de que o amor cura tudo. Talvez não para uma escorpiana irada como eu. Não ajuda a esquecer a gravidez repleta de lágrimas, de caminhadas na neve com frio, debaixo de chuva, as humilhações públicas, as desfeitas arquitetadas pelas malas e pelo próprio marido ofendido, que precisou ser forçado a dizer que a amava.

Enfim, Patrícia Grasso quis se divertir criando um vilão disfarçado de herói à la Diana Palmer e Lynne Graham. Agora que provou que consegue – inclusive no aspecto mais irritante: a ausência de redenção suficiente – espero que ela retome o jeito dela, muito melhor, com heróis mais cativantes e apaixonantes.

Antes que eu me esqueça, eis uma frase que chamou a minha atenção: “Por que a sociedade aceitava as transgressões morais de Alex, enquanto ela era crucificada por causa de meros boatos?” (página 193). É triste saber que uma situação atribuída à Inglaterra em 1814 continue tão atual quanto em 2010. E que as próprias mulheres contribuem para difamar imagens alheias…

Este é o último livro da Trilogia Douglas, precedido por:

Angélica, o anjo sedutor – TO TEMPT AN ANGEL (Book 1 of The Douglas Trilogy)
Segredos de um Príncipe – TO CHARM A PRINCE (Book 2 of the Douglas Trilogy e Book 1 of the Kazanov Series)

Pra quem tem curiosidade, eis a capa original (que não foi a usada na edição brasileira)!

Arrivederci!!!

Beta

11 Comentários

  1. Lidy

    Eu avisei. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk E olha que eu não tinha lido ainda, só os comentários. Mas sabe que agora que li – minha mãe – fiquei irada? Minha mãe odiou a cena do baralho. Eu odiei tudo. Mocinho FDP ninguém merece, viu?

    Falando em urubus da sociedade, tá na resenha errada, mas quando "Enticing the Prince" – o livro do Drako – for lançado, você vai ver que três bruxas loiras vão receber o final merecido. Hunf!

    Aliás, espera pra ler o livro do Rudolf. Ele também tem parte que merece receber uma surra daquelas.

    E em "Minha Adorável Condessa" tudo ficou ruim, até o Magnus.

  2. Solange

    Adoro Patricia Grasso, mas li esse livro tive vontade de entrar na estória e dar uns tapas em Alexander, acho que esse mocinho foi um dos que mais despertou a minha ira..kkk
    Bjos

  3. Andrea

    Eu sei que é tolice, mas vou perguntar: tem certeza que esse livro é da Patricia Grasso?

    Com um mocinho, asno, idiota, mané e imbecil? Não li nem quero ler…

    Estou revoltada só com a resenha, imagina lendo!

  4. Ili

    Oi Beta! Li esse livro tem alguns meses. É também fiquei com raiva do mocinho e foi quase um martírio terminar o livro. Ultimamente estou bastante seletiva ao procurar um livro e quando ao ler sa sinopse percebo que o mocinho será arrogante e intratável já nem pego para não passar raiva, já basta a raiva ue tenho todos os dias no trabalho com gente arrogante. Beijos, boa sorte com os próximos livros…

  5. Beta

    Ciao, Lidy!

    Quando eu terminei de ler o livro, só conseguia me lembrar do seu aviso. Que homem insuportável. Merecia um pontapé no traseiro, daqueles bem dados. Ele que vivesse com seu orgulho e ambos fossem felizes para sempre!
    Quero ler os das outras irmãs, os quais, suponho, são melhores que esse…

    E já anotei aqui as suas dicas sobre os livros dos Príncipes…

    Bacci!!!

  6. Beta

    Ciao, Solange!

    Tapas? Gente, o Alexandre despertou meu instinto assassino com força. A Victoria é uma daquelas "santas que abalaram o mundo" por aceitá-lo de volta. kkk

    Bacci!!!

  7. Beta

    Ciao, Andrea!

    Não é tolice, me fiz a mesma pergunta! Achei que era Diana Palmer ou Penny Jordan disfarçado, mas não era não. Acho que ela quis ter a experiência de criar um mocinho mala. Como disse, agora que já criou, espero que continue na linha anterior, que era muito mais legal…

    Bacci!!!

  8. Beta

    Ciao, Ili!

    Eu tento fugir deste tipo de livro, mas, às vezes, sou obrigada a encarar por causa do LdM. E o agravante aqui não foi ele ser arrogante e intratável, mas ele não ter sido punido à altura do sofrimento que causou à ela… Isso me deixou indignada!

    Bacci!!!

  9. Carol

    GENTE TO PASSADA , e eu que só achava que esses livros eram só contos de fadas! Pior, é que muitas vezes acontece isso na real.. Pessoas sem moral e intratável, e depois age como se não tivesse acontecido nada…
    Eu ri muito como voc~e descreveu o livro, bem brava! Transferiu o que sente referente ao livro para nós tb, obrigada por me salvar de le-lo. Poxa já basta a realidade com algusn pés daguas, se leio é para vivier um pouco na fantasia por uns momentos ^^.

    Agora que homem horrivelll! Devia ter uma continuação… A mocinha, encontrar um homem de vdd que a faça feliz,e esse incopetente sofrer a separação , dar uma surra nas malvadas, e se lamentar pelo resto da vida a perda.

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