Só hoje consegui me entender com o blogger para colocar este artigo aqui. Sim, já vi o filme. Sim, estou tentando terminar o livro (lembra da lista de “Carmas do LdM“). Sim, preparem-se para uma resenha muito filosófica…
E eis outra matéria do UOL sobre uma repercussão a respeito do filme! Vale olhar no link porque tem fotos que não consegui trazer para cá!
ps.: Começo hoje a contagem regressiva pro meu niver! YAY!
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08/10/2010 – 10h14
“Comer, Rezar, Amar” enche Bali de aspirantes a Julia Roberts
Gaspar Ruiz-Canela
A segunda parada é a casa-consultório de Ketut Liyer, o vidente que instiga a peregrinação de Elizabeth pela culinária italiana, o misticismo indiano e o sentimentalismo de Bali
Ubud (Indonésia), 8 out (EFE).- O filme “Comer, Rezar, Amar” transformou a ilha de Bali em um lugar de peregrinação de balzaquianas que querem imitar a atriz Julia Roberts em sua busca pela “paz interior” e, se possível, encontrar um namorado como o espanhol Javier Bardem.
No filme, Julia interpreta uma jornalista e escritora americana que, após um divórcio e uma crise existencial, realiza uma viagem por Itália, Índia e Bali, enquanto Bardem dá vida a um brasileiro por quem se apaixona no final do périplo.
O filme é baseado no livro autobiográfico homônimo da escritora e jornalista Elizabeth Gilbert, que relatou a viagem em forma de diário íntimo.
Alguns locais e expatriados de Bali – os que não vivem do turismo – não veem com bons olhos estas místicas visitantes “que buscam o eu interior”, adornadas com sáris e livros sobre ioga.
Em Ubud, situada entre campos de arroz no coração da ilha, acontece a romântica história entre Elizabeth e seu amante brasileiro, que com sua calvície e cabelos brancos está bastante longe do físico do ator espanhol.
A primeira parada obrigatória para as fãs do filme é a clínica-restaurante da “curandeira espiritual” Wayan Nuriasih, anunciada no guia de viagens Lonely Planet como um dos personagens que aparecem no livro e no filme.
Uma americana de meia idade chega com um guia na mão e um sorriso beato para uma consulta com Wayan e contempla o interior como quem visita um lugar sagrado de peregrinação.
Três mesas ocupam o hall-restaurante do lugar e, junto às estantes dos vasos de plantas, especiarias, livros de remédios e receitas, estão penduradas fotos de Wayan, Elizabeth e, até, de Julia.
A curandeira mora no andar superior com sua filha Tutti e dois jovens abandonados que adotou.
“Wayan não está nesta manhã, está rezando no templo e esta tarde tem várias consultas”, informa com uma amabilidade contagiosa um dos sete empregados na loja.
Elizabeth mudou radicalmente a sorte de Wayan, uma divorciada que vivia à beira do despejo, ao arrecadar US$ 18 mil para comprar um terreno e construir um imóvel.
Desde o lançamento do livro e do filme, não param de chegar clientes para experimentar seu menu especial de “multivitaminas”, que inclui papaia, algas, arroz vermelho e tangerina com mel e lima, por quase US$ 7 ou se submeter a um tratamento completo de saúde de cerca de três horas (US$ 95).
A segunda parada, ainda não anunciada nos guias de viagens, é a casa-consultório de Ketut Liyer, o vidente e artista que instiga a peregrinação de Elizabeth-Julia pela culinária italiana, o misticismo indiano e o sentimentalismo de Bali.
“Após ver o filme e ler o livro, vim a Bali para viver as mesmas experiências que Liz Gilbert”, explica à Agência Efe Caroline, uma sul-africana de quase 40 anos acompanhada de uma amiga.
“O melhor de ‘Comer, Rezar, Amar’ é que é uma história real. Você pode vir a Bali e visitar os mesmos lugares e falar com as mesmas pessoas da história”, acrescenta na porta do consultório de Ketut.
“Foi muito fácil encontrar este lugar, todos os taxistas de Ubud conhecem a direção”, assinala com um sorriso cúmplice a balzaquiana da África do Sul.
Embora Ketut assegure que tem 96 anos, Elizabeth explica em seu livro que poderia ter até 112 de acordo com as lembranças que contou durante suas frequentes conversas.
“Desde que o livro foi publicado, recebi muitos clientes, de Estados Unidos, Austrália e Canadá principalmente, mas também alguns da Europa e da Espanha”, afirma Ketut, vestido com um turbante e um “sarongue” amarelo.
Com gesto satisfeito após um longo dia de trabalho, o amável ancião entrega a uma funcionária do banco os honorários que cobra para ler a mão, US$ 13, e a renda do albergue e da galeria que incorporou ao negócio após a publicação do livro.
“Não posso me queixar, não posso me queixar, definitivamente Liz me atraiu boa sorte”, reconhece.
“Comer, Rezar, Amar” foi um sucesso internacional pelo estilo engenhoso e tragicômico com o qual Elizabeth conta os episódios de sua biografia, as experiências que vive na viagem e até seus pensamentos mais íntimos.
O filme, rodado com um orçamento de US$ 60 bilhões, já arrecadou mais de US$ 100 bilhões desde sua estreia, em agosto.
No entanto, muitos críticos consideram o filme “inconsistente e supérfluo”, enquanto o Lonely Planet qualifica o relato de Elizabeth como “livro maldito”, porque o considera negativo para a já movimentada Bali a avalanche provocada por “mulheres em busca de um sentido para a vida”.