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Cap. 500 – Quinta Avenida, 5 da manhã – Sam Wasson

Ciao!!!

Coisinhas sobre mim que são necessárias para entender este post:

1 – Adoro comédias românticas

2 – Adoro filmes antigos

3 – Minha musa inspiradora, ídola, diva-mor é Audrey Hepburn. Sim, do tipo “quero ser ela quando crescer”. Do tipo que comprei todos os DVDs dos filmes dela que eu gosto (A Princesa e o Plebeu, Cinderela em Paris, My Fair Lady, Quando Paris Alucina, Como Roubar Um Milhão de Dólares, Sabrina e, claro, Bonequinha de Luxo).

4 – Lembro de quando assisti à Bonequinha de Luxo pela primeira vez. Era comédia romântica, mas não era como as outras. A personagem era “maluquete” total (na minha compreensão na época, depois eu entendi o que a maluquice disfarçava), mas tinha uma elegância que deixava todo mundo sonhando em ser assim… (Tanto que já combinei com o cabeleleiro que ainda vou deixar que ele me “monte” como Holly Golightly para tirar uma foto).

Um livro que narra os bastidores de como o livro inadaptável se tornou um filme com a atriz que ninguém imaginava como protagonista é claro que chamaria minha atenção, né?

Quinta Avenida, 5 da manhã (Audrey Hepburn, Bonequinha de Luxo e o surgimento da mulher moderna) – Sam Wasson – Zahar
(Fifth Avenue, 5 A.M. – Audrey Hepburn, Breakfast at Tiffany’s, and the dawn of the modern woman – 2010)
Personagens: Bastidores da produção do filme Bonequinha de Luxo

O autor narra de forma paralela a trajetória de todas as pessoas envolvidas com a realização do filme Breakfast at Tiffany’s em 1961. As histórias – pessoais ou de conhecidos – que se cruzaram na cabeça do autor do livro, Truman Capote que resultaram na criação de uma personagem marcante, Holly Golightly, a menina que fugiu de uma vida monótona no Texas para se tornar prostituta em Nova Iorque e ter uma vida repleta de diversão.

Um livro com esta trama na passagem dos anos 50 para os anos 60 nunca chegaria aos cinemas. Afinal de contas, a patrulha conservadora censurava tudo que atentasse contra a moral da família norte-americana. Os percalços para transformar a idéia de Capote em uma comédia romântica sobre sexo, sem sexo e disfarçando bem todos os detalhes que a transformavam em uma bomba prestes a explodir para a Paramount.

O autor narra ainda como foi a formação da equipe – o roteirista que queria o emprego, mas que era julgado incompetente para realizá-lo. O diretor e o compositor que não eram as primeiras escolhas, mas herdaram a missão de descascar o abacaxi e ter lucro com isso. A escolha do elenco, as jogadas de marketing, as tramóias e decisões para cada etapa – o figurino é uma novela – e as previsíveis escolhas inadequadas para os papéis – geeeeeeeeeeente, haja paciência com algumas pessoas que se acham mais que são, isso existe em Hollywood e em qualquer lugar do mundo.

E uma atriz que não era a primeira escolha para o papel – uma garota de programa em Nova Iorque? Truman Capote tinha apenas um nomem em mente: Marilyn Monroe. Mas justamente o fato de Holly ser uma dama da vida foi o que afastou a atriz do papel. Além de detalhar como foi a estratégia para convencer Audrey Hepburn, a “princesa boa moça” a se tornar a protagonista. E revela detalhes sobre a vida dela com o primeiro marido, Mel Ferrer (que poderia muito bem ser um protagonista babaca dos romances de banca, invejoso do sucesso da esposa e fazendo o possível para controlá-la e desmerecê-la.)

O autor acredita que esta escolha – Audrey interpretar Holly – fez toda a diferença. O filme não teria o impacto que teve se fosse outra atriz. Audrey deu à Holly uma elegância que trouxe simpatia e uma condescendência com a vida que ela levava. Holly deu à Audrey a chance de experimentar algo que não havia feito antes.

Enfim, mesmo com tudo para dar errado, o filme funcionou e se tornou um dos clássicos do cinema, mesmo não sendo o do roteiro e das escolhas mais perfeitas. Mas quem disse que a vida precisa ser tão certinha?

*Ah, antes que eu esqueça: o capítulo que descreve os bastidores da gravação da festa no apartamento de Holly é ótimo! Mas recomendo que você veja o filme antes de ler, para não estragar os truques do diretor. Se você for como eu, vai cansar de rir… É uma daa festas mais sem noção que alguém poderia imaginar (a outra está no filme Um Convidado Bem Trapalhão, com Peter Sellers (o inigualável Inspetor Clouseau, da primeira versão de A Pantera Cor-de-Rosa – todos dirigidos por Blake Edwards) – que também é daquelas que você não sabe se ri, se chora de rir ou se tem uma crise nervosa pelas confusões onde o protagonista se mete…*

No mais, pegue o seu Givenchy preto, os óculos, seu donut e sonhe com toda uma vida a que tenha direito, desde que não se esqueça do que sacrificou para tê-la. Enquanto isso, Moon River como trilha sonora, vai te levar a pensar se seria legal encontrar um nome para o Gato…

– Site oficial do autor Sam Wasson. E uma entrevista com o autor no site da editora.

Bacci!!!

Beta

ps.: Culpem uma conspiração cósmica que me fez ler este livro a tempo de postá-lo hoje, no Beta’s Day. Bela maneira de comemorar meu aniversário: com o Capítulo 500 do Literatura de Mulherzinha. Obrigada a todas e todos que compartilham as páginas deste blog comigo e espero que esta parceria continue rendendo bons frutos por muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito tempo 😀

7 Comentários

  1. renanthesecond2

    Adorei o livro, Beta, pois também gosto muito do filme e acho que só o fato dele ter inspirado uma das canções mais belas do mundo já o torna um clássico! E confesso que lamentei o trecho que você cita de "gente que se acha mais importante que todo mundo". Já sabia de alguns detalhes da história, mas juro que não imaginava que a coisa era tão grave. O cara parecia tão legal… Não sei se isso justifica, mas já li algo que na época ele tinha um problema sério de alcoolismo, e demorou anos para se curar. SEm dúvida um dos melhores livros sobre os bastidores de um filme que eu li. Porque não lançam algum sobre "…E o vento levou"?

    Renan.

  2. Vivian

    oooi, eu estava distraida olhando o blog quando essa resenha me chamou atenção, eu AMOOO filmes e livros dessa epoca e entao agora começei a procurar que nem louca pelo filme. Ja ta baixando que eu to curiosa, a historia parece ser bem interessante. Adorei a dica! depois q eu ver venho aqui comentar o que eu achei!

  3. Andrea Jaguaribe

    Querida Beta,

    Acho que não encontraria tema melhor para comemorar o 500º post do LdM e, ainda por cima o Beta's Day!

    Adoro o filme e agora fiquei empolgada para ler este livro.

    Parabéns pelo dia de hoje, que você tenha momentos maravilhosos na sua vida e que continue nos presenteando com suas resenhas fantásticas, que nos fazem rir, refletir, e torna nossas vidas mais agradáveis.

    Felicidades mil!!!!

    Beijos!

  4. Sil de Polaris

    Meus parabéns com muitas felicidades pelo seu aniversário comemorado e pelo seu blog fantástico, minha querida ! Que tenha muitas felicidades pela sua vida afora, saboreando seus frutos em tempo certo, repleta de vontade em colhê-los.

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