Sim, outro post daqueles… Grego querendo vingança.
Precisa dizer mais?
Hum… Grego querendo vingança e armando o circo para deixar o alvo indefeso…
Ahá, aposto que você já viu este filme, digo, livro… E se estiver disposto a ler de novo…
(avisando: tem alguns spoilers. Desculpem a blogueira irada com a trama.)
Orgulho & Lealdade – Chantelle Shaw – Paixão 198 (Por pura vingança)
(Proud greek, ruthless revenge – 2009 – Mills & Boom Modern Romance)
Personagens: Tahlia Reynolds e Thanos Savakis
Thanos tinha sede de vingança e não iria sossegar até cumprir a missão: as pessoas responsáveis pelo sofrimento de sua irmã teriam que pagar. Por isso, chegou o momento de voltar as baterias para Tahlia Reynolds, retratada pela imprensa como baladeira, namoradeira e até mesmo destruidora de relacionamentos. Tahlia precisava ajudar a salvar a empresa do pai e para isso depositava suas esperanças em um comprador – na verdade, era Thanos que pretendia destruí-la… Até ter o interesse em mudar as regras do jogo: compraria a empresa, mas exigiria o pagamento na cama dele.
Comentários
– Por que os gregos sempre pensam que: 1) estão certos 2) sabem tudo sobre todos 3) têm o direito de ser promotor, júri, juiz e carcereiro. 4) não se importam em perseguir, assediar, humilhar suas vítimas 5) e não abaixam a crista quando a verdade praticamente samba na cara deles.
– Sério, isso deve ser pior que responder “Afinal, o que as mulheres querem?” Acho que estou ficando meio enjoada deste tipo de livro, assim como estou estressada com o estereótipo “italiano sabe-tudo vingativo”. Não sei se pelo fato de ter lido muitas histórias assim, fico bastante indignada ao fim. Afinal de contas, como o Renan já até comentou em um dos posts de livros do gênero, não é possível que exista apenas a mesma trama: as mocinhas não reagem, se submetem, desenvolvem algo à la “síndrome de Estocolmo” (a “refém” se apaixona pelo “carcereiro”), os protagonistas masculinos (me recuso terminantemente a chamá-los de “heróis” – acho que nem para “anti-heróis” servem) fazem o que querem e o pedido de desculpas – quando existe – é arrancado à fórceps. E você que estressou o livro inteiro com os desmandos dele e a anuência forçada dela, não tem direito nem a um alívio dos felizes para sempre, porque geralmente ela termina grávida ou já aparece radiante e feliz cercada por uma ninhada de crianças fofas de comercial de margarina com um marido apaixonado e cuidadoso. Você acredita em milagres vapt-vupt? Como boa escorpiana mal humorada, eu duvido!
– Thanos tem evidências de que Tahlia era amante do marido da irmã e, portanto, co-responsável pelo acidente que a deixou em estado grave no hospital. Então, ele se dedica à punição dela: descobre que a empresa da família está com problema (é incrível como sempre há uma forma de chantagem usando um ponto fraco da vítima), usa uma empresa de fachada para demonstrar interesse, marca o encontro onde pretende dizer-lhe algumas verdades e comunicar que comprará a empresa para fechá-la. Mas ao ser surpreendido com a forte atração que sente por ela, decide colocá-la em teste: promete a salvação para a empresa se ela aceitar se tornar amante dele, com a conhecida “sutileza” de outros personagens (sim, eu já vi este filme, mas a antipatia é a mesma)
– Quero levá-la para a cama e apreciar o seu corpo deleitável, que você compartilha com numerosos amantes. (p. 46)
– Neste caso, talvez eu possa tomar o que você dá tão livremente para outros homens. (p.48)
– Tahlia se recusa, óbvio, mas a necessidade a obriga a aceitar a proposta indecente (por conta de uma causa muito nobre, o pai dela teve que hipotecar a casa da família e agora o banco quer cobrar a dívida, que só pode ser paga se a empresa for vendida). Ela o procura novamente e ele começa o festival de humilhações: a inspeciona como se fosse uma escrava (manda que ela tire o vestido para verificar atentamente o que estava comprando. Sério, fiquei pensando que iria vistoriar os dentes em busca de cáries.) e comunica que eles viajarão juntos para uma ilha onde ele quer implantar um hotel e ele terá tempo livre para “apreciá-la” (sim, este é o termo usado por ele). Ao vê-la assediada por um executivo em um jantar, pressupõe que a culpa é dela (o fato do homem ser um tarado cretino o torna uma ‘vítima’ tão indefesa…). Ela tenta dizer que não teve culpa no acidente da irmã dele e que não era o que ele estava pensando, mas ele não tem a menor vontade em escutar (precisa? Ele está sempre certo!) porque quer logo que ela cumpra a parte no acordo. E então, demora (afinal de contas, o moço em questão é tão suave como lixa de parede) para ele entender que ela não tinha a menor idéia do que aconteceu naquela cama (sim, as mocinhas são sempre virgens despreparadas para o mundo. No caso desta, ainda por cima, azarada, coitada porque dormiu com um egoísta em todos os sentidos que você puder imaginar, mas, mesmo assim, ela ainda alimenta esperanças românticas) e só então, ele desenrola o novelo da história pelo ponto de vista dela e, ops, as coisas não eram bem do jeito que ele imaginou…
– Você era virgem, não era? – perguntou baixinho.
Tahlia não respondeu, mas o súbito rubor do rosto dela o preencheu com culpa e remorso, e outras emoções que não poderia definir.
Raiva da sua própria estupidez o assolou, e um nó se formou em sua garganta.
– Por que você não me contou?
O olhar de fúria no rosto de Thanos fez Tahlia se sentar e cobrir os seios com o lençol
– De que teria adiantado? – perguntou ela – Você me considerava uma prostituta imoral que tinha seduzido seu cunhado, assim como metade da população masculina de Londres. Teria acreditado se eu lhe dissesse que era completamente inocente? (p. 92/93)
– E eu vou parar de dar detalhes por aqui, quando ainda restam umas 90 páginas, porque já dá para entender que um relacionamento que começou torto, não vai se arrumar da noite para o dia. Ainda mais com um grego com direito a recaídas constantes (beirando o perene) no machismo e na arrogância. Nada diferente, porque é incrível como o protagonista (este não exceção) é tão obtuso que nunca investiga a fundo o “alvo” (ou sempre há uma falha de apuração e geralmente é o detalhe que inocenta a mocinha), nunca enxerga os sinais de que ela não é o que ele pensa (neste livro, ele percebe várias vezes que ela está nervosa e até debocha da capacidade dela enrusbecer para fazê-lo crer que não era o que ele tinha certeza de que ela era e se surpreende ao entrar no quarto dela e não encontrar uma decoração digna de bordel francês mostrado no cinema oh la la, cuida de um gato abandonado e perdeu um namorado de forma trágica), sempre acredita em tudo que a imprensa de fofocas publica sobre a “alvo” (desde quando imprensa de fofocas é fonte confiável de informações???). Tudo por questão de orgulho: lá pelas tantas, você começa a se questionar se vingar a irmã não era uma desculpa esfarrapada para o orgulho dele, em alguns momentos, pretensamente ferido, agir a torto e direito (na cena do “pagamento da dívida” fica clara a revolta dele por não ter sido melhor que os supostos amantes anteriores. E quando ela tem evidências que o colocam sob suspeita, ele reage pior ainda – como se estivesse realmente acima de tudo e todos e só tivesse feitos coisas legais e fofas na história… Sim, este protagonista é um dos mais “EU! EU! EU!” que li na vida) e dependemos do altruísmo ou não dele para definir a mocinha, que vai de “prostituta” a “ágape” dependendo do contexto do ego dele.
– Enfim, vou limitar livros assim de acordo com o meu humor. Não deu nem para sentir prazer com o momento “vergonha alheia” tamanha a raiva que eu já estava e desejando um promotor carrasco para processar este protagonista. Talvez a turma que entenda de Direito e visita o LdM pode me explicar que tipo de processos este imbecil poderia responder e ser condenado a quanto tempo de prisão. Nem sei se apenas a Maria da Penha dá conta, se dá para incluir “incentivo à prostituição”, além dos de sempre: maus tratos, calúnia, injúria e difamação.
– Vale visitar o site da autora para conhecer mais sobre ela e outros livros. Apesar disso aqui logo na página de abertura: Chantelle Shaw’s latest novel for Mills and Boon, Proud Greek, Ruthless Revenge, is sure to delight fans of Modern Romance everywhere! With its sexy hero, spirited heroine and deft balance of passion, deception, emotion and intensity, Proud Greek, Ruthless Revenge is guaranteed to keep readers gleefully turning the pages late into night – and eagerly awaiting the next powerful romance from the pen of this terrific romantic novelist!
o.O Depois dessa, acho que li o livro errado… Ou meu mau humor causou um estranho tipo de dislexia onde eu definitivamente não entendi o que a autora quis dizer…
Bacci!!!
Beta
kkkkkkkkkkkkkk
ameii… vc esta certissima.. os livros sempre mostram um "mocinho" mais malvado que vilao em novela das oito da globo kkkkkkkk
bjaa
Talvez eu leia sobre esse grego obtuso … Eu adoro seus gregos obtusos que estressam você porque eles estressam você ! ^^ Essa vingança em nome de sua irmã pareceu-me interessante … ^^