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Cap. 830 – Código Mourinho – Juan Carlos Cubeiro e Leonor Gallardo

Ciao!!! 

Este foi um dos livros
ligados a esporte – futebol, especialmente – que acrescentei à minha coleção,
durante as compras na Wook
.
Sim, 2014 será o ano “vou diminuir a pilha²” (bem, se não fizer, não terei
espaço para novos livros). Para abrir os trabalhos, um livro sobre o
controverso e polêmico aniversariante do dia: José Mário dos Santos Mourinho
Félix.
Código
Mourinho: decifrar o êxito do Special One – Juan Carlos Cubeiro e Leonor
Gallardo – Planeta
(Código Mourinho –2012 –
Planeta Manuscrito)
Personagens: entender os
conceitos de liderança praticados pelo técnico José Mourinho
Quando eu
escolhi este livro para comprar, estava interessada em mais informações sobre o
então técnico do Real Madrid, José Mourinho, que completa 51 anos hoje. O
treinador português famoso por montar times que disputam (e ganham) títulos,
pela expressão mal-humorada, pelos confrontos épicos com a imprensa e os não
fãs do trabalho dele. E que justifica a expressão “ame ou odeie”. Fiquei
curiosa pela proposta deste livro (que não é uma biografia): analisar o método
de trabalho do treinador e relacionar com os conceitos de liderança de equipe e
gestão desportiva. Os autores são especialistas nisso e aplicaram o estudo
neste objeto interessante. O livro não tem entrevista exclusiva com Mourinho –
ainda mais porque a persona pública dele não morre de amores por jornalistas (e
a persona privada só é conhecida pela família e por amigos mais íntimos) – e
eles usam muito do que é mostrado pela imprensa, seja a oficial dos clubes onde
trabalhou ou as dos países (prós e contras) onde morou.
Os autores
detalham o que se pode apreender do modus
operandi
de Mourinho de lidar com os clubes, com a equipe, com os
torcedores, os adversários, os fãs e os não-fãs, as trocas de equipe, o
relacionamento com os fieis escudeiros (os homens de confiança com quem ele
sempre trabalha, não importa onde vá). O livro analisa a passagem por União de
Leiria, Porto, Chelsea, Inter de Milão e os dois primeiros anos no Real Madrid
– a terceira temporada em 2012/2013 foi a última e o técnico voltou ao Chelsea,
onde está atualmente. Gostei do comparativo das primeiras entrevistas em cada
clube – o fato de ele ter chegado em três países diferentes, Inglaterra, Itália
e Espanha falando o língua local, diferente do Português nativo dele. O fato de
ter se assumido como “The Special One” logo na chegada, alcunha usada primeiro
como deboche e, depois, como status que o diferenciava dos demais.
Algumas
coisas eu já havia percebido pelo acompanhamento que fiz enquanto detestava o
português – ele foi técnico do Chelsea, eu prefiro o Liverpool (o livro me
surpreendeu ao contar que Mourinho preferia ter ido pro Liverpool, mas o time
vermelho preferiu o traíra do Rafa Benítez – clique aqui se você não sabe porque detesto ele
) e houve uma época em que os dois times se
encontravam o tempo todo em competições e sempre, sempre dava confusão (o
acerto de contas eterno entre Xabi Alonso e Frank Lampard garantia o clima de
“ok, quem será expulso hoje?”). Depois Mourinho foi pra Inter de Milão e, como
já disse, torço pra Fiorentina. Foi nesta época que comecei a ver Mourinho com
outros olhos. O motivo: ele veio participar de um evento no Brasil e deu uma
longa entrevista ao Sportv em 2008 (até procurei o link, mas só achei estevídeo
). Ele foi simpático, falou sobre vários assuntos, foi
muito simpático e esbanjou conhecimento sobre futebol. Claro que isso atrairia
a minha atenção, né? Então ele foi para o Real Madrid para ser o salvador que
anularia o Barcelona de Guardiola, que estava no auge do poder de fogo do
tikataka (aquele estilo de manter a posse de bola e ficar tocando até conseguir
uma brecha que permita chegar ao gol e marcar). Conquista amigos e inimigos nos
lugares com uma facilidade incrível. No caso do Real Madrid, que acompanhei
mais de perto, a briga com a imprensa afetou o vestiário. Mourinho queria
isolar o time e afastou jornalistas que tinham acesso aos bastidores. Além
disso, aos poucos, foi afastando/se livrando de todos que considerava não
adequados ao projeto dele (não acreditei quando soube que ele conseguiu tirar
Guti e Raúl do Real Madrid. Isso foi chocante. Achei que Raúl só sairia do
clube quando se aposentasse. Ou nem assim). À imprensa catalã – que considerava
Mourinho o mal supremo do futebol – se uniu a imprensa madrilenha. Imaginem
como as entrevistas coletivas eram animadas… até quando ele não ia. Chegou ao
ponto dos jornalistas espanhóis se retirarem da sala em uma das vezes que ele
mandou o assistente, Aitor Karanka, para falar na coletiva. O livro fala na
demonização do personagem “Mourinho técnico”, reforçando o fascínio que os
vilões exercem sobre as pessoas (eu que virei #TeamLoki sou comprovação disso)
– Infelizmente
o livro não analisa as causas da saída dele do Real Madrid… Renderia um
capítulo interessante, avaliando onde houve falhas na metodologia dele. Pra
quem não acompanhou, ele angariou inimigos em Madrid como eu compro livros. Os
piores estavam mais perto – jogadores suspeitos de vazar para a imprensa
bastidores e desavenças internas para minar o técnico. A partir do momento em que Mouinho puniu o
principal suspeito de ser o “delator”, o goleiro e capitão Íker Casillas
, alegando que a reserva era por por “deficiência técnica”
instalou-se um quiprocó que podemos resumir como “diabo na casa de Cristo”.
Para a imprensa, se Mourinho era o mal encarnado, agora era mais que um capeta.
A torcida ficou dividida entre os partidários do técnico mourinhistas e os de Casillas. Não tenho informações privilegiadas,
mas realmente Casillas cometeu uma série de falhas que normalmente não costumam
acontecer com ele e, que se fosse qualquer outro goleiro, teria sido barrado
muito antes. No entanto, o fato de namorar uma jornalista e ter boa relação com
a imprensa o transformava no “principal suspeito”. Talvez algum dia haja mais
informações comprovadas que partidarismo nesta história… Mourinho foi embora,
retornou ao Chelsea e Casillas continuou sem ser titular incontestável (o novo
técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, deixou Casillas titular nos jogos das
Copas do Rei e da Liga dos Campeões e o Diego López é o titular na Liga
Espanhola).
O
interessante é que os conceitos discutidos no livro podem ser aplicados em
qualquer lugar: desde a família até o emprego, mesmo que não tenha nada a ver com
futebol. São estratégias universais para convivência e trabalho em equipe – e
fiquei feliz em perceber que praticava algumas sem saber (na verdade, resultado
da filosofia que o vôlei implantou na minha vida. Para uma pessoa antissocial
como eu, só o esporte para ensinar as vantagens de trabalhar em equipe). E eu
uso isso descaradamente na minha vida profissional. Em resumo, foi uma leitura
rápida e proveitosa. Agora vou procurar uma biografia do técnico português mal
humorado…

Links: Wook
; editora

Bacci!!


Beta

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