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Cap. 948 – Giane: Vida, Arte e Luta – Guilherme Fiuza

Ciao!!!


Comprei
este livro em um rompante na Bienal 2013 no Rio de Janeiro. Ele não estava na
minha lista e acabou sendo um dos primeiros a vir comigo, porque estava no
primeiro stand que visitei.
Giane: Vida, Arte e Luta –
Guilherme Fiuza
(2013
– Sextante)
A
imprensa deu ampla cobertura ao tratamento contra o câncer no sistema linfático
que salvou Reynaldo Gianecchini. O interessante em ler a biografia é ter o
ponto de vista dele, porque foi feito um circo de uma coisa muito séria. Então
é a vez de quem estava fragilizado poder dar a opinião. Narrado em terceira
pessoa, a partir da costura de depoimentos dos parentes, dos amigos, dos
médicos, além de Giane, entremeia a narrativa sobre a carreira dele como modelo
e, em seguida, ator, com a descoberta, os altos e baixos do tratamento para o
combate e a cura do câncer no sistema linfático.
O
relato da infância e adolescência no interior, a convicção de que iria sair de Birigüi
para conhecer o mundo. A disposição para dizer “sim” às oportunidades, mesmo
quando parecia que não daria em nada o levou da faculdade de Direito para os
editoriais da moda, que foram o passaporte para o desejo dele de viajar o
mundo. Dos perrengues da carreira como modelo, marcada por entressafras e por
depender de ter o perfil exigido pelo mercado, pela empresa, pela grife. Nestas
andanças pelo mundo, encontrou uma de suas musas, a jornalista Marília
Gabriela, com quem foi casado. Quando a carreira de modelo deixou de parecer
tão atraente, partiu em busca de outro desafio: ser ator. Começou no teatro,
foi garimpado “ainda verde” para a televisão, para a pressão de estar envolvido
no triângulo amoroso da novela Laços de Família, com Vera Fischer e Carolina
Dieckmann. Emendou trabalhos no teatro, no cinema e na TV, surpreendeu como o Pascoal em Belíssima,
lidou com o fim do casamento e traições de pessoas próximas, além de estar
constantemente envolvido em boatos (o livro fala sobre a boataria envolvendo
namoradas, affairs e até de que ele seria gay) e estava de volta ao teatro
quando teve que parar tudo para cuidar da saúde.
Se
você tem ou teve na família ou conhece alguém que enfrentou alguma forma de
câncer sabe o quanto esta doença é cruel e devastadora. Torna-se uma prova de
fé na capacidade de superação, confiança no conhecimento dos médicos para
receitarem o tratamento correto. Viemos do Outubro Rosa, estamos no Novembro
Azul e fica o alerta: melhor prevenir sempre que for possível.
É
uma doença que não escolhe sexo, cor, idade, orientação religiosa, bons ou maus
caráteres. O fato do jovem, aparentemente saudável, bonito, bem-sucedido ator
ser diagnosticado transformou um processo doloroso e íntimo em quase um circo.
Digo “quase” porque em vários momentos o livro relata a imprensa abusando do “direito
de informar”, o próprio hospital e clínicas em xeque (o diagnóstico vazou para
a imprensa com requintes de detalhes. Fora que, em diferentes momentos, amigos
e familiares contiveram o ímpeto de alguns profissionais da saúde que queriam
dar coletivas e mais coletivas sobre o estado do paciente). Exato, mais alguns
exemplos que deixam esta blogueira que é jornalista e também ser humano com
pessoas próximas nesta batalha com muita vergonha alheia.

2011 foi um ano difícil. Pouco antes do
diagnóstico de Giane, o pai dele foi diagnosticado com câncer no pâncreas, o
que exigiu da família montar estratégias para acompanhar o tratamento dos dois.
O pai não resistiu, mas o filho lutou – e não foi fácil, teve de tudo na
jornada dele na recuperação da saúde, incluindo falha durante procedimento
cirúrgico e algumas complicações raras. Muitas pessoas enviaram manifestações
de amor e torcida, o que ele relatou que ajudaram. E espero que todo mundo
encontre uma Cláudia Raia, uma amiga para todas as horas e que compra as brigas
necessárias, além do apoio incondicional nas horas mais difíceis.
Este
livro ficou mais de um ano morando na cabeceira da minha cama. Estava com medo
de ler e mexer em uma dor e em lutas recentes. Até que neste ano decidi que
maior que o medo era a minha necessidade em alimentar a esperança. E nada mais
importante para reforçar isso do que o relato de quem passou por isso – e de
quem o acompanhou nesta jornada. Encontrei o reforço que procurava para manter
a esperança em dias melhores e vitoriosos.  
– Links: Goodreads;
Trecho do livro e uma curiosidade: o livro está à venda em Portugal – confira na Wook
Bacci!!!

Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Eu pedi a deus um dia, muitos anos atrás, para que ele livrasse-me de línguas alheias. Mas essa postagem lembrou-me de que eu mesma não fui muito cortês com estes dois atores citados como eu esperaria que outros fossem corteses comigo. Ela foi muito amiga. Ele foi muito corajoso. Eu espero que ambos sejam muito felizes em suas vidas, com tudo o que estiver adiante em seus caminhos afora.

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