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Cap. 1071 – Outlander: o resgate no mar, parte 2 – Diana Gabaldon

Ciao!!!


É o seguinte: para continuar
lendo a série você tem que AMAR ou pelo menos TOLERAR o estilo de escrita da
autora.
E eu tenho sérias dúvidas de
ser capaz do segundo (do primeiro, já desisti). Nem pelo Jamie.
Outlander:
o resgate no mar, parte 2 – Diana Gabaldon – Saída de Emergência
(Voyager
– 1994)
Personagens: Claire Randall
Fraser, Jamie Fraser e minha (falta de) paciência
Após deixarem Edimburgo para
trás, Jamie levou Claire e o sobrinho jovem Ian de volta a Lallybroch sabendo
que não seria propriamente recebido com alegria pela irmã e pelo cunhado. Após
uma descoberta de mais um aspecto da vida de Jamie nos 20 anos em que estiveram
separados, quase que Claire o abandona e quase Jamie é morto. Para fechar esta
página, eles precisam do dinheiro e, na tentativa de conseguir, outra
complicação: joven Ian é sequestrado e levado em um navio. Jamie e Claire dão
um jeito de partir no resgate do sobrinho em outra jornada repleta de
imprevistos, doenças, reencontro e mais riscos.
Comentários:
– Diana Gabaldon, vamos ter
uma conversa, de prolixa para muito prolixa. Eu sei o que é ter amor às
palavras. Sei o que é escrever em muitos parágrafos o que outras pessoas
escrevem em muito menos. Por isso, sei que precisamos ter limite. Entendo que a
sua pesquisa é tão extensa que tem horas que parece relato detalhadíssimo de
quem viveu o tempo onde é narrada a história. Sei que nem todos você tem muitos
fãs que amam tudo, as vírgulas, as pausas, os relatos dignos de epsiódio de ER
ou de curso intensivo de geografia, botânica etc e tal.
– Só que existem as pessoas
como eu, que entram em desespero cada vez que a história entra em hiato para o
detalhamento de algo que eu até queria ver voltar depois, mas duvido que isso
aconteça. E neste livro isso ficou evidente. Afinal de contas, a justificativa
do “Resgate no mar” que batiza esta parte e a antecessora só surge na página
144, quando o Joven Ian é levado.
– Ok, entendo que muito
precisava ser construído para chegar a este momento: as pesquisas de Claire,
Brianna e Roger na primeira fase sobre o que ocorreu com Jamie e a
possibilidade de ele ter sobrevivido à Culloden; a decisão de voltar para a
Escócia do século 18. O reencontro de duas pessoas que se amam após 20 anos sem
se ver. Será que ainda existe o amor ou apenas na imaginação deles? No entanto,
a vida de Jamie após o massacre de Culloden não foi fácil e ele tomou algumas
decisões arriscadas. Claire ressurgiu em um destes momentos onde, de novo, a
cabeça dura, linda e ruiva dele está ameaçada. Entendo que ele não despejou um
“esta foi a minha vida sem você”, o que levou a descobertas chocantes e
irritantes para Claire (uma inclusive foi resultado de uma ação de uma pessoa
que antes a amava e demonstrou que não morreu de amores pelo retorno miraculoso
dela). A minha pergunta é: precisava de quase 700 páginas para isso? Ou se
preferir, um livro inteiro até chegar ao motivo deste livro!
– Então temos o mesmo
problema dos livros anteriores: quando a gente pensa “OK, começou. Agora vai
engrenar”, a trama realmente anda por um tempo… Até encontrar uma curva e
parar para admirar a paisagem. Temos as discussões de relacionamento entre
Claire e Jamie, porque ambos querem – e ao mesmo tempo não querem – saber o que
cada um viveu com outros parceiros enquanto estavam separados. Isso eu ainda
entendo a necessidade. Afinal de contas, 20 anos não são dois segundos. No
entanto, eu – inocentemente – achei que não tinha como ser detalhista nas ações
dentro de um cenário claustofóbico como um navio no século 18. #PegadinhadaDG.
Ela encontrou forma de ser muito detalhista (em se tratando dela é redundância,
mas me perdoem) na narrativa da viagem de Claire e Jamie. Como as opções não
era muito variadas, rodou o tempo todo em torno de Claire exercendo a medicina
(da forma como dava) em um navio (que está longe de ser esses cruzeiros que a
gente vê atualmente) do século 18.  E me
chamem de fresca, porque sou mesmo, provavelmente os anos sem ver ER me amoleceram,
porque não dei conta de imaginar os cenários que ela tão meticulosamente descreveu
– é quase um convite à hipocrodria. A vontade foi de ligar pro meu médico e
pedir uma bateria de exames.
– Ah, claro, é tanta
informação passando pela nossa narradora onisciente e onipresente favorita que
uma delas, tão relevante, passou batida pela heroína até a hora da cena “mas,
oh, como assim?”. Eu, igualmente atolada na overdose de informações sobre
doenças e insetos nojentos (aranhas não são necessariamente algo que eu queira
encontrar nem na vida nem na arte), consegui perceber – porque cismei com o
sobrenome do personagem. Em compensação tinha me esquecido de outro personagem
a tal ponto de imaginar que ele tinha caído do céu até citarem a participação
dele em uma cena importante da parte 1 e eu “ok, potássio na lista de pedidos
pro médico porque o HD mental deu pau…”
– Entre momentos “pare um
pouquinho, descanse um pouquinho, 550 km”, a trama chega ao trecho final
(porque graças a Deus o Caribe by DG se resumiu a poucas ilhas, porque se ela
resolve citar todas, Jamie e Claire estavam brincando de pique-esconde um do
outro, e dos piratas e da marinha inglesa até agora). E aí veio minha raiva.
Porque gastou cerca de 900 páginas para chegar ali e me arruma um desenlace com
flashbacks explicativos e uma solução tão corrida que eu juro que tive que ler
o mesmo trecho duas vezes para entender o que houve e ver quem estava onde.
Ainda mais porque temos o aparecimento de uma criatura que me fez ficar “Ok, é
tipo filme da Marvel, né?” (acabei de dar um meio spoiler só pra quem entendeu
a referência, como diz o Capscolé em The
Avengers
). Claro que o livro termina sem terminar, abrindo gancho para a
próxima parte ao apresentar o local onde eles foram parar.
– Moral da história: o
detalhismo que tomou whey da autora minou a minha paciência. Amo Jamie, mas não
sei se tenho forças e interesse para encarar a parte 4. Ainda mais porque posso
até imaginar: mais provas ao amor dele, mais perigos em uma terra desconhecida,
mais Claire não seguindo orientações ou Jamie se colocando em riscos, muitas
explicações sobre doenças e formas de tratá-las no século 18 (“Meu reino por
penicilina”, bradará Claire em algum momento), DRs, teimosia e um amor
resistindo aos testes cada vez mais agressivos. Isso se não entrar mais gente
para esta história que vai além do tempo, dos limites e da paciência do leitor.
Não, não li resumo nem spoiler do que vem por aí. Apenas intuição diante de
fatos dos livros anteriores.
– Estou perto de declarar minha
independência. Convencendo minha mente de que, após tanto desassosego,
desgraça, tragédia, babado, confusão e gritaria, Jamie finalmente será feliz.
Se a curiosidade for maior que todas as ressalvas e que tenho e tudo que não
gosto na série, talvez eu leia. Talvez.
– Eis a ordem dos livros que
estão sendo relançados pela Saída de Emergência na série Outlander:
1. Outlander  A viajante do tempo 
2. Dragonfly
in Amber
  A libélula no âmbar 
3. Voyager  O
resgate no mar
 parte 3.1 e parte 3.2
4. Drums
of Autumn
  Os
tambores de outono
5. The
Fiery Cross
  A
cruz de fogo 
6. A
Breath of snow and ashes
  Um
sopro de neve e cinzas
7. An
Echo in the Bone
  Ecos
do Futuro
8. Written
in my own heart blood
 
Bacci!!!

Beta

2 Comentários

  1. Sil de Polaris

    Zeus, suas postagens escritas sob raiva intensa contra autor ou romance são ótimas mesmo !!! Eu estive divertindo-me um bocado ao ler suas palavras, hihihi !!! … Eu sei que você está com paciência muito curta e quase inexistente para com esse estilo dessa autora, mas lembre-se que você correria risco de ter que reler se quisesse completar essa saga mais tarde (se parar de acompanhar agora). Força, pelo ruivo !!!

  2. Luna

    kkkkkkkkkkkkkkkkk… Ai, Beta! Concordo com a Sil de Polaris, você deveria seguir lendo a série pelo menos pelo Jamie. 😀

    Eu sou totalmente louca por essa história! Ainda não li nem a primeira nem a segunda parte do terceiro livro, mas é algo que acontecerá em breve. Ansiosa para ver meu casal querido junto outra vez.

    Bjs!

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