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Cap. 1137 – Holy Cow: uma fábula animal – David Duchovny

Ciao!!!

Estou
naquela turma que conhece o David Duchovny majoritariamente do “Arquivo X”.
Não, a fanática no seriado era a minha irmã. Eu via por tabela e geralmente
chiando (o episódio dos insetos? Da criatura de olhos vermelhos que ficava numa
árvore? Do cara da escada rolante? SOCORRO).
Não
sabia que ele escrevia. E foi um bom cartão de visitas.
Holy Cow: uma fábula animal – David
Duchovny – Editora Record
(Holy
Cow – 2015 – King Baby)
Personagens:
Elsie Q
Elsie
era uma vaca feliz com a sua rotina, até que fez a descoberta que mudou o
sentido de tudo para ela: percebeu que estava em uma fazenda e qual o destino
dela e dos outros animais. Em choque, começou a pesquisar e descobriu que as
vacas eram sagradas. Portanto, a solução era ir para a Índia. Só que o plano de
fuga se torna conhecido e ela ganha companheiros inesperados no plano. Com um
humor peculiar e observações irônicas sobre tudo que presencia, Elsie narra uma
jornada sobre identidade, sonhos e descobertas.
Comentários:

Gente, que narradora deliciosa é a Elsie Q. Ela rumina e divaga, mas faz a
história andar. Podia bem dar um tutorial de narração em primeira pessoa para
outras colegas personagens por aí, hein? Como já antecipei, ela era uma vaca
feliz em sua “bovinidade” (amei este termo do resumo oficial) até descobrir que
qual era a verdade fora da rotina ordenha-pasto-soneca. Como desde sempre o
conhecimento traz choque e desconforto. Neste caso, resultou em inconformismo
que levou à busca por mais conhecimento que culminou em um plano de fuga desta
realidade para uma idealizada: ir para a Índia, onde as vacas são sagradas.

Claro que ela não irá sozinha. Conseguirá parceiros tão interessados quanto ela
em fugir da fazenda rumo aos seus paraísos idealizados, onde imaginavam que não
estariam mais em risco. Ao lado de Jerry, o porco, e Tom Turquia, o peru que
não se permite engordar, Elsie embarca em uma jornada. Claro que, como comenta
o *chamado por ela de* cow-autor,
alguns trechos vão parecer meio inverossímeis, mas ele atribui às licenças
literárias da narradora, quase aquela coisa de “quem conta um conto aumenta um
ponto” somado com “dourando aqui e ali a pílula”.
– No
entanto, nunca pensei que o mundo pudesse ser tão divertido sob o ponto de
vista de uma vaca. Elsie discute com a editora, que dá muitos pitacos para a
obra não somente ficar vendável como livro, mas também como possível adaptação
cinematográfica. (E sim, dá para enxergar como animação, das engraçadas,
adultas e sarcásticas): lotando de referências que agrade ao público-alvo –
porque ela mira nas crianças para acertar os adultos. Exercita um olhar crítico
em cima dos humanos que muitas vezes são criaturas extremamente irracionais,
com hábitos absolutamente inexplicáveis quando analisados de fora.

Sob a condução espirituosa, marrenta, crítica e divagante de Elsie, a gente
compra o plano maluco elaborado e praticado por uma vaca, um peru e um porco. E
não, não é piada. Eles acabam servindo como uma possibilidade de nos analisamos
como reagimos diante de sonhos e obsessões. Como a gente encara fatos
inevitáveis da vida. Como a gente se depara com a realização dos sonhos. E com
as frustrações que a vida se encarrega de colocar no caminho de quem idealiza
demais e não se prepara para outros. Elsie se torna senhora do próprio destino
e nos diverte muito ao compartilhar conosco a sua história.
Bacci!!!

Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Uma perspectiva de vida vista pelos olhos de uma vaca … Eu não sabia que esse ator era autor, sequer sabia também que ele tinha uma veia cômica. Eu adoraria matar minha curiosidadezinha simples em saber como foi que uma vaca ocidental ficou sabendo que vacas são sagradas pelas terras hindus, que estão um tanto quanto muito, muito, muito longe de seus pastos verdejantes, por detrás de suas cercas …

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