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Cap. 1360 – A febre do amanhecer – Péter Gárdos

Ciao!!!

É uma história tão incrível que parece ficção. Mas
foi real. Mostrando como o amor é realmente capaz de operar maravilhas.
A
febre do amanhecer: uma história de amor depois da tragédia da guerra – Péter
Gárdos – Companhia das Letras
(Hajnali láz – 2015 – Libri Kiadó)
Personagens: Lili Reich e Miklós Gárdos
Dois jovens húngaros tinham muito em comum em 1945:
sobreviveram aos campos de concentração na Hungria, foram localizados quase à
beira da morte e foram enviados para hospitais na Suécia. De um deles, Miklós
Gárdos pediu papel e lápis e escreveu para 117 jovens que nasceram na mesma
cidade que ele. O objetivo: encontrar uma futura noiva. Algumas responderam,
mas foi a carta de Lili Reich que deu certeza de que ele encontrou a prometida.
Este foi o ponto de partida de uma história que parece ficção, mas foi muito
real. E mostra do que o desejo de amar e ser amado é capaz.
Comentários: 

Meu pai e
minha mãe se corresponderam durante seis meses, até se casarem em Estocolmo. Eu
não soube da existência dessas cartas por cinquenta anos. Depois da morte do
meu pai, minha mãe, quase num gesto casual, estendeu-me dois maços de cartas,
um amarrado com uma fita azul; e o outro com uma fita escarlate. Passados dez
anos, escrevi a primeira versão deste romance
”.

O resumo da contracapa já entrega o quanto esta
história é especial. O autor, Péter, é o filho de Miklós e de Lili e soube de
detalhes da história dos pais – que sempre foi contada a ele em tom de
“anedota” ao receber as cartas. Depois de ler, ele a transformou em um livro e
em um filme (sim, fui pesquisar e descobri que Péter é diretor e também fez a
versão para cinema).
Miklós e Lili sobreviveram aos horrores da guerra,
mas em péssimas condições de saúde. Em um hospital da Suécia, ele, aos 25 anos, recebeu o
diagnóstico de tuberculose e sérios problemas pulmonares. O médico não dava
mais de seis meses de vida a ele. Em outro hospital, ela, aos 18, recebia tratamento por
causa de problemas renais e do baixíssimo peso. Em um determinado momento da
história, o médico conta que como percebeu que ela ainda estava viva e é um
relato extremamente chocante entender o quão perto da morte ela esteve.
Miklós ignorou o diagnóstico que recebeu e fez um
levantamento de 117 moças judias húngaras de Debrecen que estavam em hospitais
na Suécia. Ele escreveu para todas elas a mesma carta, mudando o nome, onde
dizia que talvez se conhecessem e que gostaria de se corresponder com elas.
Algumas responderam e Lili foi uma delas. E ao ler a carta, Miklós soube que
ela era quem ele procurava. Em seis meses, eles trocaram muitas cartas. Foram
se conhecendo, se estranhando, se confortando nas palavras um do outro. E é
incrível o efeito que Lili causou em Miklós e vice-versa – como que eles
embarcam sem freios em uma história que pareceria insana para as outras
pessoas.
– Em uma jornada marcada por improvisos, planos
mirabolantes (como as ideias para que eles possam se encontrar pela primeira
vez), algumas notícias ruins, diagnóstico grave, duas pessoas que nunca se
viram se apaixonam pelo fato da outra existir. No meio disso, a gente pode
perceber o desejo de deixar para trás o período do Holocausto, as perdas que
eles não conseguiram esquecer, a incerteza sobre o destino de pessoas queridas
e mesmo sobre o que seria da vida deles agora. E ainda há espaço para pensar em
fé – porque a sensação de “onde estava Deus quando houve tudo isso?” não é
deixada de lado. E confesso que não esperava a explosão de uma determinada
pessoa sobre este assunto – em um diálogo extremamente sincero e dolorido.
– A leitura me fez refletir sobre o quanto tempos
sombrios exigem força e amor para serem superados. A 2ª Guerra Mundial e o
Holocausto foram um dos pontos onde a humanidade se mostrou o seu pior.
Atualmente estamos às voltas com violência em suas diferentes formas e não
duvido que você não tenha se perguntado se ainda vale a pena lutar por isso.
Vale. Precisamos priorizar o que realmente importa: este livro comprovou como a
força do amor leva a milagres. Se duvida, leia a jornada de Lili e Miklós.

Links: Goodreads versões húngara e inglesa do livro e autor;
sobre o filme;
entrevista Observador; Skoob.

Bacci!!!

Beta

11 Comentários

  1. Unknown

    Olá,

    Não conhecia a obra e confesso que o enredo não me chamou tanto a atenção e por isso vou passar a dica. Sua resenha está ótima.

    Abraços,
    Cá Entre Nós

  2. Karla Samira

    Olá! Sua resenha me deixou realmente com água na boca pela leitura! Amo histórias de guerra e quando se tem um romance ocorrendo, ainda mais através de cartas, essa paixão se torna ainda maior (dentro e fora do livro, para mim!). Realmente, tempos de guerra são muito sombrios e exigem demais do ser humano, física e emocionalmente. Vou ler com certeza.
    Beijos!
    Karla Samira
    http://pacoteliterario.blogspot.com.br/

  3. Luísa Aranha

    Ai gente, esse livro… nossa fiquei muito tempo depois de ler refletindo sobre as questões de guerra e relacionamentos… tão triste saber que amores não se concretizam por causa de ações brutais de homens que tem o poder como único objetivo.
    Bjos

  4. Joanice Oliveira

    Olá,

    Que história emocionante de recomeço depois de uma época de extrema brutalidade e crueldade que era o Holocausto e encontrar uma preciosidade de história como essa e sendo melhor, porque ocorreu de verdade.

    Beijos!

  5. Denise Bordignon

    oi

    não conhecia esse livro e vou ter que admitir que não é um gênero que eu leia, mas sua resenha me deixou cheia de vontade de realizar a leitura!

    Obrigada pela dica, sua resenha está ótima!

  6. Unknown

    Oi, Beta! Que história interessante, parece ser bastante envolvente e muito bonita! Eu não conhecia essa história, mas fiquei bem curiosa em conferir sua resenha está ótima e o tema sobre a Segunda Guerra Mundial sempre despertou o meu interesse, espero ler essa história em breve. Bjss!

  7. Ana Caroline Santos

    Olá, tudo bem? Gente que história LINDA. Parece muita ficção mesmo, mas saber que é real dar um conforto no coração que o amor não morreu. Me interessei muito pelo enredo, ainda mais tendo como pano de fundo a 2° Guerra Mundial. Adorei mesmo e ótima resenha <3
    Beijos,
    diariasleituras.blogspot.com.br

  8. Júlio

    Tragédias podem muitas vezes mostrar o melhor nas pessoas e a real força de um ser humano pra superar qualquer dificuldade. E essa história parece mostrar exatamente isso, surpreendendo ainda mais por não ser ficção. Parabéns!!

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