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A louca dos gatos – Sarah Andersen – Cap. 1527

Ciao!
O livro – disponível na Amazon – se chama A Louca dos Gatos.
 
A
LOUCA
DOS
GATOS.
Sério que alguém achou que eu – gateira e tia enlouquecida – não ia ler?
*** Texto originalmente escrito para o Histórias Sem Fimque a Ana Carla gentilmente permitiu que fosse publicado também no Literatura de Mulherzinha! Obrigada, Ká! ***
A louca dos gatos – Sarah Andersen – Seguinte
(Herding Cats – 2018)
Vamos lá: eu amo gatos. E parece que eles sabem disso porque – tirando meu sobrinho Tunin que só ama os pais dele – os outros vão com a minha cara.
 
Quantos gatos eu tive na minha vida até agora?  Nenhum. 

Esse trem de morar na casa de família sempre dá confusão, tem um alérgico, tem outro que O-D-E-I-A gatos. Enfim, passei minha vida tendo gatos de pelúcia (ganhei Jacques de meus amigos na faculdade) e querendo adotar um gato preto pra mim. Sim, tem que ser preto. Neste
caso, não tenho superstição nenhuma.

 
Aí quando vi o livro da cartunista Sarah Andersen foi um caso de amor à primeira vista. E depois, quando tive a oportunidade de ler, foi uma maravilha. Coincidiu de ter tido um dia difícil e decidi olhar as primeiras páginas antes de dormir.
 
Preciso dizer que não sosseguei até ler tudo? E que foi uma leitura relâmpago recheada de gargalhadas?  Gargalhadas de diversão, de identificação, de lamento, de me enxergar no traço e nas palavras da autora e, em alguns casos, de tristeza por um mundo que a levou a desenhar algumas situações que a gente ri pra não chorar.
 
Nas tiras de A Louca dos Gatos, Sarah Andersen fala sobre a vida moderna, a pressão, o estresse, a ansiedade, o preconceito, o machismo, a confusão de como estar neste mundo sem se deixar derrubar pelo que vemos, ouvimos e lemos dos outros. Gostei do humor, às vezes, delicado, mordaz, irônico. Gostei de ela ir direto ao ponto – e por isso ressoa de forma tão direta em quem lê.
 

Ela mesmo diz que sentiu drasticamente a diferença de como as pessoas mudaram com a evolução da internet, do quanto algumas pessoas perceberam que poderiam criar, serem felizes, compartilhar e do quanto outras usam o espaço para serem simplesmente más e espalharem discórdia. Sim, acontece no mundo real e ainda mais no virtual com a promessa de impunidade (porque pensam que não podem ser localizados, mas podem, o problema é que não vivemos em um episódio de CSI ou a maioria das pessoas não é “célebre” o suficiente para que as coisas se resolvam rapidamente).
 
Você entende porque algumas pessoas – tipo Sarah, tipo Roberta – preferem ser a louca dos gatos. É a forma de se manter estável em um mundo cada vez mais instável, onde qualquer coisa é motivo para briga, onde opiniões são dadas sem base e muitas vezes sem necessidade e onde as pessoas acreditam que precisam parecer ao invés de ser.
 
Parecer ser feliz é moleza.
Difícil é ser.
 
Tentar ter uma voz neste cenário não é fácil. Exige sacrifício, determinação, disposição para não se deixar abater quando as derrotas acontecerem e encontrar razões para manter a chama interna acesa, alimentando a fé (no próprio potencial), a criatividade e a capacidade de buscar a humanidade mesmo quando ela parece perdida.
 
 
E Sarah desenha isso muito bem. Fiquei curiosa para ver as outras antologias de tirinhas dela.
 
Talvez mude muitas coisas nesta vida, mas uma não tem cura: sim, sou a Louca dos Gatos.
 
Sarah’s Scribbles
Ninguém vira adulto de verdade
Uma bolota molenga e feliz
A louca dos gatos
– Links: Goodreads livro, série e autora; Facebook e Instagram da autora; site da editora; Skoob.
Arrivederci!!!

Beta

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