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Os meninos da caverna – Rodrigo Carvalho – Cap. 1601

Ciao!

 
Um professor e 12 crianças e jovens presos em uma caverna na Tailândia se tornaram manchete mundial. Muitas pessoas se mobilizaram em orações. Outros usaram todo o treinamento, conhecimento e tecnologia de que dispunham para poder resgatá-los.
Parece irreal, mas aconteceu.

*** Texto originalmente escrito pro Livrólogos, que a Rosana gentilmente permitiu que fosse publicado no Literatura de Mulherzinha. Obrigada, Rô! ***
 
Os meninos da caverna – Rodrigo Carvalho – GloboLivros
(2018)
 
Não era uma história fácil de contar, havia muito em risco e muitos fatores de empatia: meninos que jogavam futebol saem para passear com o técnico no dia 23 de junho de 2018 e ficam presos em um local de difícil acesso por dias. Ninguém sabia se eles estavam ainda vivos. Diante da boa notícia, outra preocupação: como tirar todos em segurança do local?
 
Não é à toa que parece ficção. Se fosse um filme, a gente diria “ah, não é possível. Inventaram demais”. A vida supera a ficção.
 
O mérito é contar as histórias paralelas, afinal de contas, a intensa cobertura da imprensa trouxe detalhes – e como o livro lembra, o grupo ficou preso 18 dias na caverna e, no início, “competia” com a Copa do Mundo.
 
Então ele narra os bastidores de ser deslocado para a Tailândia para acompanhar os trabalhos e contar a história. Também relata as curiosidades, os fatos que tornam a cultura do país única e que de alguma forma fizeram parte de todo o esforço para resgatá-lo. 

Muitos dos que participaram in loco da mobilização pelos meninos dizem ter saído diferentes dessa história. Sobre isso, tomo a liberdade de compartilhar um pensamento. Em “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”, texto disponível na internet, o doutor em Pedagogia pela Universidade de Barcelona, Jorge Larrosa Bondía, diz que experiência ‘não é o que se passa ou o que acontece, mas o que nos passa e nos acontece, e,ao nos passar e nos tocar, nos forma e nos transforma’. E que ‘nunca se passaram tantas coisas, mas que experiência é cada vez mais rara’. Muito, na opinião dele, por causa do excesso de informação. ‘Informação não é experiência, informação não deixa lugar para a experiência, ela é quase uma antiexperiência’. O professor complementa: ‘O sujeito da informação sabe muitas coisas, passa seu tempo buscando informação, o que mais o preocupa é não ter bastante (…) e o que consegue é que nada lhe aconteça“. 

 
Além disso, há algumas crônicas que ajudam a entender os sentimentos do repórter diante da experiência que estava vivendo, fé, futebol, vida e morte. Sim, era um assunto que pairou durante todo o período do resgate – e houve uma perda, a do mergulhador Saman Kunan. Ele mostra como as pessoas do Oriente lidam com a morte de uma forma diferente do Ocidente. 

Gostei de saber as lendas relativas à caverna, a forma como lógica e misticismo caminharam lado a lado (como Rodrigo mesmo relata, para o choque dos jornalistas ocidentais).
 
Claro que, depois da convivência, ficam as lições e transformações proporcionadas por uma jornada dessas. Ele o tempo todo lembra a própria experiência pessoal e familiar e relaciona com o que encontrou na Tailândia. Além disso, ele narra um desdobramento encantador envolvendo uma Javalina. Mas não vou contar, isso vocês precisam ler.
 
É um livro curto, que podemos ler rapidamente pela forma como embarcamos na história – e na forma como o botafoguense (isso também me deixou muito feliz, compartilhar com ele o afeto pela Estrela Solitária) Rodrigo Carvalho a conta. E aprender um pouco com o que ele
viu, ouviu, viveu por lá.
 

O que fez a diferença no resgate dos Javalis não foi a tecnologia, mas as pessoas – um grande trabalho coletivo pelo que parecia impossível. Nos meus últimos dias em Chang Rai, ouvi um ditado tailandês que ajuda a entender por que os meninos saíram lá de dentro.
Pegue o meu coração como se fosse o seu“. 


– Links: Goodreads livro e autor; site da editora; Skoob.
 
Arrivederci!!!
 
Beta

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