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Heróis da Mitologia Grega: histórias para jovens leitores – Charles Kingsley – Cap. 1919

Ciao!

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Mitologia grega fez parte das minhas leituras desde sempre. Eu sempre fui atraída pelas histórias de deuses, semideuses, heróis, heroínas em suas jornadas, alegrias e tragédias.

Por isso, um livro que seja voltado para apresentar estes personagens para os jovens atraiu a minha atenção e, obviamente, decidi ler.

Heróis da Mitologia Grega: histórias para jovens leitores – Charles Kingsley – Faro Editorial
(The heroes, or Greek Fairy Tales for my Children)
Personagens: Perseu, os Argonautas e Teseu

Em 15 capítulos, o autor narra as aventuras de Perseu, o herói que matou a Medusa; Jasão e os argonautas, que foram recuperar o Velocino de Ouro e de Teseu, que encarou o Minotauro e sobreviveu. Ele ressalta as causas e consequências dos gestos deles, antes, durante e depois de cada uma destas aventuras – e nem todos tiveram final feliz.

O herói escolhido pela deusa Atena

Tal era o nome que os helenos davam aos homens bravos e habilidosos, que ousavam fazer mais do que os outros homens. De início, acredito eu, significava isso. Mas após algum tempo passou a significar mais. Veio a simbolizar homens que ajudavam seu país: homens daquela época em que o país era meio selvagem, que matavam bestas ferozes e homens perversos, drenavam pântanos, fundavam cidades, e, portanto, eram venerados por muito tempo após a morte, pois haviam tornado seu país melhor do que era quando vieram ao mundo

As histórias envolvem sacrifícios, ameaças, imprudência, caprichos de deuses, missões arriscadas, escolhas, consequências, promessas que custam caro, vingança.

A primeira que Charles Kingsley, autor que viveu durante o século 19 e era pastor, escolheu narrar foi a trajetória de Perseu. O bebê e a mãe que foram abandonados à própria sorte ao serem lançados ao mar. O garoto que cresceu e se tornou tão forte, que todos suspeitavam que ele seria filho de Zeus. No entanto, ao ser provocado no desejo de proteger a mãe dos avanços de um pretendente indesejado, ele faz uma promessa absurda: traria a cabeça da Górgona. O monstro que transformava em pedra todos que olhavam para ela.  

Depois de falar demais, claro que ele teve que cumprir, Para sorte dele, conseguiu apoio de dois deuses, mas foi informado que as coisas seriam um tiquinho mais complicadas do que imaginava. Mas, pela mãe, aceitou o desafio.

Os heróis em uma missão

Uma das capas das várias versões deste livro desde o século 19

Era uma vez um ser muito sábio, que se tornou professor de vários jovens com alguma capacidade acima da média. Não estou falando do professor Charles Xavier, mas do centauro Quíron, o mais sábio dos seres, que recebeu e treinou vários filhos de heróis.

Entre os pupilos, ele acolheu um menino que corria riscos por ser herdeiro de um trono usurpado por outra pessoa. Com Quíron e os demais estudantes, aprendeu sobre lutas, caças, arte, música e manifestou o dom de curar enquanto os outros matam. Por isso, foi batizado como Jasão, o curandeiro.

[…] Então, prometa-me duas coisas antes de partir.
Jasão prometeu, e Quíron continuou:
– Não seja rude com as almas que, porventura, encontrar, e mantenha a palavra que sair da sua boca”.

Justamente por falar antes de pensar, Jasão se viu às voltas com a obrigação de recuperar o Velocino de ouro, tarefa considerada impossível. Para isso, enviou mensagens a todos que foram alunos de Quíron e montou uma equipe que embarcou em um navio chamado Argo – e se tornaram os Argonautas.

Ao longo do trajeto, alguns integrantes ficaram pelo caminho por diferentes razões. Tiveram que usar inteligência, estratégia, mas foram traídos pelas escolhas feitas por alguns deles. Inclusive Jasão. Aliás, a longo prazo, o herói se torna seu próprio algoz e desencadeia uma grande tragédia – que o autor nos instiga a pesquisar, por ser “demasiada terrível” para narrar no livro.

O herói que matou os monstros

A menor parte do livro – apenas quatro capítulos – é para narrar a saga de Teseu. A jornada que começou a partir de uma promessa feita à mãe: retornar à terra natal dela, Atenas, e se revelar como herdeiro de Egeu. No caminho, enfrentou provas constantes: foi livrando a região de malfeitores, bandidos e monstros cruéis.

Escapou e cumpriu a promessa para a mãe. Só que isso exigiu que ele cumprisse outra missão: salvar os jovens da terra dele de uma triste sina: serem sacrificados ao Minotauro.

Teseu se tornou célebre por isso. No entanto, não fez isso sozinho. No entanto, o herói não era perfeito: cometeu erros, teve perdas e perdeu muito da grandeza

No fim das contas…

Como diz o autor, muito destas histórias nem devem ter acontecido, mas a gente tira lições para a nossa vida tantos séculos depois que elas começaram a ser narradas e registradas, Resistiram ao tempo, ganharam traduções em outros idiomas e chegaram a outras culturas.

Por ser pastor, Charles Kingsley faz muitos comentários sob a ótica cristã. Ao ver o primeiro, confesso que me assustei, mas depois que entendi o contexto do autor, ficou mais compreensível. Ele está apresentando uma história de um tempo pagão aos jovens no século 19 sem menosprezar ou demonizar.

Claro, ao mesmo tempo, mostra sob a ótica cristã como a humanidade dos heróis valorizaram virtudes e defeitos, e se manifestaram nas decisões que eles tomaram para mal e para bem. Ao deixar algumas pontas propositalmente abertas por escaparem do roteiro dos heróis que escolheu para o livro, instiga quem lê a pesquisar mais sobre estes personagens. E uma vez que começa, há uma chance de não querer mais parar – e falo por exemplo próprio já que foi o que ocorreu comigo.

– Links: site da autora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

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