Menu fechado

CR7: os segredos da máquina – Luis Miguel Pereira e Juan Ignacio Gallardo – Cap. 1428

Ciao!
Disponível na Amazon
Comprei este livro no ano passado. O motivo? Uma recomendação durante uma transmissão da Copa das Confederações de um jogo de Portugal no SporTV. Não me lembro do nome do profissional – lapso meu, deveria ter anotado – que disse que o livro tinha mudado a percepção dele sobre Cristiano Ronaldo.
Fiquei curiosa, achei e comprei imediatamente.
Já que hoje o gajo sopra mais uma velinha – e tem meus votos de uma vida longa e abençoada – nada mais justo que falar dele por aqui, né?
CR7: Os segredos da máquina – Luis Miguel Pereira e Juan Ignacio Gallardo – PrimeBooks
(2014)
O livro pretende esmiuçar a jornada do menino mirrado em um esportista profissional, dono de um corpo descrito como “rocha” e “máquina” por especialistas. De que forma CR7 se construiu e foi construído para se tornar forte corporal e mentalmente e suportar a pressão de ser o que queria: o melhor jogador do mundo.
Para isso, divide a abordagem em cinco aspectos: físico, mental, profissional, técnico e estético. As referências estão em pesquisas e entrevistas com os especialistas que o acompanharam na transição da Ilha da Madeira para Lisboa, de lá para Manchester e, por fim, da
Inglaterra para Madri. Também há depoimentos de atletas de diferentes esportes, treinadores e jogadores que trabalharam com ele.
É um livro que, embora com aspectos muito técnicos (e pode ser uma boa para quem trabalha nesta área), é compreensível para quem gosta de futebol ou é apenas fã do jogador. E deixa claro o que é óbvio, mas muitas vezes esquecido: só talento não basta. É necessário criar condições para que este talento floresça e se desenvolva propriamente.
Desde jovem, o menino mirrado sabia que precisava ter o corpo em condições de aguentar as demandas do futebol. Dos exercícios sem orientação e com pouca infraestrutura (já que o Sporting só inauguraria o centro de treinamento moderno quando CR7 estava perto de se transferir para a Inglaterra), ele encontrou nos profissionais de Manchester o suporte adequado para desenvolver o corpo sem colocar em risco sua saúde e o objetivo: que era estar apto a desempenhar o futebol em altíssimo nível
Sei que tem gente que acha que psicólogo é bobeira (ouvi isso na minha família), mas como pessoa de volta à terapia entendo perfeitamente o gesto de CR7 de ter um psicólogo particular que trabalha com ele formas de manter a mente fortalecida diante da pressão de ser CR7 e das armadilhas criadas pelas características próprias (vaidoso, esquentado, caía fácil em provocação dos atletas). Além disso, conta com o amparo da família – e no caso, o livro reforça o papel fundamental que a matriarca Dolores Aveiro teve (e ainda tem) na vida e na carreira do filho. E como que definições como “ambicioso”, “ultracompetitivo” e “vaidoso” podem se tornar aspectos positivos quando bem canalizadas por alguém.
Os autores destacaram como que CR7 sabe ser profissional: “primeiro que chega último que sai”, gosta de treinar até mais que os colegas, dorme pelo menos 8h por noite, respeita os descansos, tem uma estrutura em casa que permite manter a forma inclusive nos treinos. Abre mão de alguns alimentos pelo mesmo motivo e não exagera no que consome.

Não chega perto de álcool e tabaco (até por ter presenciado a luta contra o alcoolismo do pai – que o levou a morte aos 52 anos – e a dependência química do irmão – que eu só descobri por causa de um episódio na vitória do Real Madrid na Liga dos Campeões de 2014).
O que não citam aqui é ele não ter tatuagens para poder continuar doador de sangue (uma tatuagem inviabiliza a doação por um ano e ele gosta de estar disponível caso seja necessário).

A maior revelação para mim foi a Isabel Rosa Piedade, a bisavó negra. Para os especialistas, isto foi fundamental ao permitir a ele traços genéticos que o dotaram de um físico privilegiado. Em vários trechos é citado que ele poderia disputar modalidades do atletismo, especialmente as do salto, por reunir as características genéticas e o corpo para isso.
Quanto ao estético, eu fiquei curiosa com o tratamento ortodôntico que ele fez. Nem lembrava que ele teve dentes tortos, porque comecei a acompanhar a carreira dele no Manchester (e o xingava constantemente, já que eu prefiro o Liverpool) e mais de perto quando foi pro Real Madrid. Mas o motivo foi o mesmo para ele e para mim: colocar os dentes nos locais corretos além do efeito estético e psicológico (deixa de ser uma característica que te torna inseguro ou envergonhado) ajuda a respirar direito. E para um jogador, respirar direito desencadeia uma série de boas consequências que permitem que ele tenha o corpo preparado para as exigências do esporte.
Foi uma leitura bem interessante: mostra os aspectos humanos por trás da construção de uma máquina obcecada em ser sempre o melhor, ganhar títulos, prêmios e cuidar da família. E enumera vários aspectos que podemos aprender algumas e praticar nas nossas próprias
vidas.
Arrivederci!!!

Beta
 
ps.: Este livro é o primeiro da minha Meta de Leitura de 2018 a aparecer no Literatura de Mulherzinha o/ Quer conhecer quais serão (oremos!) os outros – clique aqui!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *