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Cap. 182 – Anjos Brancos – John Carlin

Ciao!!!



Ok, eu confesso – devo ser um dodô. Sabe aqueles bichinhos que se tornaram sinônimo de “extinção”. Pois é, sou o último dos dodôs. Leio os romances que muitas pessoas pré-julgam inúteis, fúteis e bobos (o que já rendeu vários comentários aqui no blog). E entre outras coisas que adoro está o futebol. Bem, há vários motivos: nasci em ano de Copa do Mundo, minha mãe me ensinou a torcer para o Botafogo quando eu era pequena e, na adolescência, acabei jogando vôlei por 3 anos (não profissionalmente, não tinha talento pra tanto…). O esporte me ensinou a trabalhar em equipe, a controlar meu temperamento difícil, era uma delícia para acalmar e a melhor forma de curar a minha insônia… Sou uma decepção para os homens que pensam que as garotas querem apenas ver jogadores bonitos (eu até quero, imagina se recusaria admirar de perto a seleção italiana?), só que, como várias outras meninas, consigo ver, entender e analisar muito mais que olhos, pernas e físico…
Um belo dia, não me lembro quando, descobri um time chamado Real Madrid. Na verdade, a primeira coisa que me encantou foi o uniforme – imaculadamente branco. Não me pergunte por que, acho lindo (tanto que sonho em comprar um pra mim – só que preto, sou desastrada demais para ter algo branco… kkk). Lá pelas tantas, o tal time merengue começou a reunir um monte de jogadores que eu conhecia – e alguns que eu admirava… Era a fase Galactica (adjetivo que se tornou sinônimo de supertimes ou times dos sonhos de qualquer torcedor).
Outro desses belos dias, lá estava Roberta a caminho da amada aula de Italiano quando passou por uma megastore… E ao ver o que estava exposto na vitrine, começou a babar… Uma foto de três jogadores, comemorando provavelmente um gol, usando aqueles uniformes brancos que acho tão bonitos… Nem meio instante foi necessário para reconhecer Robinho, David Beckham e Zinedine Zidane… Daí o registro imediato do nome do livro para a lista “Realmente, quero muito, com certeza, o mais rápido possível!”. Um tempinho depois, no meu aniversário, lá estava o nome na minha lista “pelo amor de Deus, é o presente de aniversário!!!” De tanto falar, minha irmã prometeu que me daria.
Como nada na vida vem de graça, eis o suspense: o livro acabou na megastore. E em todas as livrarias da cidade – não é exagero, estive em todas. Perguntei quando chegava e a resposta que recebi não era animadora: “Acabou na distribuidora!”. Quando já imaginava os anjinhos batendo asinhas pra longe, veio a luz: escrevi pra um amigo que mora em Sampa, que viria passar o Natal aqui e pedi que ele me trouxesse o livro. A resposta me surpreendeu: ele disse que o site da Lojas Americanas tinha o livro num preço muito bom. Então, em pleno dia de Natal, Roberta sorridente a perder de vista encomendou o livro. A promessa: chegar no dia 8 de janeiro.
Mas aí diante de tanta trapalhada e dois meses e meio choramingando “eu quero o livro do Real Madriiiid” pelos cantos, as coisas resolveram colaborar. No dia 30 de dezembro, sábado, penúltimo dia do ano, carteiro cedo à porta de casa. Não sei que milagre eu não tê-lo pedido em casamento (mas garanto que pulei por toda casa esbravejando como é grande o meu amor pelo Sedex.) Simplesmente me diverti estourando plástico bolha, esperando o ano virar, para que o tão desejado e sonhado livro fosse o 1o. a ser lido em 2007.

Por isso, para quem gosta ou quer indicar, eis aí:

Anjos Brancos – à beira do inferno – os bastidores do Real Madri – John Carlin – Relume Dumará(White Angel – 2004 – Bloomsbury)

O autor é um jornalista inglês que trabalha na Espanha e recebeu a missão de contar uma história que prometia um final muito feliz: como foi construído o time que prometia ser um dos melhores do mundo. Tudo começou na eleição para presidente do Real Madrid em 2000: o magnata da construção civil, Florentino Pérez, prometeu recuperar a magia madridista, só vista décadas antes no time que tinha Di Stefano e Puskas. A promessa era simples: unir os melhores jogadores do mundo e deixar que eles fizessem o que sabem – jogar futebol. Dentro desse projeto, ele comprou o português Luís Figo, do arquirrival Barcelona, o francês Zinedine Zidane, da Juventus, o brasileiro Ronaldo Fenômeno, da Inter de Milão (num processo tumultado pós-Copa de 2002) e, enfim, o inglês David Beckham, do Manchester United. Uniu o talento deles com o prata da casa símbolo-mor (ou numa comparação brilhante do livro “a vaca sagrada”) Raúl e o brasileiro Roberto Carlos. A expectativa era que a temporada 2003/2004 fosse arrasadora – o Real Madrid ganharia todos os troféus, par ou ímpar, cabo de guerra, cara ou coroa… Só que as coisas não correram muito bem como o planejado…

O livro faz um acompanhamento muito detalhado dessa temporada que prometia ser – mas não foi – brilhante. Para mim, é interessante porque alguns jogos eu vi. Acompanhei a novela da transferência de Ronaldo em 2002 e fiquei absurdamente espantada quando Real Madrid anunciou Beckham (o livro comprovou o que eu pensei na época “foi juntar a fome e a vontade de comer”.)

Sem contar que, o meu lado jornalista ficou morrendo de inveja do autor, que teve a chance de conviver com esses e outros jogadores, acesso a lugares que apenas poucos privilegiados frequentam. Só devo ressaltar que foi impossível (e eu tentei, juro que tentei) ler os elogios ao Roberto Carlos e pensar na cena da Copa 2006, das mãos arrumando o meião e Henri correndo livre leve e solto rumo ao gol que acabou com o nosso sonho do hexa… Embora devo admitir que há chances de evolução espiritual, porque consegui ler o capítulo dedicado à exaltar o talento e a genialidade de Zinedine Zidane sem descobrir a fórmula da combustão espontânea, também me lembrando do fatídico jogo das quartas-de-final na Alemanha (e uma certa final em 1998, que o lanchinho da festa desceu quicando depois da derrota…). Talvez pela famosa cabeçada. Ou talvez porque eu tenha que dar o braço a torcer: o francês era genial – e eu amava vê-lo com a camisa do Real Madrid.

E para as fãs de David Beckham, o livro oferece um retrato bem detalhado do jogador de futebol mais popstar do mundo… Posso garantir que vocês vão se surpreender com passagens da vida dele (gostei da parte em que John Carlin conta como começou a amizade entre Beckham e Roberto Carlos).

Ah, sim, e pra nenhum homem encher o saco: as únicas fotos do livro estão na capa e contracapa. Daí pra frente são 324 páginas de letrinhas – muitas letrinhas…

Enfim, deu pra notar que amei o livro?

Para completar, resenha sobre o livro no Trivela

Bacci!!!

Beta

ps.: Há uma grande possibilidade de eu terminar pedindo o carteiro em casamento e jurar o amor eterno ao Sedex ainda este mês… Ou seja, estou em contagem regressiva para a chegada de outro sonho (delírio) de consumo… Ah, sim, não é livro. Como dizem alguns conhecidos, era algo que só podia mesmo sair da minha cabeça maluca…kkk

ps.: De acordo com o Goodreads, o livro foi originalmente lançado no dia 13 de novembro de 2004 – meu aniversário. Estava escrito nas estrelas, né?

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