Nesta semana, o STF decidiu que simplesmente 15 anos da minha vida não valeram nada. A mesma decisão aponta que aquele pedaço retangular de papel vegetal com letrinhas rebuscadas não vale nada. Não valeu o esforço da minha mãe, que se desdobrou para me manter numa faculdade pública. Não valeu o meu esforço, em conseguir ser bolsista num colégio onde eu não deveria estar mas que me acolheu, instruiu e permitiu que, mesmo após o segundo semestre mais desastroso da minha vida, eu conseguisse passar no vestibular, sem acreditar que teria competência para isso.
Está na matéria da Folha
Mendes disse que o diploma para a profissão de jornalista não garante que não haverá danos irreparáveis ou prejudicar direitos alheios.
“Quando uma noticia não é verídica ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão”, disse.
Não explicaram aos ministros que não basta segurar um microfone e saber falar, ser bonitinho e carismático e ter segurança. Talento não é tudo. Porque, se assim fosse, a seleção de 82 não teria perdido para a Itália e o Brasil já seria hexa. Talento tem que ser direcionado para não virar erva daninha. E, se até então, com a exigência do diploma e formação acadêmica já tem gente fazendo bobagem e estupidez em excesso motivada pela incompetência e vaidade, imagina sem a necessidade de discutir e pensar qual é o papel desta profissão considerada tão nobre mas atualmente desvalorizada pelo excesso de cacique apitando, glamour e oba-oba em torno de algo que é simples e, por isso, extremamente complexo.
E confesso que, apesar da vontade do STF de transformar o meu diploma em origami (reciclagem é tudo, gente, vamos salvar o planeta!), ele ficará guardado à espera do valor que ele merece e só quem não sabe são os que não entendem o que ele representa. E para quem não acha que ser jornalista é perigoso, perguntem aos donos da Escola Base em São Paulo, exemplo óbvio, mas que os ministros não devem conhecer ou não falariam tamanha bobagem.
Desculpem, eu precisava desabafar.
Bacci
Beta
Beta,
Vergonhosa a decisão do Supremo. Como vc lembrou, duvido que os donos da escola base achem "que o jornalismo não causa danos a coletividade" quando mal exercido…Mas não pense que são apenas os jornalistas que sofrem desse problema. No ano passado fui obrigada a aprovar os alunos que foram retidos. Por quem? Por uma decisão judicial!
Agora me explica…eu decido quantos anos um ladão fica na cadeia? Eu decido se alguém é culpado ou inocente? Então o que ele tem a ver com a minha decisão em sala de aula???? Para que investi 20 anos de estudo se com uma canetada ele diz que eu não sei nada e tenho que mudar minha decisão?
Oi Beta…
Deixei um selinho pra você no Leitura de Banca… se quiser… dá uma passadinha lá…
beijos
Dé…
http://leituradebanca.blogspot.com/
Beta,
já faz mais de 01 ano que acompanho seu blog e quando vi a decisão lembrei de vc e de sua paixão pela sua profissão. Acredito que o STF deu sua decisão com base no que diz hoje a Constituição. E é isso que ele tem que fazer – ser fiel a constituição. Então, vamos mudar a Constituição!!! Se vocês jornalistas se unirem e precionarem, dá pra regulamentar a profissão na Constituição e proteger não apenas seus direitos, mas todos os leitores/usuários/telespectadores.
bjs,
Laura
Concordo com vc…
me sinto assim em relação a minha vida toda estudando musica em conservatorios e tal, e aqui no BRasil, qualquer um que saiba tocar qualquer coisinha pode sair dando aula.
Isso sem falar em outras coisas…
Agora, o jeito é fazer a diferença!
bjs
Sissi
tem um selinho pra você no meu blog
http://meusromancesblog.blogspot.com/
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Beta, sinto-me exatamente como você. Ultrajada, arrasada, deprimida! É um absurdo o que esse ministro falou! Nossa profissão não pode ser tratada desta forma, nem ser denegrida em escala federal como foi. Estou realmente revoltada com tudo isso e pondo em questão se tenho o verdadeiro 'talento' de engolir sapos, pois, desta vez, está difícil de entender, aceitar ou até compreender.
Beijos jornalísticos
Érika dos Anjos
http://www.oquartoelemento.com.br
vivi, sinto muito por todos os jornalistas, mas o que mais sinto é que a decisao não veio do STF, mas sim dos "donos" dos grandes jornais e redes de TV, que preferem pagar menos e colocar uma modelo/manequim pra apresentar os telejornais. é uma pena, mas a verdade é que os interesses da "grana" é que determinam as decisões dos tribunais.
Gente me ajuda a encontrar um livro! Nesse livro a mocinha tem uma irmã gêmea e ela se passa por ela para seu noivo, um grego pois sua irmã não tinha voltado dos estados Unidos. O noivo descobre, porém continua com a farsa e eles se casam, ela vai com ele para terra dele, engravida e depois foge dele depois de descobrir que uma história de família dele. Porém no final eles ficam juntos. Qual o nome? Alguém sabe?