Fuçando no site da Folha de São Paulo, olha o que eu achei!!!
*** Dica 1
23/10/2009 – 16h24
Estudantes publicam livro com sátiras em estilo Twitter sobre clássicos literários
ANDREW STERN e MATT COWAN
da Reuters, em Chicago e Londres
Decifrar as peças de William Shakespeare em ensaios escolares aparentemente não foi o bastante para dois universitários, que escreveram um livro com frases do Twitter que resumem e satirizam obras da literatura.
O “Twitterature : The World’s Greatest Books Retold Through Twitter” (algo como Twitteratura: Os Maiores Livros do Mundo Recontados Através do Twitter), que será lançado pela Penguin em novembro no Reino Unido, é uma coletânea de 20 comentários irreverentes, profanos e algumas vezes brilhantes sobre ideias e temas para cada um de 60 clássicos selecionados da literatura.
Os “tweets” de Emmett Rensin e de Alexander Aciman combinam o conhecimento da língua inglesa com as abreviações de textos de mensagens escritas por adolescentes.
“É engraçado se você tiver lido os livros”, disse Rensin, que leu todos os romances descritos até os 19 anos. Rensin é estudante de Inglês e Filosofia na Universidade de Chicago, e o outro autor do livro, Aciman, é formado em Literatura.
Kafka
Os autores deixam bem claro que o livro não pretende ajudar estudantes a compreender “Paraíso Perdido”, de Milton, ou “A Metamorfose”, de Kafka, mas provocar risadas.
Tome como exemplo o “Inferno”, de Dante, — que os autores resumiram em entradas no Twitter de até 140 caracteres: “Estou tendo uma crise de meia-idade. Perdido na floresta. Deveria ter trazido meu iPhone”.
Ou “Édipo Rei”, de Sófocles: “FESTA EM TEBAS!!! Ninguém se importa que eu matei aquele velho, e a mulher dele está dando em cima de mim”.
Mas o livro recebeu críticas mistas.
“Algumas pessoas acharam-no engraçado e algumas pessoas acharam que era desrespeitoso”, disse Aciman.
O objetivo era fazer as pessoas rirem, não ofender os defensores da grande literatura, dizem os autores.
O criador do mais famoso evento literário do Twitter –a performance “Twittering Rocks”, que leva ao sistema, uma vez por ano, um capítulo de “Ulysses”, de James Joyce– acredita que o “Twitterature” não explora as possibilidades do serviço.
“Eles vão abordar só a extensão dos textos, não a temporalidade”, desdenha Ian Bogost, 32, professor do Instituto Georgia de Tecnologia (EUA).
Com Folha Online
*** Dica 2
(Vale conferir no site, porque tem uma arte com detalhes que eu não consegui reproduzir aqui).
30/06/2009 – 13h20
Twitter “espreme” romances clássicos e criações originais
RAQUEL COZER
da Folha de S.Paulo
Em tempos de Twitter, o sistema on-line de troca de mensagens de até 140 caracteres, um romance como “Orgulho e Preconceito” poderia ficar assim: “Mulher encontra homem chamado Darcy que parece horrível. Ele mostra ser realmente legal. Eles ficam juntos.”
A sinopse bem-humorada da obra de Jane Austen está em “The Little Book of Twitter”, compilação recém-lançada de mensagens “tuitadas” na rede. Os resumos são feitos a título de piada, mas alguns usuários têm levado a sério as possibilidades literárias do sistema.
Na semana passada, dois estudantes americanos anunciaram que lançarão neste ano, pela Penguin, o livro “Twitterature”, com versões de romances no estilo do Twitter –a meta é que nenhum deles passe de 20 trechos com 140 caracteres ou menos cada um. A lista inclui de Shakespeare a J.K. Rowling.
O projeto recebeu destaque em sites do mundo todo. Mas o criador do mais famoso evento literário do Twitter –a performance “Twittering Rocks”, que leva ao sistema, uma vez por ano, um capítulo de “Ulysses”, de James Joyce– acredita que o “Twitterature” não explora as possibilidades do serviço.
“Eles vão abordar só a extensão dos textos, não a temporalidade”, desdenha Ian Bogost, 32, professor do Instituto Georgia de Tecnologia (EUA).
Em 2007, Bogost e um colega resolveram refazer, no Bloomsday (feriado irlandês de 16 de junho que celebra a obra de Joyce), o capítulo dez do romance. “Entusiastas pensam várias formas de refazer os passos dos personagens nesse dia, mas mesmo novas tecnologias não capturam a complexidade da escrita”, diz.
Os dois refizeram o capítulo em uma série de trechos com 140 caracteres ou menos. Registraram 54 personagens como usuários do Twitter e criaram um programa para “tuitar” cada uma das falas na mesma sequência do livro.
Bogost não é fã do Twitter, que avalia como um “serviço selvagemente e ingenuamente considerado uma ferramenta de comunicação”. Mas acredita que seu projeto ajuda a “passar da egomania para a reflexão.”
Romance original
O americano Nick Belardes, 40, chama para si o mérito de ter criado o primeiro “romance literário original” do Twitter dentre uma série que existe na rede. Iniciou “Small Places”, misto de história de amor e paródia corporativa, em abril de 2008. “A construção linha a linha da trama é um desafio”, diz.
Desafio também é ler os mais de 600 trechos que ele já postou, já que o Twitter prioriza as últimas mensagens, escondendo as primeiras –é preciso voltar várias páginas no link “more” até chegar ao começo. “Para quem pega do meio, há dificuldades perceptíveis”, ele admite.
No Brasil, o escritor Marcelino Freire, 42, organizador de obras como “Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século”, entrou no Twitter neste mês com o projeto de chegar aos mil “contos nanicos”. Por enquanto, só “tuitou” 12, como “-O que é iiiisssssoooooo, Padre? / -O pecado, meu filho”. Mas diz que já tem uns 200 escritos.
“Sempre fui ligado em microformatos, eles são ideais para o mundo atropelado em que vivemos. O Twitter tem um formato que, de alguma forma, representa o que toda boa literatura deve ser: enxuta”, diz.