Tem um filme italiano com um título apropriado para esta série: “Parente é serpente”, que eu acho que caberia ao personagem que une as três histórias: um conde inglês ávido em condenar a esposa e que não mede o tamanho de suas conseqüências.
Estes livros são uma delícia para quem é fã do estilo da autora: que cria histórias boas e personagens fortes e foi uma surpresa para mim, que ainda não tinha lido os trabalhos históricos criados por ela.
Toque-me! – Lucy Monroe – Sabrina Sensual 26
(Touch me – 2005 – The Berkley Publishing Group)
Personagens: Thea Selwyn e Pierson Drake
Índias Ocidentais e Inglaterra, 1820 – Quando nascer o desejo… Toque-me!
Problemas na companhia de navegação forçaram Thea deixar de sua vida nas Índias Ocidentais e viajar rumo à Inglaterra, de onde sua mãe fugira tantos anos antes para protegê-la. O retorno forçaria que ela acertasse as contas com o passado, além de desvendar quem estava roubando dinheiro. Para isso, ela contou com a ajuda de Pierson Drake que tem tantos motivos quanto ela para não gostar da aristocracia, onde impera a falsidade, o jogo de vaidades e uma competição pela melhor aparência.Claro que nasceu uma grande atração entre dois jovens tão apaixonados e independentes, que teriam que aprender a conviver com o grupo, com as expectativas e tramóias alheias e uns com os outros para serem felizes.
Comentários:
– No prólogo, você vai odiar o pomposo Conde Geoffrey Langley. Ele acreditou que a esposa, Anna, tinha sido infiel e se vingou da pior forma possível: tomou dela o filho recém-nascido e reforçou que nunca voltaria para a cama dela. Ele não soube que ela esperava gêmeos e Anna fugiu para as Índias Ocidentais onde criou sua filha para não cometer os mesmos erros que ela: ser uma mulher independente, inteligente, articulada e forte. Você percebe os ensinamentos e a dor de Anna nos trechos dos diários dela espalhados ao longo do livro.
– Thea é forte, inteligente e fica preocupada quando descobre os casos de desvio de dinheiro da companhia e resolve investigar pessoalmente. Sofre um atentado e se une a Pierson para investigar. Misture mulher forte e temperamental + homem teimoso e sedutor, aguarde: você pode imaginar onde as faíscas do início vão terminar. Mas para se entenderem mesmo, terão que se entender e rever muitos conceitos que consideravam certos (em especial, Thea, na tentativa de se poupar do sofrimento da mãe) e do sentimento de que eram indignos perante à aparente perfeição que os cerca.
– Demora um pouco, mas a volta de Thea força a verdade a vir à tona. E será um momento de várias surpresas, para os envolvidos e para os leitores. Não há mesmo limite para se manter no padrão estabelecido pela sociedade e não falte quem esteja disposto a sacrificar algo – ou alguém – por isso.
Beije-me! – Lucy Monroe – Sabrina Sensual 27
(Tempt me – 2006 – The Berkley Publishing Group)
Personagens: Irisa Langley e Lucas Ashton
Inglaterra, 1824 – Quando a tentação surgir… Beije-me!
Lucas tinha crescido cercado pelo comportamento escandaloso da mãe e do irmão. Por isso, levava uma vida séria e buscava a mulher ideal para ser sua esposa e escolheu Irisa. Já Irisa buscava aquelas emoções que lia nos romances e se recusava a ser uma “mulher-que-obedece-sem-discutir” e temia que Lucas, apesar de fazê-la sentir interessada, se revelasse um homem dominador como seu pai. A intriga da sociedade inglesa entra em ação e Irisa decide fazer tudo para terminar o relacionamento, só para esbarrar na determinação de Lucas em casar o mais rápido possível. Neste duelo de interesses, há alguém interessado em que o casamento não aconteça e não vai medir esforços para isso.
Comentários:
– Irisa estava no centro do escândalo da família Langley. E usou este trunfo negativo para escapar dos caamentos indesejados, até se interessar pelo Lucas “O Santo” Ashton. O homem acima de qualquer suspeita quer uma esposa do mesmo nível – apesar de que o interesse por Irisa o fez repensar essa regra. No entanto, ele se sente constantemente testado – e reprovado – pelos padrões da noiva e futura esposa.
– A intriga rola solta neste livro. Como na vida real e contemporânea, algumas pessoas sentem um prazer incrível em não apenas tomar conta da vida alheia como em fazer comentários destrutivos. Obviamente, o casamento do “Santo” não passaria em brancas nuvens na sociedade inglesa: e não é que começam a existir dúvidas sobre a integridade dele – que teria uma ligação secreta com uma atriz e uma criança. Irisa obviamente decide resolver as coisas por conta própria, da forma esperta, estabanada e sincera. E ao tentar se livrar do noivo, acaba ficando ainda mais presa a ele, que não quer desistir do casamento.
– Sou suspeita para falar porque este é meu livro favorito da série, porque Irisa – apesar de meter os pés pelas mãos – pelo menos age, não espera o milagre do “Santo” e tenta fazer as coisas acontecerem, porque quer ser respeitada e feliz. Ela não viveu isso na relação com os pais e teme que o marido não seja capaz de dar o que ela merece.
Renda-me! – Lucy Monroe – Sabrina Sensual 29
(Take me – 2006 – The Berkley Publishing Group)
Personagens: Calantha, duquesa de Clairborne e Jared Ravenswood
Inglaterra, 1825 – Quando a paixão chegar… Renda-se!
Jared, Lorde Fera, recebeu a missão de entregar a filha de sua amiga e governanta para a mulher do homem responsável por desgraçá-la. Ele não conseguia acreditar que a duquesa Calantha merecesse realmente o apelido de “Anjo”, até encontrá-la pessoalmente e se sentir atraído por ela. O resultado: a Fera queria se casar com o Anjo. Calantha ainda era traumatizada pelo casamento com o duque e não se ressentia da vida simples que levava, até conhecer Jared e notar que ele não era aquilo que a sociedade julgava. Logo uma série de atentados coloca o perigo no caminho deles e pode destruir a confiança entre os dois – e isso não seria bom para o casamento que eles planejavam ter.
Comentários:
– A filha do vigário era, de tão bela, que atraiu a atenção dos nobres e acabou se casando com o Duque de Clairborne. E viveu um casamento aterrorizante: agressões verbais, o marido que queria exibi-la para a sociedade e a culpava se ela chamava a atenção. Quando o marido morreu em um duelo (morto pelo marido de uma amante dele), Calantha preferiu levar uma vida reservada, longe da futilidade e intrigas da sociedade.
– No entanto, ela conheceu o temido Lorde Fera, a cicatriz que lhe marcava o rosto afastava as pessoas, que ficavam com medo dele. E era para ser prova de coragem – ele salvara a irmã caçula de um lobo (acidente mencionado no livro de Irisa) – mas a sociedade exigia a perfeição aparente e não enxergava o que contava de verdade. Mas Calantha viu que Jared não era o que a sociedade dizia e pensava dele. E os dois se aproximaram, contra a vontade da família do falecido marido dela, o pai verdadeiro da menina que a sociedade dizia ser filha ilegítima de Jared.
– Calantha enfrenta mais provações ainda – e com uma nobreza de fazer inveja aos aristocratas de berço: alguém seqüestra a pequena Hannah, depois tenta envenenar as crianças da família Langley com pétalas açucaradas – e todas as evidências apontam para o “Anjo”. Enquanto todos – até Jared, que titubeia – acreditam nas provas contra ela, apenas Irisa (que está grávida) tenta manter a razão e percebe que as evidências podem levar a uma falsa aparência de culpa (o sermão público dela em Lucas é divertidíssimo – o Santo não dá conta da mulher) e que eles deveriam procurar o verdadeiro culpado para não manter todos ainda em risco.
*** No final das contas, todos os livros têm histórias intrigantes, inteligentes, lógicas, com personagens bem construídos e que pagam o preço pela lambança que o pai dele faz no passado (as meninas fazem os maridos penarem para provar que não são como Lorde Langley e Calantha pergunta diretamente a Jared se ele seria capaz de puni-la repetindo a atitude do pai) em uma sociedade marcada pela hipocrisia, onde todos consideram moleza meter o bedelho na vida alheia e passar a imagem de superioridade. Uma série movida pelos sentimentos de futilidade, arrogância, prepotência, vingança, inveja, que só podem ser superados pela amizade e o amor verdadeiro. Para quem já era fã da Lucy Monroe nos contemporâneos, descobri que também sou tiete dela nos históricos.
Bacci!!!
Beta
Aaaah fiquei interessada em ler essas histórias agora! Eu gosto das histórias da Lucy Monroe, ela prende a atenção.
Nesse estilo mulheres determinadas, eu gosto de um livro da Kat Martin, 'O Rapto de Velvet', lançado mês passado nos Clássicos Históricos. Já leu? Se não, leia! É muito bom!
Fiz um blog, euamochicklit.blogspot.com, dá uma olhadinha? Desde já, obrigada.
Beijos.
Opa, já li os dois primeiros, já to com o último em mãos, mas falta tempo pra ler!
Ótimos livros e adoro a Lucy Monroe!!
Beijinhos
ai ai ai
a minha pilha está se invertendo de tantos livros que tenho subido kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk