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Cap. 293 – Família Langley – Lucy Monroe

Tem um filme italiano com um título apropriado para esta série: “Parente é serpente”, que eu acho que caberia ao personagem que une as três histórias: um conde inglês ávido em condenar a esposa e que não mede o tamanho de suas conseqüências.

Estes livros são uma delícia para quem é fã do estilo da autora: que cria histórias boas e personagens fortes e foi uma surpresa para mim, que ainda não tinha lido os trabalhos históricos criados por ela.

Toque-me! – Lucy Monroe – Sabrina Sensual 26
(Touch me – 2005 – The Berkley Publishing Group)
Personagens: Thea Selwyn e Pierson Drake

Índias Ocidentais e Inglaterra, 1820 – Quando nascer o desejo… Toque-me!

Problemas na companhia de navegação forçaram Thea deixar de sua vida nas Índias Ocidentais e viajar rumo à Inglaterra, de onde sua mãe fugira tantos anos antes para protegê-la. O retorno forçaria que ela acertasse as contas com o passado, além de desvendar quem estava roubando dinheiro. Para isso, ela contou com a ajuda de Pierson Drake que tem tantos motivos quanto ela para não gostar da aristocracia, onde impera a falsidade, o jogo de vaidades e uma competição pela melhor aparência.Claro que nasceu uma grande atração entre dois jovens tão apaixonados e independentes, que teriam que aprender a conviver com o grupo, com as expectativas e tramóias alheias e uns com os outros para serem felizes.

Comentários:

– No prólogo, você vai odiar o pomposo Conde Geoffrey Langley. Ele acreditou que a esposa, Anna, tinha sido infiel e se vingou da pior forma possível: tomou dela o filho recém-nascido e reforçou que nunca voltaria para a cama dela. Ele não soube que ela esperava gêmeos e Anna fugiu para as Índias Ocidentais onde criou sua filha para não cometer os mesmos erros que ela: ser uma mulher independente, inteligente, articulada e forte. Você percebe os ensinamentos e a dor de Anna nos trechos dos diários dela espalhados ao longo do livro.

– Thea é forte, inteligente e fica preocupada quando descobre os casos de desvio de dinheiro da companhia e resolve investigar pessoalmente. Sofre um atentado e se une a Pierson para investigar. Misture mulher forte e temperamental + homem teimoso e sedutor, aguarde: você pode imaginar onde as faíscas do início vão terminar. Mas para se entenderem mesmo, terão que se entender e rever muitos conceitos que consideravam certos (em especial, Thea, na tentativa de se poupar do sofrimento da mãe) e do sentimento de que eram indignos perante à aparente perfeição que os cerca.

– Demora um pouco, mas a volta de Thea força a verdade a vir à tona. E será um momento de várias surpresas, para os envolvidos e para os leitores. Não há mesmo limite para se manter no padrão estabelecido pela sociedade e não falte quem esteja disposto a sacrificar algo – ou alguém – por isso.

Beije-me! – Lucy Monroe – Sabrina Sensual 27
(Tempt me – 2006 – The Berkley Publishing Group)
Personagens: Irisa Langley e Lucas Ashton

Inglaterra, 1824 – Quando a tentação surgir… Beije-me!

Lucas tinha crescido cercado pelo comportamento escandaloso da mãe e do irmão. Por isso, levava uma vida séria e buscava a mulher ideal para ser sua esposa e escolheu Irisa. Já Irisa buscava aquelas emoções que lia nos romances e se recusava a ser uma “mulher-que-obedece-sem-discutir” e temia que Lucas, apesar de fazê-la sentir interessada, se revelasse um homem dominador como seu pai. A intriga da sociedade inglesa entra em ação e Irisa decide fazer tudo para terminar o relacionamento, só para esbarrar na determinação de Lucas em casar o mais rápido possível. Neste duelo de interesses, há alguém interessado em que o casamento não aconteça e não vai medir esforços para isso.

Comentários:

– Irisa estava no centro do escândalo da família Langley. E usou este trunfo negativo para escapar dos caamentos indesejados, até se interessar pelo Lucas “O Santo” Ashton. O homem acima de qualquer suspeita quer uma esposa do mesmo nível – apesar de que o interesse por Irisa o fez repensar essa regra. No entanto, ele se sente constantemente testado – e reprovado – pelos padrões da noiva e futura esposa.

– A intriga rola solta neste livro. Como na vida real e contemporânea, algumas pessoas sentem um prazer incrível em não apenas tomar conta da vida alheia como em fazer comentários destrutivos. Obviamente, o casamento do “Santo” não passaria em brancas nuvens na sociedade inglesa: e não é que começam a existir dúvidas sobre a integridade dele – que teria uma ligação secreta com uma atriz e uma criança. Irisa obviamente decide resolver as coisas por conta própria, da forma esperta, estabanada e sincera. E ao tentar se livrar do noivo, acaba ficando ainda mais presa a ele, que não quer desistir do casamento.

– Sou suspeita para falar porque este é meu livro favorito da série, porque Irisa – apesar de meter os pés pelas mãos – pelo menos age, não espera o milagre do “Santo” e tenta fazer as coisas acontecerem, porque quer ser respeitada e feliz. Ela não viveu isso na relação com os pais e teme que o marido não seja capaz de dar o que ela merece.

Renda-me! – Lucy Monroe – Sabrina Sensual 29
(Take me – 2006 – The Berkley Publishing Group)
Personagens: Calantha, duquesa de Clairborne e Jared Ravenswood

Inglaterra, 1825 – Quando a paixão chegar… Renda-se!

Jared, Lorde Fera, recebeu a missão de entregar a filha de sua amiga e governanta para a mulher do homem responsável por desgraçá-la. Ele não conseguia acreditar que a duquesa Calantha merecesse realmente o apelido de “Anjo”, até encontrá-la pessoalmente e se sentir atraído por ela. O resultado: a Fera queria se casar com o Anjo. Calantha ainda era traumatizada pelo casamento com o duque e não se ressentia da vida simples que levava, até conhecer Jared e notar que ele não era aquilo que a sociedade julgava. Logo uma série de atentados coloca o perigo no caminho deles e pode destruir a confiança entre os dois – e isso não seria bom para o casamento que eles planejavam ter.

Comentários:

– A filha do vigário era, de tão bela, que atraiu a atenção dos nobres e acabou se casando com o Duque de Clairborne. E viveu um casamento aterrorizante: agressões verbais, o marido que queria exibi-la para a sociedade e a culpava se ela chamava a atenção. Quando o marido morreu em um duelo (morto pelo marido de uma amante dele), Calantha preferiu levar uma vida reservada, longe da futilidade e intrigas da sociedade.

– No entanto, ela conheceu o temido Lorde Fera, a cicatriz que lhe marcava o rosto afastava as pessoas, que ficavam com medo dele. E era para ser prova de coragem – ele salvara a irmã caçula de um lobo (acidente mencionado no livro de Irisa) – mas a sociedade exigia a perfeição aparente e não enxergava o que contava de verdade. Mas Calantha viu que Jared não era o que a sociedade dizia e pensava dele. E os dois se aproximaram, contra a vontade da família do falecido marido dela, o pai verdadeiro da menina que a sociedade dizia ser filha ilegítima de Jared.

– Calantha enfrenta mais provações ainda – e com uma nobreza de fazer inveja aos aristocratas de berço: alguém seqüestra a pequena Hannah, depois tenta envenenar as crianças da família Langley com pétalas açucaradas – e todas as evidências apontam para o “Anjo”. Enquanto todos – até Jared, que titubeia – acreditam nas provas contra ela, apenas Irisa (que está grávida) tenta manter a razão e percebe que as evidências podem levar a uma falsa aparência de culpa (o sermão público dela em Lucas é divertidíssimo – o Santo não dá conta da mulher) e que eles deveriam procurar o verdadeiro culpado para não manter todos ainda em risco.

*** No final das contas, todos os livros têm histórias intrigantes, inteligentes, lógicas, com personagens bem construídos e que pagam o preço pela lambança que o pai dele faz no passado (as meninas fazem os maridos penarem para provar que não são como Lorde Langley e Calantha pergunta diretamente a Jared se ele seria capaz de puni-la repetindo a atitude do pai) em uma sociedade marcada pela hipocrisia, onde todos consideram moleza meter o bedelho na vida alheia e passar a imagem de superioridade. Uma série movida pelos sentimentos de futilidade, arrogância, prepotência, vingança, inveja, que só podem ser superados pela amizade e o amor verdadeiro. Para quem já era fã da Lucy Monroe nos contemporâneos, descobri que também sou tiete dela nos históricos.

Bacci!!!

Beta

3 Comentários

  1. Julie, the chick lit addict

    Aaaah fiquei interessada em ler essas histórias agora! Eu gosto das histórias da Lucy Monroe, ela prende a atenção.
    Nesse estilo mulheres determinadas, eu gosto de um livro da Kat Martin, 'O Rapto de Velvet', lançado mês passado nos Clássicos Históricos. Já leu? Se não, leia! É muito bom!
    Fiz um blog, euamochicklit.blogspot.com, dá uma olhadinha? Desde já, obrigada.
    Beijos.

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