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Cap. 299 – Reino de Zuran – Penny Jordan

Mais uma vez, as leitoras são brindadas com uma série lançada sem a devida atenção. O que custava colo-car “Zuran” em um dos cantos da capa ou da contracapa, pra dar uma ajudinha, né? Ainda para completar, dois livros foram lançados no apagar das luzes da parceria NC-Harlequin e quem não leu na época pode sofrer um pouco para reencontrá-los agora. Outro caminho para a irritação contra a falta de identificação pode aparecer se vocês forem como eu, que leram há tantos anos, têm uma vaga noção da história e não conseguem lembrar onde está o bendito livro atualmente… De toda forma, graças ao e-book, esta resenha será possível (porque a Lei de Murphy se fará presente: aposto que acharei o livro tão logo não precise mais dele!).

Um Conto Árabe – Penny Jordan – Julia nº 1256
(The Sheikh’s Virgin Bride – 2003 – Harlequin)
Personagens: Petra Cabbot e Blaze/sheik Rashid

Petra tinha viajado a Zuran para se encontrar com seus parentes maternos, os mesmos que a haviam rene-gado quando ela se casara com seu pai, um estrangeiro. Agora que o padrinho a deixara no país, sem pas-saporte, ela descobrira que, além da reaproximação, seus parentes tramavam seu casamento com um sheik, como parte de um acordo comercial. Então, teve uma idéia brilhante: destruiria a sua reputação sain-do com o professor de windsurfe do hotel onde estava hospedada. Tomou coragem e convidou Blaze para colocar o plano em prática. Só não contava que iria se apaixonar por ele… que não era exatamente quem ela pensava ser…

Comentários:

– Petra é uma pessoa muito confusa. A gente até entende. Passou a vida ouvindo a mãe contando como foi rejeitada pelo pai porque não se casou com o noivo esperado pela família. Não gostou de ter sido coagida pelo padrinho a visitá-los e temia a aproximação. Ao saber por um primo bem-intencionado sobre o projeto do casamento por conveniência, armou o plano, só não contava que pediria ajuda à quem seria vítima da idéia (esqueceu da regra básica de pesquisar bem antes de colocar planos perfeitos em prática). A partir daí ela vira aquele tipo de pessoa “que não sabe se casa ou se planta uma bananeira” e a confusão só aumen-ta, chegando ao ponto de que, para se salvar, adivinha o que ela terá que fazer…? Pois é, apesar do sheik seguir o padrão do chato onipotente e onisciente, teve um leve momento em que fiquei com pena dele…

Uma Noite Com O Sheik – Penny Jordan – Momentos Íntimos 161
(One Night With The Sheik – 2003 – Harlequin)
Personagens: Mariella Sutton e sheik Omar Al Agir

Mariella tinha a chance de dizer umas verdades ao sheik que havia engravidado sua irmã e renegado a pequena Fleur. Por isso, aceitou o trabalho de fazer o painel encomendado pelo príncipe. Quando chegou a Zuran, fez questão de ir até onde estava o sheik – só se esqueceu de perguntar aos entendidos no clima se era aconselhável se embrenhar no deserto em época de tempestade de areia. O sheik Omar estava convic-to de que a mulher que o acusava não era digna de ser esposa do primo dele e queria provas disso. Para isso, não hesitou em seduzi-la. Mas ambos souberam que não eram quem pensavam e acusavam, tiveram que entender o que era aquilo que os atraía tão fortemente.

Comentários:

– Sheik prepotente encontra artista plástica vingadora do abandono da filha alheia. O encontro deles só po-deria mesmo resultar em confusão. O sheik acredita que ela seja uma aproveitadora, interesseira e doida por riquezas que não hesita em pular na cama de qualquer um. Nem manda investigá-la. Para piorar, ainda a acusa de tentar se tornar amante do príncipe.

– Sim, sheiks prepotentes me irritam, como este inventado pela Penny Jordan.

– E cá entre nós, a irmã de Mariella e o primo de sheik Omar não valiam tanto estardalhaço.

Príncipe do Deserto – Penny Jordan – Paixão 48
(Prince of the desert – 2006 – Mills & Boom)
personagens: Gwynneth Talbot e sheik Tariq bin Salud

Gwynneth viajou para Zuran para resolver o problema da herança do pai, morto recentemente. Com o di-nheiro da venda daquele apartamento, ela poderia ajudar o pequeno meio-irmão e a segunda esposa a terem como se manter. Ela só não imaginava que teria tantos problemas e mal entendidos neste cami-nho. Tariq estava envolvido em uma operação ultrasecreta para prender uma quadrilha que explorava a prostituição feminina. Ele chegou ao apartamento que deveria fingir ser seu durante a missão e encontrou uma bela mulher na sua cama. Apesar de saber que não deveria tocá-la, ele não resistiu e os dois tiveram uma noite saída das melhores fantasias. Mas quando o dia amanheceu, Gwynneth teve dois choques: pri-meiro, ao se lembrar do que havia feito. Segundo, ao perceber que ele tinha certeza de que ela era uma prostituta. A partir daí, a briga por aquele apartamento os levariam a lutar contra preconceitos e a paixão que faiscava entre eles.

Domada Pelo Sheik – Penny Jordan – Harlequin Paixão 72
(Taken By The Sheikh – 2007 – Mills & Boon Modern Romance)
Personagens: – Sadie Murray e Drac’ar “Drax” al Karim bin Hakar

Drax dividia o governo do emirado Dhurahn com o irmão gêmeo, Vere. A prosperidade atrai a atenção de dirigentes de países próximos e os gêmeos decidem procurar esposas perfeitas e temporárias para evitar que se tornassem alvos de manipulação política. E as jovens deveriam ser inocentes, virgens e sem ser manipuladoras que estariam de olho nos benefícios da fortuna deles. Vere desafiou Drax a encontrar essa jóia rara e o destino se encarregou de colocar uma estrangeira desorientada no seu caminho… Sadie queria um lugar para mostrar tudo o que aprendera na universidade e se firmar como profissional, mas a sua em-pregadora queria que ela seduzisse os homens como um bônus por eles se tornarem clientes da empresa. Sadie jogou o emprego para o alto e estava sem rumo, até que caiu nas graças de um homem misterioso que dizia ter um emprego para ela, desde que o seguisse. Só que Drax agora vivia um dilema: deveria en-tregar, como prometera, a esposa temporária perfeita para o irmão?

Comentários:

– Coitado do Drax. Ele fica realmente dividido, com medo de que o sentimentos por Sadie consigam o que parecia impossível: ele e o irmão em lados opostos. A aposta informal entre os gêmeos determinava que, se Drax encontrasse a jóia rara que pudesse ser a esposa temporária perfeita, daria o privilégio de desposá-la ao irmão. Mas à medida que se aproxima de Sadie, ele vai se encantando com a honra, os princípios e a beleza dela – e passa a desejá-la e a ter desejado não ter feito a promessa para o irmão.

– Que raiva do Drax. Ele pressentiu que a jóia era rara, mas a crise de ciúme provocou confusões. E como na mentalidade masculina a mulher está sempre errada, sempre é provocadora e tentadora e se não soube se preservar, deve ser tratada como uma vagabunda, ele fica realmente chocado ao se deparar com uma inocente vítima do machismo alheio (e cá entre nós, a punição de banimento de Dhurahn me pareceu mi-núscula perto da falta de respeito, ainda mais porque o “criminoso” nem soube dela!)

– E para piorar, essa história de segredo aqui e ali só poderia mesmo resultar em confusão. Uma hora o segredo escondido termina sendo revelado e, aqui, gera uma interpretação muito equivocada, que quase termina em tragédia (a menos que a confraria das autoras abra uma autoescola com turma especial para as mocinhas do estilo “quero fugir do sheik pelo qual sou terrivelmente atraída, mas não sei dirigir no deserto” com o bônus de aprender a “como sobreviver a uma tempestade de areia”)…

Amantes Do Deserto – Penny Jordan – Harlequin Paixão nº 100 (Nas Areias De Zuran – 2 Histórias)
(The Sheikh’s Blackmailed Mistress – 2008 – Mills & Boon Modern Romance)
Personagens: Samantha McLellan e Verehan “Vere” Al Karin Bin Hakar

Um beijo entre dois estranhos que se esbarraram no corredor de um hotel tinha sido a perdição de ambos. Deixou a cartógrafa Sam McLellan desorientada ao conhecer o novo responsável por gerenciar o trabalho no acampamento de estudos e pesquisas entre os países árabes e fez a suspeita do sheik Vere aumentar: só uma mulher capaz de se oferecer a ele sem reservas em público poderia ser a espiã do emir. E para isso, ele já tinha a solução – controlá-la bem de perto para que ela não tivesse chance de colocar Dhurahn em risco.

Comentários:

– O sheik Vere precisa de uma terapia. Fato. Conheço uma psicóloga ótima que me deixava à vontade para falar – neste caso, coisa que não gosto de fazer – enquanto jogava dardos. Se bem que na situação do livro, o sheik deveria ser o alvo numa partida de paintball. Ele decide reagir com raiva à atração pela mulher que beijara no corredor e, quando surge a suspeita de que alguém no acampamento seria um espião, ele nem titubeia: tem certeza de que é ela. Como se tivesse um radar especial por ser sheik e soberano supre-mo de um canto no Oriente Médio que identificasse com néon purpurinado as pessoas infiéis, traidoras e indignas de atenção – justamente as que ele deveria se encarregar de punir pessoalmente. Incentivado por um misto de atração-repulsa na mesma proporção, ele se dedica a seduzi-la. E para anular qualquer possi-bilidade de contato dela com o emir de Khulua resolve assumi-la publicamente como amante (o que poderia acabar com a carreira dela como cartógrafa, já que ela seria para sempre a “brinquedinho do sheik: ele de-cide como vestir, como despir, o que comer, onde ficar”).

– Perfeito, né? Er… nem tanto. Bastou uma investigação decente (não o sensor areia do sheik idiota) e o gêmeo dele, Drax, descobriu que Sam era inocente, mas Vere já tinha ido longe demais para retroceder, fazendo de conta que não tinha feito nada. Não contente, ele ainda coloca a vida dela em risco e é tomado por um sentimento de culpa que fica na dúvida entre ser ridículo ou esdrúxulo ou inútil – para completar, tenta se explicar dizendo que “quando era criança não tão pequena em Dhurahn” perdeu os pais de forma trágica, ficou com medo de voltar a demonstrar fragilidade e vulnerabilidade, algo que um governante na posição dele nunca pode externar e Sam o fez se lembrar e reviver disso, então ele reagiu daquela forma (estúpida, grosseira, arrogante, prepotente, mandona, egoísta) para se proteger e proteger Dhurahn. Ainda bem que o povo tem Drax, porque se dependessem apenas de Vere… Putz… E pela explicação bocó do final, sorte do sheik que era Sam que preferiu correr pra chorar, porque se fosse uma escorpiana mal humo-rada ele ia ouvir algo pior que “Ah, tá, vai contar outra história pra dromedário dormir…”.

– E Sam, bem, cumpre o papel que é esperado dela: tenta se expressar, mas é vencida pela sedução impla-cável do sheik, que a maltrata sem ela entender por que e nem pede desculpas direito (ah, sim, pedir des-culpas, só eu mesmo acredito nisso…), mas tudo bem, porque, no final, ela está disposta a perdoá-lo, já que ele a ama do jeito dele e eles podem ser felizes… (aham… Cada um no seu quadrado…)

– E uma coisa me revoltou, mais que todo o resto. Afinal de contas, quem era o espião do emir? O pivô do calvário de Sam nas mãos de Vere não foi identificado, nem ao menos punido. (Assim como na história de Drax, o idiota que o faz pensar mal de Sadie consegue sair do país achando que era o último Gatorade de lima limão geladinho do deserto sem ao menos ser castigado por difamar uma mulher em um país onde isso poderia causar-lhe sérios problemas).

– Moral da história: alguém pode achar isso sexy, claro, cada um tem seu gosto, só que eu não acho nada sexy, nada atraente – imagina se eu ia querer compartilhar minha vida com um cara que me julga com base nos traumas adolescentes dele? Socorro…

Possuída Pelo Sheik – Penny Jordan – Harlequin Paixão nº 100 (Nas Areias De Zuran – 2 Histórias)
(Possessed By The Sheikh – 2005 – Mills & Boon Modern Romance)
Personagens: Katrina Blake e sheik Allessandro “Xander” Bin Ahmeed Sayed

A vida de Katrina foi de mal a pior em um piscar de olhos – ao fugir da tentativa de sedução forçada pelo chefe se tornou prisioneira de um grupo de bárbaros nômades. Foi disputada por dois dele e se tornou a prisioneira de Tuaregue, à mercê das decisões dele. E para salvá-la das garras de outro homem cruel, Tua-regue se casou com ela! Xander tinha uma missão a cumprir em meio aos nômades e Katrina só o atrapa-lharia porque estava atrapalhando o foco e fazendo a tentação superar o que ele tinha que fazer ali, pelo bem de Zuran.

Comentários:

– Meu “eu escorpiano” está pessimamente humorado após ler esse livro (sim, estou colocando as duas his-tórias no meio balaio). Juro. Não dá pra lidar pacientemente com esses heróis que pensam estar certo a partir de suspeitas vindas do além (sem nenhum fator lógico para respaldá-las), aprontam todas baseado nisso, q uebram a cara e são incapazes de fazer algo pra tentar consertar a lambança, porque a infeliz víti-ma do amor(?!) deles tem a obrigação de adivinhar o que se passa nos buracos daquela mente obtusa. Gente, vou pedir a uma autora pra casar estas bestas com a Mãe Dináh!

– Sheik Allessandro é o meio-irmão do sheik de Zuran. Ele investigava a suspeita de complô para matar o soberano, que estaria sendo arquitetada pelo primo e ministro do governo do país. Por isso, ele se infiltrou como o “Tuaregue” no grupo de nômades para desvendar os responsáveis pela conspiração. Ao encontrar Katrina em um oásis concluiu o óbvio (para ele): ela estava ali para um encontro com o amante inglês, que a abandonou sem cerimônia para fugir dos nômades. Não adiantou ela explicar que tinha sido levada ao local contra a vontade por um chefe obcecado em leva-la para a cama, ela querendo ou não – na cabeça de sheik Allessandro/Xander/Tuaregue, a culpa só podia ser exclusivamente dela. Depois quando ele descobre que ela não era amante de ninguém, nem tem a decência de remendar o estrago. Aliás, só piora: ela se fere para salvá-lo, pede misericórdia pelo ladrão sem saber que era o sheik e herói do dia, é forçada a se casar oficialmente e tudo isso com a certeza de que ele a aturava por ter tirado a virgindade. Ele até pensa (para quê dizer em voz alta?) que a ama, mas não diz. E a força a confessar os sentimentos dela:

“- Você nunca disse nada – disse Katrina numa vozinha que revelava a sua dor.
– Nem você – lembrou Xander. – Casar com você pela segunda vez foi uma demonstração dos meus sentimentos por você.”

Madonna Mia, Jesus Luz. Hora de largar isso aqui antes que eu acrescente gastrite nervosa às minhas ma-zelas recentes… Pelo menos, a missão está cumprida e com este post não preciso lembrar desta série tão cedo… a menos que dona Penny Jordan resolva escrever mais alguma coisa relacionada a este bando de sheiks mimados que não deixam as mulheres serem mulheres em suas companhias, apenas fantoches prontos para serem seduzidos.

Affe, preciso de um histórico depois desse carma…

Bacci!!!

Beta

2 Comentários

  1. renanthesecond2

    Beta, pena que aparentemente você não viu a resenha que escrevi sobre "Possuída pelo sheik" no seu tópico na comunidade. Com certeza se tivesse visto você teria passado longe do livro, pois Verre é imbatível no quesito "mané"! Renan.

  2. Beta

    Renan

    Na verdade, eu li o seu comentário, só que eu já tinha reunido boa parte das histórias. E quando começo, faço o possível para terminar. Aí, já comprei sabendo que seria irritante e sem falsas ilusões…

    Beta

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