Menu fechado

Cap. 316 – Revelação: A Amante do Sheik – Sharon Kendrick

Esse é um dos “daqueles” da Sharon Kendrick – uma trama de vingança com direito às reviravoltas básicas do estilo. Herói metido a dono da verdade vingador, heroína com vocação para sofredora tentando se impor. Para quem gosta, é uma boa dica (eu li em menos de 2h, num dia de chuva!).

Revelação: A Amante do Sheik – Sharon Kendrick – Paixão 47 (Por amor ou dinheiro)
(Exposed: The Sheikh’s Mistress – 2005 – Mills & Boon Modern Romance)
Personagens: Sienna Baker e sheik Hashim Al Aswad

Uma armadilha – foi a surpresa de Sienna, que pensava encontrar um novo cliente e reencontrou o ex-namorado, sheik Hashim, de quem se separou de forma traumática. Agora ele está de volta, disposto a tê-la como amante, já que havia acreditado antes que ela era inocente e virtuosa, até ter as provas de que isso não era verdade. O plano do sheik Hashim era simples, até a hora que a situação saiu do controle e se tornar uma questão de tempo perceber que a vingança tinha sérios efeitos colaterais para ele…

Comentários:

– Ao contrário de Julia James e Lucy Monroe, que deixam para os leitores a sensação de que o herói está errado mas a gente não sabe o motivo, a Sharon Kendrick entrega logo de cara os motivos que levaram Sienna a fazer as famigeradas fotos que causaram a separação dela e do sheik. Claro que era por uma causa nobre, necessária, de vida ou morte e que ele, obviamente, se recusa a ouvir, descobrir, avaliar.

– O sheik chega repleto de exigências, vontades, partindo do princípio que Sienna é uma qualquer e merece ser tratada como tal. Ela tenta reagir e claro que ele a chantageia para conseguir o que quer – ameaça destruir todo o respeito profissional que ela adquiriu trabalhando muito nos últimos cinco anos se ela não aceitasse organizar a festa para ele.

– Sim, os capítulos quatro e cinco são um belo estímulo de que fosse possível entrar no livro com um taco de baseball e acertar a cabeça do sheik até virar purê – é quando ele despeja todos os preconceitos de uma forma nada sutil. Ela se mantém altiva, se recusa a se defender, porque percebe o óbvio: ele nunca a ouviria. E pra piorar a situação do sheik sabe-tudo, ela revela os motivos de ter feito as fotos sensuais para o calendário e adivinha: ele não acredita e ainda debocha dela.

– Ah, sim, o capítulo sete completa o “massacre do sheik” – a tal festa-armadilha, a sedução meticulosamente planejada para que ela se rendesse: “Quando uma mulher não tem certeza, é necessário ir devagar. Muito devagar. É preciso fazê-la acreditar que o homem não tinha como objetivo o sexo até que fosse tarde demais para ela parar. E as mulheres não conseguiam chegar a esse ponto sem retorno tão facilmente quanto os machos da espécie.” (pág. 83) ”A mente dele funcionava mais rápido do que os dedos. Se ele a levasse para o local clássico da sedução, uma cama, poderia dar tempo para que a realidade quebrasse o feitiço. Ele ficou tenso, retesado, excitado ao perceber que teria que ser ali. Ali! Como um adolescente sem um lugar para onde levar a namoradinha, mas pensar nisso o excitava também.” (pág. 85) “Se ainda havia algum pequeno vestígio de culpa em sua sedução a sangue frio, aquelas palavras o baniram totalmente. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Estava tão sexualmente voraz quanto ele e provavelmente tinha até mais experiência! Bem, então era hora de ver quem era o melhor amante” (pág. 89 – depois que ela lembra que eles não teriam tempo porque os convidados estavam chegando.) E chegamos ao ponto onde ele quebra a cara e vê que tinha feito pré-julgamentos sem evidências concretas, o que torna todo o plano ainda pior: “ele tinha planejado o próprio prazer em detrimento do dela, diferente do que ocorrera da primei-ra vez, mas tudo mudara.” (pág. 91)

– Sim, após a bolha de contentamento estourar, Sienna percebe que está deitada em um corredor frio e sombrio, nos braços de Hashim, com o vestido caído nos quadris. E com um sheik perguntando em tom acusador por que ela não tinha dito a verdade para ele. É mole? E calma, que ele consegue piorar a situação: ela reclama com razão que ele a julgou por algumas fotos e nunca a analisou profundamente. E o que o esperto responde? “Sinto muito, mas minha posição me impede. Não me dou ao luxo de ter tempo para analisar as pessoas além da superfície.” (pág.98 – se esse cara governa desta forma, socorro!) e na página seguinte: “O que está feito está feito. Não está um pouco tarde para palavras de recriminação?” (espaço para momento de ira: MATA MATA MATA) Sienna se manca do plano dele, fica irritada e explode. E o sheik? “Hashim ouviu, esperando pacientemente a tempestade passar. Depois da raiva dela passar viria o bom-senso. Ela perceberia que o que aconteceu entre eles fora maravilhoso e ignorar seria um desperdício. Ele poderia levá-la para cima, para um dos suntuosos quartos, e eles poderiam dar continuidade aos mo-mentos de prazer. Depois de uma noite nos braços dele, ela logo esqueceria sua raiva. (págs. 101-102)

– O sheik deveria se penitenciar em praça pública, né? Mas não, decide que quer instruí-la melhor na arte do amor, porque foi injusto na primeira vez dela. Diz que a quer como amante e faz todo tipo de promessas, jóias, roupas de seda e cetim e ela deveria abandonar o emprego para estar sempre disponível para ele. E tem a audácia de ficar irritado quando ela diz que até aceita ser amante dele, mas dentro dos critérios dela. Porque nem tudo na vida deveria ser como ele queria. Daí pra frente, seis meses depois, a convivência já se tornou agradável entre eles: o sheik ainda sendo um chato cheio de vontades, mas ela sabendo levar e se impondo quando necessário e tendo treinamento intensivo na arte de agradar um sheik em encontros secretos, de acordo com a disponibilidade de ambos. E claro que, quando tudo parece certo demais, algo vai acontecer. A situação no país do sheik Qudamah exige uma postura mais contundente de seu governante (juro que tenho pena deles), Sienna facilita o rompimento, a bomba sobre o passado dela simplesmente estoura na mídia (alguém já ouviu falar da voracidade dos tablóides ingleses quando acontece um escândalo) e chega ao ponto em que a vingança deixou de ser desejo e virou amor. A partir daí, só tem um caminho: casamento. E dependia do sheik fazer com que todos acreditassem que ela era uma noiva honrada.

– Bem, devo dizer que gostei de acompanhar a evolução do relacionamento dos dois – da vingança ao “lá vem a noiva…” – mas ainda acho que o sheik foi excessivamente cruel e não se penitenciou à altura. Gostei do comportamento adulto da heroína, tentando ser forte e sensata quando ele não era – ok, tem que terminar, termina, vou sofrer, sim, mas a vida continua. E eu não sei se teria coragem pra fazer o que ele chamou de “salto de fé” – abrir mão de tudo para ser a rainha dele, sendo que eu não acredito que ele merecia gerenciar nem um microeempreendimento, quanto mais um reino! Quer saber, vou assistir a “Mamma Mia!” pra relaxar! Inté!

Bacci!!!

Beta

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *