Menu fechado

Cap. 344 – O Poder da Paixão – Olivia Gates (Príncipes de Judar)

Ciao!!!

Depois de conhecer os dois primeiros príncipes de Judar, Farooq e Shebab, a essa altura já sabemos que, por causa do amor, abriram mão do trono, vamos descobrir mais sobre quem acabou se tornando Rei: o príncipe Kamal, o mais seco e mal humorado dos três. E adivinha qual é a obrigação dele e o que vai acontecer ao final da jornada…?

O Poder da Paixão – Olívia Gates – Desejo 119 (Príncipes de Judar, vol.3)
(The Desert King – 2008 – Silhouette Desire)
Personagens: Aliyah Morgan e Kamal Aal Masood

Sete anos depois, eles foram forçados a se reencontrar. Aliyah era o caminho para a paz na região. Um caminho que Kamal tomaria a contragosto e à maneira dele: ordenou o reencontro, se impôs como ser humano superior que era – e que sabia que a sua futura esposa por obrigação não valia um centavo – e a levou para o casamento. A vida de Aliyah estava novamente em uma montanha-russa, as verdades que ela sempre viveu não eram tão verdadeiras assim e ela tinha que lidar com as consequências disso. E a atração e a constante acusação de Kamal não estavam ajudando. Só que ela não era a mesma garota frágil de antes. Desta vez, ela também iria partir para a luta e Kamal que se cuidasse porque tinha uma rainha à altura – e talvez ainda melhor que o todo-poderoso Rei de Judar.

Comentários:

– Com a morte do tio e as renúncias dos irmãos, Kamal era o Rei e para acalmar os ânimos na região tinha que se casar com a mulher que desprezava. Por isso, se cercou de garantias que tudo seria feito como ele queria: e assim que conseguisse o herdeiro do sexo masculino. Queria provar que conseguiria lidar com ela sem arriscar envolver os sentimentos.

– Parte da mesma premissa que os outros dois livros: sheik já condenou a mocinha com bases em evidências. No entanto, diz uma música do Phil Collins “We’ll always need to hear the both sides of the story”. E se Kamal tivesse pensado com a razão que ele diz possuir, teria descoberto mais fatos ao invés de se limitar às “evidências” em que baseou seu julgamento. Mas como sempre, este tipo de herói (e parece que italianos e sheiks tem esse modus operandi em especial) prefere destruir para reconstruir (e na maioria das vezes, sem dar a entender que percebeu o real valor na mulher que torturou e pisou por livre e espontânea vontade nas cento e tantas páginas anteriores).

– E Aliyah tinha todos os motivos para ser uma chorona frágil que se deixa ser títere do destino. Tenta rebater o comportamento arrogante mostrando uma segurança (que, mais tarde, fica claro que foi conseguida à custa de muito sofrimento) que não tinha antes, capaz até de ser ousada demais para uma mulher destinada a ser mera “reprodutora” e futura abandonada pelo senhor seu marido, o Rei. E temos que ressaltar a insensibilidade apresentada no livro anterior por Shebab é aqui repetida em quantidade astronômica por Kamal: em nenhum momento, eles se colocam no lugar das garotas (antes Farah e agora Aliyah): imagina descobrir que as pessoas que você sempre considerou sua família não o são? Imagina descobrir que você é a filha perdida de um sheik e que precisa se casar pelo bem da paz mundial (e não é discurso de concurso de Miss Universo – sem o casamento, a região pacífica vira um barril de pólvora em contagem regressiva para explodir). Mas imagina se os sheiks pensam nisso – para eles, elas são egoístas e mimadas que não pensam no bem dos seus pais e do seu país! (Eu mereço!)

– Devo admitir que a história de Aliyah consegue ser a campeã do ranking da “desgraça traumatizante” , deixando Farah em segundo e Carmem em terceiro. Ela, sim, é uma baita heroína: teve que vencer literalmente a tudo e a todos (incluindo ela mesma) para Kamal vir, se achando a última Pepsi Twist Light geladinha do deserto, julgando e condenando a partir de evidências que não compreendiam a verdade dos fatos. E é quando a autora me ganhou – não só neste livro, como em toda a trilogia – a gente viu o arrependimento do sheik prepotente e viu que ele tentou remendar o prejuízo (no caso, todos os sete anos perdidos) e passou a valorizar (isso ao longo da história, quando ela começa a intrigá-lo e não ser submissa às ordens dele – a menos que seja do interesse dela esta “submissão”) antes de entender o tamanho da lambança que fez por pura arrogância e preconceito. Dá gosto ver o happy end, porque consigo crer na redenção do herói e da heroína através do amor…

– Ah, sim, a luta de espadas e a “lua de mel” são maravilhosos bônus track – até eu que não sou fã de sheiks fiquei interessada na espécie…

*** Resumindo a série:
Olívia Gates criou o sheik padrão: arrogante, prepotente, onisciente, que se considera no direito de julgar e punir as mulheres que atravessaram/atravessam seu caminho. E a desculpa política de “quem será o herdeiro do rei de Judar” oferece a eles a falsa segurança de que podem fazer isso impunemente. Só que eles acabam pagando um preço inesperado: ter que rever os conceitos e admitir – de forma decente – que eles estavam errados. E, em se tratando de heróis prepotentes, isso é um milagre. Aí ela ainda faz outra coisa cuja ausência sempre me estressou em livros parecidos: o herói sofre com os erros cometidos por ele ou terceiro que prejudicaram a mocinha e se redime. Por isso, comentei no twitter e com a Tonks que nunca mais lerei livros de sheiks da mesma maneira: esta trilogia estabeleceu o padrão que eu gostaria que outras autoras seguissem: pisou na bola, maltratou e humilhou, peça desculpas de forma clara e decente e valorize a esposa que arrumou – porque eu ainda acho que nenhum dos três – Shebab e Kamal, em especial, mereciam Farah e Aliyah, mas pelo menos termino o livro sabendo que eles as tratarão com o respeito e a dignidade que elas merecem.

Leitura totalmente recomendada (valeu Andréa pelo presente-indicação)

Bacci!!!

Beta

Ps.: Caso alguém interesse, aqui há explicações sobre a TDAH e vale visitar o site da autora Olivia Gates para saber o que vem por aí…

2 Comentários

  1. Andrea

    Beta,

    Achei a série muito legal, bem escrita e construída, daí a recomendação.

    A coisa mais chata do mundo é ler um livro em que tudo é inverosímel, nada se explica, nada tem conexão com coisa nenhuma e todos são felizes para sempre.

    Essa séria mostra que é plenamente possível se utilizar de um modelo de sonho, nesse caso o sheik, e mostrá-lo como um humano, com erros e acertos, com atitudes e sentimentos próximos aos nossos.

    Da trilogia, meu preferido é o último, mas concordo com você: o Shebab e o Kamal bem que mereciam uns dias perdidos no deserto prá pensar na vida (rsrsrs)!

    Beijo,

  2. Angelica Teixeira

    Olá!
    Essa série está conectada a outros livros.
    Você pretende fazer a resenha deles?
    Estou procurando para ler.
    Desde já agradeço a atenção.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *