Eu já conhecia o trabalho de John Carlin (ele escreveu o livro Anjos Brancos sobre a fase galáctica do Real Madrid) e fiquei realmente interessada quando ouvi falar no filme Invictus (critica do Omelete, do Cinema em Cena e do Scream & Yell) na época do Oscar (por ser fã do Morgan Freeman e do Matt Damon).
Conquistando o Inimigo: Nelson Mandela e o jogo que uniu a África do Sul (Invictus) – John Carlin – Editora Sextante
(Playing the Enemy – 2008)
Personagens: Nelson Mandela, jogadores do Springboks e história da África do Sul
O livro faz uma narrativa dos bastidores da transição do sistema do apartheid para a democracia na África do Sul. O ponto de vista é a trajetória e o papel desempenhado por Nelson Mandela, de preso político a primeiro presidente negro do país. O livro disseca como ele preparou, na prisão, uma estratégia para se aproximar dos “inimigos” e convencê-los de que a única alternativa para o país era uma transição pacífica, que conseguisse fazer com que negros e brancos convivessem no país e se sentissem sul-africanos. Para isso, após chegar na presidência, Mandela usou o esporte-símbolo dos africâneres para promover a união: o rugby. E colocou o futuro político do país em jogo também na Copa do Mundo de 1995, onde a vitória no campo era muito maior que a necessidade de ganhar a taça.
Comentários:
– No dia 11 de julho de 2010, eu corri para o trabalho (sim, tenho plantões aos domingos) e cheguei a tempo de ver o fim do show de encerramento da Copa do Mundo. Na verdade, vi algo que o mundo inteiro esperava: a aparição de Nelson Mandela para saudar o público que acompanharia in loco a final entre Holanda x Espanha. E se a quilômetros e um oceano de distância, eu fiquei emocionada, imagina quem estava lá.
– Para unir todos, usou o time de rugby, esporte branco e africâner por excelência (os brancos de origem inglesa enfrentavam dificuldades para jogar em times brancos de origem holandesa e os negros jogavam futebol). Os africâneres amavam o jogo com o fervor da devoção religiosa (no livro, há a comparação que seria semelhante à paixão dos brasileiros por futebol) e, enquanto o sistema do apartheid vigorou, o time foi excluído ou mal recebido em competições internacionais, o que era um motivo de tristeza para eles.
– John Carlin foi um privilegiado. Trabalhou na África do Sul nesta época e acompanhou o impacto que a Copa do Mundo de Rugby teve no contexto político – transformando o slogan “um time, um país” em algo real.
– Duas coisas: terminei de ler este livro ontem, no dia da Consciência Negra, o que só reforça como o mundo está evoluindo, graças a Deus. Ainda é pouco, temos muito a fazer para evitar que absurdos como o apartheid voltem a acontecer em qualquer lugar do mundo – além de combater o racismo presente no dia a dia.
Arrivederci!!!
Beta
Conquistando o inimigo foi um dos melhores livros que li esse ano.
Fui ver o filme ansiosa, e confesso que o filme foi decepcionante. O Freeman parecia esquisito no papel de Mandela.
Mas um amigo que morou muitos anos nos USA e ouviu Mandela discursar, me disse que Freeman fez um Mandela perfeito. Que o jeito de Mandela é aquele mesmo.
🙂
Bjs,
O livro parace ser muito bom, vou procurar para ler. Bjs, Rose:D