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Cap. 393 – Alguém para amar – Judith McNaught

No ano passado, fiz uma pesquisa de opinião para saber qual dos meus livros protegidos do armário deveria ler primeiro. Prometi ler os três mais votados e publicar as resenhas agora em janeiro. Para começar a série dos livros vencedores do “Ajuda para sair do armário”, eis o terceiro mais votado: Alguém para Amar, Judith McNaught, uma autora já pedida e que finalmente estréia no LdM!

Alguém para amar – Judith McNaught – Bestseller
(Almost heaven – 1999)
Personagens: Elizabeth Cameron e Ian Thornton

Elizabeth tinha sido a debutante mais disputada das últimas temporadas, tendo recebido 15 propostas de casamento. No entanto, um erro fatal a condenara ao ostracismo social e impedira que um casamento vantajoso salvasse as finanças da família. Cerca de dois anos depois, o passado batia à porta. Seu guardião queria vê-la casada a todo custo com alguém de título e fortuna e três antigos pretendentes se candidataram… Bem, dois por vontade própria e um por acidente. E foi justamente o reencontro acidental com Ian Thornton que desencadeou uma série de circunstâncias – afortunadas ou não – que mudaria para sempre a vida deles…

Comentários:

– Atire a primeira pedra quem prefere a pior coisa do mundo a desencavar traumas do passado. Pois bem, Elizabeth vivia um desses momentos-chave. Desgraçada socialmente antes, tinha sido oferecida em casamento – sendo que não queria se casar desta maneira. Fez o possível para espantar os pretendentes e só conseguiu complicar a situação ainda mais.

– Elizabeth é inteligente, articulada, informada. Fora totalmente do padrão esperado de uma debutante no século XIX, que ditava que quanto mais fútil melhor. E havia a norma que valia para todas: não se deixe flagrar em situação constrangedora ainda mais se o acompanhante for um paria social. De qualquer maneira, o preço cobrado da mulher é muito maior. Na ingenuidade de quem morava no campo e não estava acostumada com a selva que era a temporada de debutantes e contribuiu para a armadilha maldosa armada para ela. Sem a família, com o irmão (que devia Deus e o mundo) desaparecido, só restou a ela se virar por conta própria. No ostracismo social, aprendeu a sobreviver e a levar a vida, negociando com credores, sustentando a sua amada Havenhurst, com seus empregados que agiam como familiares devotados (o mordomo protetor leitor de livros de mistério é fenomenal – participação pequena, mas posso garantir que você irá rir com as “iniciativas” dele). Mesmo assustada e com medo, ela não se deixa intimidar (o melhor exemplo foi a viagem para a Escócia, longe das condições adequadas às damas de tão nobre estirpe e com momentos que fariam qualquer pessoa mais frágil querer sentar e chorar. Mas há de se convir que, com a companhia de Lucinda Throckmorton-Jones, as piores situações sempre têm uma solução…)

– Ian é metade inglês e metade selvagem (= escocês), o neto legítimo não reconhecido de um nobre de alta estirpe. Por isso era ignorado. À medida que enriquece, passa a ser tolerado. Quando é reconhecido, se torna o alvo de toda a nobreza que o desprezou. Foi um jovem muito magoado pela vida, perdeu a família e queria se proteger da dor (adotado atitudes extremíssimas para isso – como conta o tio dele, Duncan). Ele se encantou com a debutante fora do padrão (que comprou briga por ele, se fazendo de tola), mas acreditou nas evidências de que ela brincara com os sentimentos dele. O reencontro foi acidental, não intencional e também tumultuou os planos dele, que notou que ainda se interessava por Elizabeth. Mas até que a verdade praticamente bateu na cara dele (por diferentes caminhos e mensageiros, diga-se de passagem. Vocês podem imaginar que ele é teimoso – há quem jure que é culpa da metade escocesa dele).

– Portanto, com personalidades tão marcantes (e tanta gente dando pitaco pra bem e pra mal) é claro que um casal tão único não teria uma trajetória tranqüila. Neste livro acompanhamos, entre indas e vindas (viva os flashbacks), o desenrolar do que acontece a partir do momento que o tio dela a coloca em disposição para casamento. Entre as conseqüências desta atitude dele, voltamos ao passado para saber a causa do ostracismo, e ao presente para entender como Elizabeth pagou pelo erro e como Ian foi afetado pelos acontecimentos. Eles se reencontram, se estranham, se separam. E as circunstâncias mudam tudo: ao saber que as coisas não eram do jeito que ele pensava, Ian empreende uma missão para resgatá-la do ostracismo e restituir-lhe a reputação. Então temos uma terceira etapa na história, com mais segredos a serem desvendados, novas reviravoltas e provações que colocarão o relacionamento de Ian e Elizabeth à prova. Posso garantir que você terá vontade de distribuir cascudos (é compreensível que pessoas inteligentes tomem atitudes equivocadas e façam algumas bobagens, mas mesmo assim dá nos nervos) na mesma proporção que você vai torcer para que eles superem tudo e sejam felizes.

– Como já mencionei, tem coadjuvantes de primeira linha: Jordan e Alexandra são lindos e fofos – eles têm livro próprio (que não encontrei). A dama de companhia Lucinda é impagável (sim, tive altas crises de riso nas cenas dela na Escócia, em especial, com o cavalo antissocial). Os empregados amigos de Elizabeth também são interessantes de se observar (como disse, o mordomo é hilário). E há várias cenas inesquecíveis: Elizabeth “invadindo” a casa da árvore de Ian e encontrando pistas do passado dele; toda a tensão do baile ao qual Elizabeth comparece para ter a honra restabelecida (plano bolado por Alexandra) sem saber que Ian estava a caminho com outras idéias também para ajudar.

– O livro é relacionado a outros romances históricos da autora. Pelo que pesquisei, achei esta lista – em Parêntesis, os nomes recebidos nos que foram lançados no Brasil. Não sei o nome que a série recebeu no Brasil, quem souber, pode me dizer que eu acrescento aqui!!!

* Almost Heaven (Alguém para Amar)
* A Kingdon of Dreams
* Once & Always (Agora e Sempre)
* Until you (Até você chegar)
* Whitney, my love (a @dociile diz que eu tenho que ler este livro, que fará o “pseudomocinho” de Avassalador parecer um anjo de candura… E sim, ela jura que me adora! Faz parte do grupo que me indica livros que sabem que vão me irritar só pra ver o que aparecerá aqui kkk)

– A autora não tem site oficial, mas tem um site muito legal feito por fãs. Recomendo para iniciantes, como eu. E para os fanáticos, que ainda não conhecem.

E deixei para o final a informação mais relevante. Este livro estava no meu armário, junto com outro da Judith McNaught, desde 2009, quando ganhei ambos como presente de aniversário da minha amiga Patrícia. Por alguma razão (leia-se: estresse, trabalho, mestrado), me esqueci deles (e de todos os outros que estavam no armário)… Portanto, não me matem. Antes tarde que nunca, né?

Bacci!!!

Beta

10 Comentários

  1. Carla

    Essa história é de suspirar, mas a sua resenha não me deixou perceber se vc gostou, achou razoável ou amou. E se recomenda.

    A história do Jordan é "Something Wonderful", que não foi editada (ainda) no Brasil. Tem uma tradução de fãs por aí chamada "Um amor maravilhoso".

    Você misturou duas séries. Esse é o último livro de um série de 3. A ordem correta é essa:

    Westmoreland Dynasty Saga

    1. Whitney, My Love (1985) – Whitney, Meu Amor
    2. A Kingdom of Dreams (1989) – Ainda não publicado no Brasil, mas c/ tradução de fãs.
    3. Until You (1994) – Até Você Chegar
    4. "Miracles" in A Holiday of Love (1995/Oct) (with Jill Barnett, Jude Deveraux, Arnette Lamb) & in Simple Gifts (1997) (with Jude Deveraux) – Não publicado no Brasil.

    NOTA: Essa série vai ter um livro CONTEMPORÂNEO – Can't Take My Eyes Off of You (2011)

    Sequels Series (da qual faz parte o livro que vc leu)

    1. Once and Always (1987) Agora e Sempre
    2. Something Wonderful (1988)- Ainda não publicado no Brasil, mas c/ tradução de fãs.
    3. Almost Heaven (1990) – Alguém Para Amar

    bjs

  2. Caline

    Oi Beta este tbm foi meu livro de estreia da Judith e resenhei ele no blog a pouco tempo tbm. Nem preciso dizer que adorei, na verdade gostei tanto que já comprei outro dela e vou começar a ler o mais rapido possivel.

    Xero.

  3. Andrea

    Ciao, Beta!

    Até que enfim esse aí saiu do armário!!!! Eu adoro a Judith e esse livro, sem dúvida, é o meu favorito (daqueles que eu consegui encontrar, é claro). Fiquei apaixonada pelo Ian (que o meu marido não leia isso – kkkkkkk)!!!

    Quanto às edições, isso é uma bagunça total! Aliás, mandei um e-mail para a editora Record reclamando que não há publicações da Judith suficientes e que eles não seguem a ordem das séries. Eles me responderam o seguinte:

    "Prezada Andrea, atendendo a inúmeros pedidos dos fãs da autora, o Grupo Editorial Record, através da Edições Best Bolso, conseguiu viabilizar um novo contrato para reeditar os livros antigos de Judith McNaught. Iniciamos a produção de "Whitney meu amor" e "Agora e sempre". A previsão de lançamento é junho e outubro de 2011, respectivamente. Os belos livros publicados pela Best Bolso tem formato compacto (12 x 18 cm) e preservam o texto integral. "

    Livros de bolso! Só falta contratarem um açougueiro como revisor e cortarem ele todinho!

    Aí eu reclamei de novo, pois estavam faltando livros importantes, como o da história da Alexandra. Aí veio uma resposta que eu achei ridícula:

    "Olá, Andréa, estes livros sequer seriam reeditados… Tivemos que negociar novo contrato para produzi-los novamente. Como sentimos uma grande demanda pelos 2 títulos mencionados, decidimos relançá-los. Não há previsão, por enquanto, de relançamento de Um amor maravilhoso."

    Gente, depois reclamam do e-book! Eu não gosto de e-book, prefiro meu bom e velho papel e pagar o direito autoral que os autores fazem jus e merecem! Esse povo das editoras não tem noção! Será que não fazem pesquisa de interesse dos leitores, não frequentam blogs e comunidades especializadas para conhecerem o nicho de mercado ávido que existe?

    Fiquei irada, como você diz, e postei na comunidade da Judith e na Adoro Romances o e-mail da cidadã para que ela tenha noção do tamanho do público carente que eles tem. Espero que todo mundo lote a caixa postal da moça…

    Aí vai o e-mail: [email protected]

    Desculpe o post grande, mas acho que o assunto é de interesse geral.

    Quanto a resenha tão esperada, realmente ficou faltando a sua opinião de forma mais clara. Eu acho que você gostou. Seus comentários, como sempre, são exatamente aquilo que eu pensei quando li – kkkkkkk!!!

    Beijos!

  4. Barbara Santiago

    Eu nunca li nada dela, Beta, mas Whitney, Meu Amor eu já ouvi (e muito) falar!
    Quando eu consegui terminar de ler todos os meus Nora Roberts (ainda faltam 20) eu vou pegar outra autora difícil de seguir sequência hehehehe

  5. Lidy

    Beta, "Whitney, my Love" foi lançado como "Whitney, meu Amor". Tem também um conto relacionado que não foi publicado aqui, "Miracles", a história sem-sal-nem-açúcar do tudibão Nicholas DuVille. Pena que a história não tenha feito jus a ele.

    Quanto a "Whitney…", realmente o Clayton vacila em vários momentos. Mas devo confessar que ela também me irritou muito com aquele papo de querer por querer casar com um cara que não estava nem aí pra ela – resultado: encontros, desencontros e enganos causados pelos dois e alguns outros. E sim, você vai querer fazer um tratamento de choque nele. E sim, vai cancelar seu processo contra o "Avassalador" da Diana Palmer e abrir um contra o Clayton.

  6. Andrea Jaguaribe

    Lidy,

    Concordo que o Clayton é um imbecil, mas os processos podem correr em paralelo, não precisa tirar o processo do Avassalador, não – kkkkkk!

    No final do livro deu vontade de dar uns tapas na Whitney, mas cheguei a conclusão que eles se merecem.

    Mas vamos perdoar a tia Judith, que ao contrário da tia Diana, só fez um imbecil calhorda, pelo menos que eu tenha conhecimento…

    E viva o Ian!!!

  7. Carla

    Bem, o que a Mariana da Record me falou foi que a Bertrand está negociando os direitos de publicação de um novo livro da JM. Pelos vistos não vem só reedição por aí.

    Carla

  8. Francine

    Beta,
    Adorei deu blog..muito bom…seus cometários sobre os livros são ÓTIMOS!!

    Eu adoro os livros da Tia Judith…infelizmente são poucos títulos encontrados no Brasil…snif…snif…e como a Andrea sempre mando e-mail para a Mariana.

    Então…ainda não li "Avassalador" da Diana Palmer ..para poder comparar com o Clayton..rsrsrsr

    De qualquer forma vou deixar um trecho que eu adoro para você…

    – Vários meses atrás, em Paris, uma adorável jovem acusou-me de ser um falso duque. Aconselhou-me a ser um impostor menos pretensioso e escolher outro título, alguma coisa mais de acordo comigo.
    Naquele momento, decidi que, além do meu, eu só desejava um único título, o de marido dela. — Riu, pousando os olhos cinzentos no rosto de Whitney.
    — E, acreditem, foi muito mais fácil conseguir o primeiro título do que o segundo. — Esperou que os risos cessassem e concluiu:
    — E é muito menos valioso."

  9. Grace

    Amo esse livro. "Sou muito bom em amar você",como resposta do Ian quando Elizabeth descobre que ele tem habilidade de ler muito rápido e fazer contas tão rápido quanto e pergunta se ele é bom em mais alguma coisa,é simplesmente desmontante. Fazer o que,sou uma Judith fãnática,rsssssss

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