Menu fechado

Cap. 460 – Revisitando Diana Palmer: vamos falar sobre Gretchen Brannon?

Disponível na Amazon

Diana Palmer é um assunto freqüente do Literatura de Mulherzinha. Primeiro por sua interminável saga de heróis durões, irritantes e adoráveis (às vezes, mega irritantes e nada adoráveis) que encontram a redenção através de suas almas gêmeas (em muitos casos, depois de confundir a pobre alma com tapetinho do inferno e praticamente sambar em cima). 

Por isso, decidi fazer um post exclusivo sobre esta que (na minha opinião) é a melhor heroína da autora: Gretchen Brannon, a protagonista do livro Lorde do Deserto, que faz parte da série Hutton & Amigos, (que é uma subdivisão da série Homens do Texas).

Gretchen Brannon é de Jacobsville (como 90% dos personagens que dona Diana cria) e vivia aquela vidinha pacata (ou o mais perto disso oferecido pela cidade) até ter que lidar com a decepção do abandono do namorado após a doença e a morte da mãe dela. 

Aos 23 anos, decidiu arejar a cabeça, acompanhando Maggie Barton a uma viagem ao Marrocos, ponto de parada antes da amiga assumir um emprego em Qawi. 
O destino interferiu e Maggie precisou abandonar o emprego que assumiria e Gretchen herdou a vaga de secretaria de um misterioso sheik. 
E a gente percebe que ela não é como as outras heroínas de Diana numa conversa com Maggie já no Marrocos, ao especularem sobre o sheik.
“Gretchen tomou um gole de café.
– Talvez ele seja bonito e sexy e se pareça com Rodolfo Valentino. Você viu aquele filme mudo, “O sheik”? – O olhar dela era sonhador. – Apenas imagine ter uma fantasia como aquelas se transformando em realidade, Maggie. Ser raptada por um belo sheik, montado em um, garanhão branco que depois se apaixona loucamente por você! Fico toda arrepiada só de pensar nisso – franziu a testa. – Talvez eu não seja uma mulher moderna, talvez devesse sonhar em jogar um belo sheik no meu cavalo e levá-lo para longe como meu cativo. – Deixou escapar um longo suspiro. – Oh, bem, é apenas um devaneio e a realidade jamais é tão excitante, pelo menos não para mim. Você tem mais o tipo capaz de atrair um homem belo e sexy.” (p.14)
Creiam: o que Gretchen fala, Gretchen faz! 

Confiante com a nova fase na vida, assume o cargo. Surpreende por quebrar estereótipos relacionados aos norte-americanos: era modesta, sincera, espirituosa, corajosa. 
O que amplia a impressão inicial de Philippe de que era muito parecida com Brianne. Bocó: Gretchen nunca seria mera cópia de alguém. 
Não se intimidou e cativou a todos. Sua valentia – afinal de contas, uma filha de Jacobsville, irmã de um Ranger deveria ser valente – a colocou em risco (acreditou demais nas aparências), mas também resolveu uma potencial ameaça.
Como já disse em algum lugar no Literatura de Mulherzinha: para que um bando de mercenários profissionais se é Gretchen quem salva o dia?

Gretchen é a valente de salto alto, bom humor inteligência aguçada e, se necessário, revólver na mão. 
Sei que muitas leitoras gostam do sheik Philippe, mas confesso que, na minha opinião, ela é a graça do livro. 
É o fato de ela ser corajosa (e, por causa disso, um tanto imprudente), manter-se alerta, mesmo em situações extremas de perigo, não ser submissa quando o sheik pisa na bola com ela (e quem leu sabe, Philippe pisa, chuta e praticamente samba em cima da bola), não ficar chorando pitangas perdidas, levanta a cabeça e vai à luta. 
Várias vezes você tem a sensação de que os papeis estão invertidos: a parte nobre do relacionamento é ela. Ele é quem tem que se mostrar digno dela.

E com esta mistura de simpatia, petulância e inocência, Gretchen cativa a todos por onde passa. 

Sinceramente quando dona Diana se sentou para criar esta história e delineou o perfil desta personagem, todos os anjos da guarda das literaturas de mulherzinha cantaram o mais puro “amém”… 
Depois disso, para nossa tristeza (e desespero), ela quebrou o molde e nunca mais apresentou uma heroína que ganhasse a simpatia totalmente. 
(A Delia, de Doce Desejo, talvez chegue perto, mas ela é muito sofredora quando comparada à Gretchen. E mesmo assim, há longos oito anos – e muitas atrocidades em formas de romances – entre elas.)

Por isso, se você quiser ler um dos pontos altos de Diana Palmer – uma mistura de herói tapado embora gostoso (e que precisava de uma forcinha para se “reerguer”), heroína sensacional, coadjuvantes participativos (o velho sheik e o guarda Elvis), vilões REALMENTE malvados, humor e aventura, Lorde do Deserto é a melhor opção. 

E ainda vai te deixar com um mistério para resolver (sim, irei repetir a minha eterna pergunta): se Diana Palmer é capaz de criar uma trama assim tão boa, por que comete coisas como Avassalador, Dio Santo?

Arrivederci!!!

Beta

12 Comentários

  1. Ili

    Oi, Roberta, o primeiro livro que li da Diana Palmer foi o Lorde do Deserto e adorei, a Gretchen é uma heroína atípica, já o segundo livro foi Avassalador e também detestei, parece que a Diana Palmer não estava em seu juízo perfeito quando escreveu aquilo, depois dele não consigo ler outro livro dela. Vou tentar ler novamente o Loder do Deserto que esse merece ser lido várias vezes. Beijos e boas férias, as minhas estão tão distantes…
    Ilisangela

  2. Faby - Adoro Romances de Aracaju.

    Esse com certeza é o melhor livro que eu já li de Diana Palmer na verdade Beta já li esse livro umas 10 vezes.kkkk
    Suspiro toda vez que aquele TUDÃO aparece e assim como Gretchen eu tbm faria de tudo pra dar uma força pra ele resolver ''TODOS'' os seus problemas!kkkkk

  3. Mara

    Oi Beta…

    Estou com esse livro na minha lista de espera e mediante essa sua resenha… sei que ele vai pular algumas posições rumo ao topo…rs.

    Bjos
    Mara

  4. Carla Blackhawk

    Eu leio, releio, di novo e di novo… Nunca me canso dos cavalgaduras. E Gretchen é A cara, mano! Adoro o pontapé que ela dá no guarda do palácio! kkkkkkkkkkkkkkk.
    E cá pra nós, como Diana é Ame ou Odeie, eu amo. Eu aguento os coices dos cavalgaduras… O da vez é o Tate. Mei ignorante o moço, mas eu adooooooooooro! Bjs.

  5. Suelen Mattos

    "para que um bando de mercenários profissionais se é Gretchen quem salva o dia?"

    Adoreeei!!! Hehehe!!! Eu tb amo essa história, e a Gretchen é uma das minhas mocinhas favoritas. Assim como a Carlinha, eu adoreio pontapé que ela deu. Aliás, eu gostei de tudo que ela fez no livro, principalmente depois que "Philippe pisa, chuta e praticamente samba em cima da bola" (muito boa essa tb, rs…)
    E ela mostrou como se fazer um bom uso de um livro: bem na cabeça do cidadão, kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Ela realmente é "a valente de salto alto".

    Vou reler esse livro assim que reler os livros 1 e 2 da série!!!

  6. Sil de Polaris

    Que capas lindas ! Todas três ! Mas parece que esqueceram de colocar o lorde do deserto no deserto da primeira capa enquanto deram mais ênfase ao deserto que ao lorde na segunda capa. Porém aquela terceira capa ficou ótima, com aquele oásis refrescando aquele ambiente, com aquela imagem de lorde esfumaçada ao fundo ! Entretanto eu sou uma chata de galocha quando quero portanto não senti qualquer apelo incitando-me a ler Diana Palmer ! (hihihi) Bastou-me "Modelo do Pecado" anos atrás, de que eu sequer tinha lembrança.

  7. Andrea Jaguaribe

    Oi, Beta!

    Também adoro esse livro, a Gretchen é decidida e tem uns momentos muito hilários (adorei quando ela fez bom uso do livro nele kkkkk)!

    Mas também gosto muito da Delia, bem lembrada por você, do livro Doce Desejo, que tem um final de trazer lágrimas aos olhos… Não sei, acho que prefiro esse dentre todos os livros da Tia Diana porque mesmo sendo bem fantasioso, fica mais fácil de acreditar na história (um mafioso redimido é mais verossímel que um Sheik e o Marcus Carrera também é um tudão, só foi injusto com a Delia quando perdeu a memória, tadinho! kkkkk)

    Mas a Gretchen, como disse a Carla, é A Cara! Muito mais decidida que a Delia, é verdade, mas as duas tem coragem. Ótima pedida, meninas!!

    Beijo!

    PS.: estou doida prá saber se você vai ter coragem de encarar o cavalgadura máxima do Rodrigo Ramirez, do livro Coragem. Não vejo a hora de ver a quais vinganças a Beta escorpiana irada vai submetê-lo! kkkkkkk

  8. renanthesecond2

    Beta, a última pergunta é bastante pertinente, já que muitas vezes me pergunto como a mesma autora que criou mocinhos sensíveis e abnegados como John Callister, Harley Fowler e Luke Craig gerou bestas-feras como Rodrigo Ramírez, Jace Whitehall e Edward McCullough. Só espero que, quando ela escrever a história de Bojo, ele entre para o primeiro time, e não para o segundo (e o pior é que, mesmo assim, nenhum de nós desiste dela).

    Abraços, Renan.

  9. Gisele Araujo

    Olá, Beta!
    Sempre tive um enorme preconceito com romances de banca. Por acaso do destino (presa em um sítio onde judas furou a meia,sem livros, sem TV, com temporal assustador e marido trabalhando)tive meu primeiro contato com dois livrinhos desses. Percebi quanto era petulante da minha parte julgar algo que foi feito para distrair sem grandes pretensões. Passei lê-los, às vezes avidamente, sempre que me sentia sob pressão. Quando li Lorde do Deserto, adorei a história porque fugia da mesmice do garanhão desenfreado e da mocinha boboca. Acho que todas nós acabamos por nos identificar com a Gretchen, porque somos constantemente convocadas a lidar com desafios e superá-los mesmo que não nos sintamos muito preparadas. Enfim, depois que descobri seu blog meus dias se tornaram muito melhores,suas resenhas são incríveis e os comentários de suas fiéis seguidoras também.
    Beijo!
    PS: Peço perdão pelo comentário quilométrico!

  10. Victória Midlej

    Nossa, uma pessoa que pensa exatamente como eu! Adorei sua resenha do livro! Diana Palmer as vezes repete muito os enredos e os heróis tem praticamente o mesmo molde: taciturno, rude, agressivo e sofreu algum trauma no passado. Um livro que eu gosto, não pela heroína, mas pela filha dela e pelo fato do herói ter uma deficiência é O Forasteiro, esse eu leio e releio, risos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *