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Rafa: minha história – Rafael Nadal e John Carlin – Cap. 572

Ciao!!!

 
Imagem retirada do blog Saque e Voleio
Imagem retirada do Wooffie’s Rafa Ramblings

Todo mundo sabe que eu adoro esporte. Volta e meia estou aqui tietando futebol e vôlei. Em alguns casos, dei uns pitacos sobre tênis (em especial, quando a Nora Roberts me forçou a isso), mas quem me segue no Twitter já sabe direitinho que eu:
a) entendo o mínimo possível do esporte: basicamente, sei quando é game e quando é ponto;
b) não sei nome de jogada nenhuma;
c) tenho algumas simpatias descaradas e incontroláveis… XD

Por isso, quando eu soube que seria lançada uma biografia do tenista espanhol Rafael Nadal, fiquei muito feliz. Porque realmente queria ler mais sobre ele, para poder ser uma tiete com base (e nada melhor que contar com informações direto da fonte, né?). Você pode comprar na Amazon.

E nada melhor que colocar hoje no Literatura de Mulherzinha, afinal de contas, o moço está soprando velinhas: 26 aninhos!!! (Para quem quiser vê-lo em ação, basta acompanhar os jogos de Roland Garros, na França, um dos quatro maiores torneios do mundo, que está em andamento)

Rafa: Minha História – Rafael Nadal e John Carlin – Sextante
(Rafa – 2011)

A vida do tenista espanhol Rafael Nadal contada por ele mesmo. Os motivos que o levaram ao esporte, toda a preparação, como é a partida pelo ponto de vista do jogador. E o peso da família nesta jornada.

Em capítulos alternando o relato de Rafa com a visão de outros detalhes do fato, contada pelo jornalista John Carlin. O livro conta detalhes das conquistas mais marcantes do jogador: os quatro Grand Slams, os principais torneios do tênis – com muito destaque para o que ele mais queria ganhar: Wimbledon.

Não tenho a menor intenção de me ater aos detalhes técnicos que ele conta. Pelo simples motivo que eu não entendo nada muito além do básico, então nem me atrevo a piar sobre nome de jogada, jeito de bater na bola e outros muitos detalhes que ele dá. Vou destacar em outros pontos que me chamaram a atenção.

A esquerda do Federer

O primeiro foi a minha dúvida existencial de boa parte do livro: “qual é o problema com a esquerda do Federer?” O Nadal menciona em uma parte (se não foi no prólogo, foi no primeiro capítulo) que o plano era sacar todas as bolas na esquerda do Federer – não podia ser nem uma a menos. Teriam que ser todas.

E como há outras menções, fiquei encafifada e tive que tirar a dúvida com um amigo que joga tênis. A resposta dele foi: “nada, a esquerda dele não tem problema” e quando viu minha cara de “não entendi”, completou: “é que a direita dele é mortal”.

Ah, tá, obrigada, agora entendi: ache um possível ponto fraco e insista nele. Em determinado momento, Rafa relata que tanto ele quanto o Tio Toni sabem onde outros rivais são melhores (Federer beira a perfeição e o tio-treinador avisou que Djokovic também era melhor que ele). E, desta forma, Rafa precisa estar sempre no seu melhor – e resistir, resistir, resistir – para conseguir derrotá-los.

Não sirvo para ser tenista

O segundo é um fato. Não aguentaria nem 1/3 do que eles passam numa partida.

Isso já era óbvio apenas assistindo aos jogos. Depois de ler o relato do Rafa Nadal, eu tive certeza. Jogo em 5 sets sem previsão de acabar?

Ok, eu joguei vôlei e fiz partidas em cinco sets. No entanto, tinha uma equipe dividindo o peso. O tênis só tem você, Deus e a raquete. E uma pressão do tamanho do universo dentro da sua mente.

Aham, ah, tá! Juntaria o restante de forças, sairia correndo pra nunca mais alguém me achar.

O Tio Toni

Tenho medo do Tio Toni. Sério. Já havia lido uma entrevista onde era dito que, se o livro tinha um “vilão” era o tio (que é o treinador do Rafa desde pequeno).

Gente, Tio Toni é mau. Muito mau. Com um filho meu ele nunca faria o que fez.

Óbvio que eu não teria um filho campeão tenista. Entendi a finalidade, mas não sou muito fã dos meios que ele empregou. Mas nada impede de usar isso como método pedagógico com meu/minha filho(a): “ó, se você não se comportar, vou chamar o Tio Toni!

E não é que tenho semelhanças com Rafael Nadal?

As coincidências mais absurdas (que me fizeram rir) entre Beta (tiete) e Rafa (tenista campeão):

  • amamos azeitonas: ele diz que é completamente viciado e que, quando pode, sai da concentração pra comprar azeitonas e eu sou capaz de dar fim a um pote em dia animado. Sem contar que elas ajudam a manter no lugar a minha pressão baixa;
  • enfrentamos separação dos pais: isso me surpreendeu, não sabia que os pais dele tinham se separado. E não importa quando aconteça – no meu caso, eu era criança; no caso dele, já adulto – sempre leva um tempo até tudo voltar a parecer ter um rumo;
  • há sempre um setor da vida que é caótico: ele diz que, como tenista, é muito organizado. Ponto final. O quarto dele é um caos de dar medo. Não sei se ele acredita, mas posso atribuir ao signo dele *e meu ascendente* – Gêmeos –  sempre disposto a bagunçar o coreto e se distrair com qualquer coisa que pareça interessante. Meu armário tem temporadas de profundo desespero materno para entender o que se instalou ali dentro;
  • e somos insanos por futebol: quando li a parte onde ele fala que, não importa onde esteja, dá um jeito de assistir ao jogo do Real Madrid, fiquei emocionada em ver que não sou a única criatura onde a programação futebolística interfere na minha rotina, tudo para não perder um jogo.

“Receita” para criar um campeão

Pode não ser verdade, afinal de contas, não o conheço pessoalmente (e é ele quem está narrando a história, né?), mas tudo indica que ele só chegou onde chegou porque:

  1. Tio Toni é mau como o pica-pau, mas sabia o que estava fazendo;
  2. ele é determinado o suficiente para entender quais são os próprios pontos fortes e tentar minimizar os fracos, para sobreviver na elite;
  3. Rafa se cercou de pessoas que fazem a carreira dele ir para frente (muitas vezes, vemos o contrário no futebol, gente que só afunda – ou ajuda a afundar – o talento alheio);
  4. embora esteja sozinho na quadra, sabe que todos que o amam independente do resultado (bem, neste caso, haja talvez um asterisco pequenino no nome do Tio Toni, que o critica nas derrotas, nas vitórias bla bla bla) estão por perto;
  5. a estratégia da família de nunca se deslumbrar com o que ele ganhe, seja lá o que for (ideia do Tio Toni) tem o efeito de mantê-lo com os pés no chão e a cabeça no lugar;
  6. pouco importa o quanto longe ele vá, no fim, sempre tem um período de descanso em Mallorca (desculpe, me recuso a escrever com “i” no lugar do “ll”. Acho o original mais bonito).

Muitas vezes, o povo só vê a fachada: bonitão, jovem, gostosão e campeão e acha que a fama e a vitória caem do céu. O livro tem vários exemplos de como é difícil alcançar o patamar que ele alcançou e o que exige permanecer ali.

Por isso disse antes: nunca seria tenista profissional. Não tenho paciência nem estrutura mental para aguentar. Ele não é santo, mas sabe o que faz e o que é necessário para ficar entre os melhores e ser o melhor deles.

Não espere revelações bombásticas – a criança dócil foi bem adestrada para ser um jogador agressivo, porém educado e quase um escoteiro mirim de tão bonzinho. E isso não é defeito.

Em um mundo como o atual, onde qualquer coisa ganha celebridade (e muitas por motivos do tipo “quê???”), é legal ver a história de uma pessoa normal que preza valores como trabalho e família, para variar.

Wimbledon, o sonho “impossível”

Confesso que a narração sobre a vitória dele em Wimbledon (detalhes sobre o jogo aqui e um vídeo aqui) foi muito legal. Ocupa a maior parte do livro. Por um motivo simples: era o torneio que ele sempre quis ganhar. E justamente parecia que ele nunca teria chances: não era o melhor piso para o estilo que ele joga.

De tanto querer, se tornou um trauma, porque ele chegou à decisão em 2007, contra o Federer e perdeu. E ele sentiu muito essa derrota – tanto que é uma das primeiras coisas que ele relata no livro e menciona várias outras vezes.

Quando teve a chance em 2008, não queria um replay. E é esse jogo que ele narra detalhes, entremeando com informações sobre quando começou a jogar, porque optou pelo tênis ao invés do futebol, o apoio da família, os métodos do Tio Toni, as derrotas que doeram, as vitórias que o marcaram…

Ele também relata as vitórias nos outros Grand Slams (eu vi alguns dos jogos que ele cita. E me lembro muito do jogo do Aberto da Austrália, vencido pelo Rafa e onde o Federer simplesmente desmontou na cerimônia de premiação) e como foi participar de uma Olimpíada (minha frustração: a jogadora de vôlei que há em mim queria MUITO ir a uma…).

John Carlin

Ou seja, pra quem gosta muito, para quem gosta, para quem é curioso, o livro é muito bom. A leitura flui, não é chata (e olha que tem muito detalhe técnico).

Neste ponto, sou suspeita para falar porque gosto do Rafa Nadal, já li outros livros do John Carlin (Invictus e Os Anjos Brancos), então estou acostumada com o jeito que ele narra as histórias (*pausa para um comentário: qual é, hein, John Carlin, precisa ir sempre onde eu gostaria de estar??? Fim do momento inveja*).

Provavelmente, assim que as coisas na minha vida ganharem um ritmo menos corrida de 100 metros rasos, lerei de novo.

Mais sobre o livro

Indicação de links: quando o livro saiu, teve matéria no diário esportivo espanhol Marca e até no blog específico do GloboEsporte (de onde tirei a foto da capa do livro em Espanhol. A versão brasileira seguiu a versão inglesa, inclusive com a manutenção do “Minha história”), onde há um comentário que resolveu outra curiosidade minha, se o Nadal é canhoto (para quem não tiver paciência de ler: ele é destro, mas jogando é canhoto).

O primeiro capítulo está disponível no site da editora. E também há informações no site do John Carlin, já neste site tem um booktrailer e no texto do The Guardian sobre o livro, achei algo que me deixou curiosa, enquanto jornalista e leitora: de que forma ele foi feito…

Rafa: My Story is an unconventional memoir in that it is written in a language – English – he speaks poorly, as anyone who has seen him interviewed knows. Presumably, the ghost writer, Invictus author John Carlin, talked to him in Spanish before subjecting his words to a simultaneous process of translation and buffing up. The strategy isn’t a bad one, because the finished product reads pretty fluently. The ghost’s invisibility is compromised in another way too: alternating with Nadal’s first-person account, which is structured round his five-set Wimbledon final against Roger Federer in 2008, are short third-person essays about aspects of Nadal’s background or character. While these were no doubt prompted by the fear that Nadal’s unadorned narrative would be too skimpy, the end result is oddly effective, like a literary portrait in the round.

Agora os links de tietagem: parada obrigatória – Blog Rafael Nadal Obsession. Momento “futilidade, a gente vê por aqui”: há uns 2 meses, esse “separados no nascimento” virou hit na internet.

E quatro vídeos: o primeiro, bem… tudo que posso dizer é que ele estava comemorando o título da Copa Davis.  Sobre o segundo,  o que posso dizer é que se eu estivesse lá, teria pulado a mesa e ajudado o próximo… XD E se o terceiro é só pra causar inveja mesmo, o quarto é pra… bem… você decide!

Arrivederci!!!

Beta

ps.: Se não entendeu o motivo de ter “Rhage’s Lollipops” nos marcadores, aconselho a ler aqui, envolve uma disputa particular entre a guitarrista quebra-tudo e a tecladista da banda virtual mais famosa de todos os tempos kkk

ps.: Está na pilha de livros para ler a biografia do Roger Federer, então não se assustem quando ela aparecer aqui. E a Germana me indicou a biografia do Andre Agassi, que foi para a lista de compras. Esse, ainda não tenho.

3 Comentários

  1. Elis Miranda

    Momento Piriguete. AI MEU DEUS! AI MEU DEUS!
    Lindo Tesão Bonito e gostosão!!!!

    Seu eu já o amava agora que eu quero ele todinho pra ieuuuu!

    Cadê o clip da Shakira??????? oops Dele????

    Adorei o post amiga e claro que se vc quiser me dar o livro de presente, eu não vou reclamar. rs

    Assinado
    Guitarrista quebra-tudo

  2. Cris Aragão

    Menina, eu também gosto de esportes, principalmente Vôlei e Futebol, mas por incrível que pareça eu também aprecio Tênis, sei até o nome de algumas jogadas e consigo acompanhar a contagem de pontos, que é super estranha (isso eu não sei porquê), por conta própria. Nadal é o meu tenista favorito. Embora eu não possa deixar de apreciar o Roger Federer, que é um gentleman, não tem como não amar Rafael Nadal.

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