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Cap. 772 – Aposta Indecente – Matilda Wright

Ciao!!!


Demorou
um pouco além do previsto (culpa da minha dificuldade em ler e-book), mas
finalmente este romance histórico cercado de mistério apareceu por aqui…
Aposta Indecente – Matilda
Wright – Quinta Essência
(2013
– LeYa)
Personagens:
Catherine Duvernois e Louis de Villerclaire
As
consequências de uma aposta mudaram a vida de Catherine mais uma vez. Agora ela
estava à mercê de um marquês boêmio e que não acreditava nem em amor, nem em
casamento. E ele estava disposto a transformá-la em sua nova amante. Louis não
tinha motivo para acreditar nas mulheres – e por mais que Catherine parecesse
inocente, ele não conseguia crer. E as intrigas da nobreza no reinado de
Napoleão III poderiam complicar ainda mais a situação do conquistador
inverterado e afastá-lo do verdadeiro amor.
Comentários:

A minha grande educação em romances históricos aconteceu na época da parceria
Harlequin + NC. Foram os primeiros que eu li. Aliás, por muito tempo, foram os
únicos que eu li (sim, tem vários que já li séculos antes de ter o Literatura
de Mulherzinha e que ainda não estão aqui. Espero conseguir colocar essa lista
em dia). E por que muitos deles se tornaram inesquecíveis e referências para
mim? Porque tinham personagens bem construídos em ESTÓRIAS contadas de forma
equilibrada dentro da HISTÓRIA.
– Fiz
essa introdução porque percebi em Aposta Indecente indícios de que poderia ser
um bom romance, mas por alguma razão a mistura fica incompleta e não funciona
plenamente. Temos Louis, o protagonista boêmio e libertino, que adora os
prazeres da carne (as aventuras do rapaz são descritas com riqueza de detalhes), que, por
ser marquês e ainda solteiro, é alvo da atenção de todas as damas com filhas em
idade de casar e lógico tem verdadeiro horror ao matrimônio. Nem pelo bem do
título e de ter herdeiros.

Temos uma protagonista inocente à mercê dos rompantes cruéis do destino:
primeiro, Catherine perdeu a mãe muito nova, depois passou longo período
estudando no convento, de onde só saiu para ser entregue em casamento como
resultado de uma aposta entre seu pai e um tabelião, ambos viciados em jogos. Cinco
anos depois, quando começa a história, o marido é morto em uma briga e ela
descobre que ele havia deixado tudo que possuía – inclusive ela – a um dos
credores, justamente Louis, o marquês-boemia-aqui-me-tens-de-regresso que tem
IRC de casamento. Até o encontro dos dois, a descoberta da aposta e as
consequências: Louis decide levá-la para a propriedade dele no Vale do Loire
para torná-la sua amante, temos um terço da história (cerca de 50 de 179
páginas).

Com esse casal protagonista de interesses tão díspares e óbvio confronto a
caminho, daria para prever uma história no mínimo explosiva, com ele tentando
seduzi-la, ela resistindo até ambos se apaixonarem e serem felizes para sempre.
Mas não é isso que acontece. Não sei os motivos, mas posso deduzir que se deve
à inexperiência da autora. Porque ao final do livro, concluí que ela contou
pelo menos umas cinco histórias: Louis, Catherine, Clea, Eunice & Blanche,
Isabella. Fora o grupo de amigos de Louis, citados sem tanto aprofundamento
(que me fez pensar até que este seria o primeiro de uma série, cada qual
contando como os outros nobres terminaram casados – porque ainda não estão
neste livro).
– Faltou
alguém conversar com a autora e mostrar coisas que funcionavam ou não na
história. Senti falta de entender como Louis e Catherine se apaixonam já que
passam a maior parte do livro distante um do outro – um “amor à primeira vista”
é insinuado no terço inicial, mas não vinga após Louis concluir que Catherine
mentiu para ele. E aí, no terço final, quando o marquês (depois de passar a
parte intermediária do livro aperfeiçoando o significado de “vou cair na
gandaia com todas as mulheres disponíveis em Paris oh la la”) volta mais
arrependido que Madalena, jurando amor e preocupado em não ser correspondido, a
reação de quem lê é “Uai, como assim? Amor que vem do além?”. Catherine sofre
mais que mocinha de novela mexicana ou de novela das 9: está tão à mercê do destino
que não consegue reagir. E quando você pensa que não pode piorar, ela descobre
que sim, poderia ainda ser muito pior. Quanto a Eunice & Blanche e
Isabella, confesso, foram as coadjuvantes que gostei no livro: as pseudonobres
que querem garantir uma vida de riqueza por meio de um casamento com um homem rico
(no caso adivinha quem é o alvo escolhido?) e Isabella, a amante que resolve os
problemas do protagonista encrencado, estão na medida certa.
– Em
alguns momentos, me senti em dúvida qual a linguagem do livro. O fato de ser
romance histórico não precisa ser rebuscado e chato de ler. No entanto, fiquei
na dúvida com algumas coisas e não entendi se é Português de Portugal,
Português do Brasil ou uma mistura de tudo. Moral da história: não é ruim, mas
poderia ser melhor. Para muitas pessoas, uma boa diversão em tarde de leitura.
– E o mistério sobre a autora: ninguém sabe quem ela
é. A editora informou em release para a imprensa que “
nasceu
em Londres, em 1968. Estudou Literatura Inglesa em Cambridge e vive com o
marido na região de Cúmbria, no norte da Inglaterra, onde criam cavalos. Têm quatro
filhos que, de vez em quando, também vivem na mesma casa”. Não há outros registros de livros dela e nem da publicação desta
história em Inglês: só em Portugal e, agora, no Brasil.


Linkitos: Há comentários no Goodreads
 e vale
ler o que a Nat achou do livro no Menina da Bahia e ela
também conseguiu uma entrevista com a autora!
Bacci!!!
Beta

2 Comentários

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