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Cap. 857 – Álbum Duplo – Paulo Henrique Ferreira

Ciao!!!


Fiquei curiosa quando vi o
resumo do livro. E após terminá-lo estou indecisa sobre o que achei.
Álbum
duplo: um rock romance – Paulo Henrique Ferreira – Record
(2013 – Record)
Personagens: Marlo e Marcela
Marlo perdeu Marcela, por
única e exclusiva culpa dele, e se mancou de que tinha o relacionamento
perfeito e desperdiçou. Na jornada da depressão pós-fim de relacionamento,
Marlo navega pela própria vida, faz uma autoanálise regada a referências
musicais e frustrações sexuais para tentar se encontrar novamente. E talvez
achar uma forma de merecer Marcela de volta.
Comentários:
– O fato de ter lido Nick Hornby não me preparou para este livro, ao contrário do que eu imaginei. Porque bem ou
mal com o autor britânico, eu simpatizei por alguma razão com os personagens.
Aqui eu li tentando estabelecer algum tipo de vínculo com o
narrador-protagonista, sem sucesso. Temos o relato da imaturidade de um jovem
que estava insatisfeito consigo mesmo e por isso não conseguia ver nada bom ao
redor. A forma como ele descreve a vida que deixou para trás na cidade natal é
de uma prepotência comum em quem acha que está com o rei na barriga porque
entrou na universidade (se você está nesta faixa etária, permita-me lembrar do
seguinte: o pior é sair e se deparar com o fato de que a partir de então você
não tem mais a desculpa de pai e mãe e precisa se assumir como adulto). Mas
como dizem os mais velhos, nada que a vida não ensine mais cedo ou mais tarde.
– Então temos o relato sem pausa
para respirar da vida de Marlo. Quase um “Oh, céus! Oh, vida! Oh, azar!”
non-stop. Ele se envolveu em um caso extraconjugal, causou sofrimento à Marcela
e só então percebeu o quanto a queria. Aí começa a caminhada ao inferno da
depressão pós-“destruí o que havia de melhor na minha vida”, uma busca pela
felicidade perdida e a descoberta de que ela não está mais nos lugares
porto-seguro: trabalho, antigos amigos, frustrações sexuais. Tudo isso regado,
ditado e guiado por referências das bandas favoritas do protagonista.
– Esse tipo de história
exige o que Nick Hornby consegue: que em algum momento a gente se identifique
com o que está sendo narrado. E a jornada rumo ao amadurecimento – por caminhos
diferentes – foi o tema do único livro dele que está no Literatura de Mulherzinha (sim, tenho que colocar outros aqui, eu sei…). Não consegui ter simpatia nem
empatia por Marlo. Na verdade, do alto da minha arrogância escorpiana (sim,
existe. Aprendi a mantê-la controlada, ainda mais porque gente arrogante me
estressa – a começar por mim mesma. Sim, paradoxo. Sim, já foi tema na
terapia), achei Marlo tão fraco que queria que ele me convencesse a rever a
opinião. Não me convenceu. Mas lembrem-se: sou uma blogueira escorpiana teimosa
e isso me traz convicções e problemas. Portanto, Marlo não é para mim. Mas pode
ser que ele atraia outro tipo de leitor. Na dúvida, arrisque e tire suas
conclusões.
– De uma coisa não posso
reclamar: as sugestões de músicas. São 51 (se não me engano). Tem algumas que
eu conhecia, mas a maioria confesso que não tenho a memória de ter ouvido
(embora trabalhando em rádio pode ser que eu ouvi mas não associei. Minha
memória é péssima com legendas de apoio às imagens e aos sons). Já fiz a
listinha para procurá-las… ou permitir que elas me encontrem nos momentos
adequados.
– Links: informações no site
da Editora Record e no site do livro.
Bacci!!!

Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Oh, qualquer assunto ou problema ou situação em ficção que conduza à depressão expulsa-me automaticamente para seu lado oposto sem sequer olhar para trás – chocante, mas verdadeiro. Eu prefiro lidar com depressão clinicamente tão-somente.

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