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Cap. 938 – Pássaros Viajantes – Elizabeth Lane

Ciao!!! 

Mais um da série “resgatando do Baú da Beta”. Em algum momento do meu
longo relacionamento com romances históricos antes da ter o Literatura de
Mulherzinha, eu li este livro (ainda quando pegava emprestado da minha prima e
da amiga dela). Agora, depois de tanto tempo, achei um exemplar à venda em
excelentes condições e comprei. Ele acabou incluído na Maratona Feliz Desaniversário 2014: Históricos.
Pássaros Viajantes –
Elizabeth Lane – Clássicos da Literatura Romântica
(Birds of passage – 1991 – Harlequin Books)
Personagens: Mavis Whitney e James Forrester
Mavis perdeu o pai e foi assediada pelo patriarca da família nobre para a
qual trabalhava. Assustada, fugiu para as docas onde embarcou para as Américas
para trabalhar ser a serva e criada de uma importante viúva na Virginia. James comprou
uma briga feia para Mavis poder embarcar e a está levando para servir sua
futura noiva. Ele não esperava se encantar pela jovem inocente e que parecia
encantada com a oportunidade de uma vida nova. No entanto, a jornada de ambos
estava apenas começando e não seria fácil…
Comentários:
– Quando revi a capa do livro na loja, me lembrei de um detalhe: “Ai,
essa criatura sofre igual personagem de novela mexicana”. E era verdade. A
autora reservou à Mavis uma jornada repleta de sofrimento para poder ser digna
da felicidade. Este é um melodrama dos clássicos, heroína ingênua e confiante
escapa de um patrão abusivo e tarado na Inglaterra. Consegue embarcar para os
Estados Unidos, onde aceitou um contrato de servidão por cinco anos como criada
da noiva do capitão James Forrester. Uma jovem bonita demais, inocente demais
para o próprio bem. E sem contar a vocação para “santa que abalou o mundo”: na
viagem de navio, ela se voluntariou a ajudar outros passageiros, inclusive uns
que se achavam melhores que os demais.
– O capitão James Forrester é lindo, honrado, comprou uma briga com um
nobre poderoso para embarcar Mavis e para mantê-la no barco. Ao longo da travessia
do oceano, ele percebe a beleza, a inocência e os bons sentimentos em torno da
garota e se sente atraído por ela, que também está atraída pela beleza,
honradez do capitão. Afinal de contas, ambos acabam se identificando por ter um
sonho (no caso dela) e uma realização (no caso dele) em comum: a liberdade.
– Ah, sim – murmurou ela, os olhos
fixos no horizonte – Pássaros viajantes.
– O quê?
– É uma expressão que li em um
dos livros do meu pai. Durante muito tempo fiquei imaginando o que poderia
significar. Agora acho que sei – disse ela, fitando-o com os olhos brilhantes. –
Pássaros viajantes possuem toda a liberdade do mundo. Podem ir onde quiserem e
ver tudo que desejarem sem nada ou ninguém que os impeça
”. (p.41)
– Ao fim da viagem, com alguns contratempos no caminho (e o mar nem foi o
mais grave deles), finalmente chegam à Virginia, onde Mavis percebe a extensão
da decisão que tomou. Será criada de Celia Pomeroy, uma viúva bonita, vaidosa e
que percebe a beleza da criada e trata de anulá-la a todo custo. Ela é uma escrava e, portanto, sujeita ao tratamento desumano tanto por parte da dona quanto por parte do capataz que é o
capeta em forma de gente – que se acha acima de todos os outros e faz o que
quer, com a conivência da patroa. 

– Nem precisa ser gênia para perceber que a
noiva vai perceber o interesse do capitão James Forrester, para quem ela tem
planos ambiciosos na sociedade local. Não lembro onde li que “não existe fúria
maior que a de uma mulher rejeitada” e Célia leva ao pé da letra a expressão,
contribuindo para aumentar o calvário de Mavis.
– A comparação com o estilo novela mexicana é porque quando eu achava que
não havia mais forma de Mavis sofrer, sempre surgia algo novo e pior. E a extrema
inocência e confiança da heroína só amplia o impacto do sofrimento, porque a
nossa tendência é ficar sempre penalizado pelo mais fraco. 

– Mavis chega perto do
abismo de perder tudo. Decisões extremas serão tomadas, por amor, pela busca da
felicidade, pelo fim do sofrimento e pela liberdade de poder existir como um
ser humano, muito mais que o “objeto de servidão” dos ricos e poderosos. É
história intensa, não é leve e não toma decisões que poupam os personagens. As barreiras
entre Mavis e James não podem ser contornadas com decisões fáceis e simplistas.
Talvez por isso eu não tenha me esquecido desta história. E com certeza por
isso ela merece estar no Literatura de Mulherzinha.
  
– A propósito, o nome original da protagonista é Raven, corvo. Em
português, para manter a coerência, ela foi chamada de Mavis, que também é um pássaro.
Arrivederci!!!

Beta

2 Comentários

  1. Sil de Polaris

    Eu não recordo realmente se tenho um exemplar desse livro em meu armário, mas tratarei de conseguir um exemplar se não encontrar uma réplica em meu armário. Eu fiquei bastante interessada nesta história, que pareceu-me um conto de fadas sem fadinhas madrinhas a resguardar heroínas com seu condão mágico. Eu amei James. Eu amei Mavis – que eu preferia que continuasse a ser Raven nessa tradução.

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