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Cap. 1008 – Outlander: a viajante do tempo – Diana Gabaldon

Ciao!!!


Sim, era a primeira pergunta da votação. Por circunstâncias
de tempo, foi o último que li dentre os escolhidos. Quando separei os livros
para a votação da categoria “estreante” sabia que Outlander tinha jeito de
favorito, apesar de um adversário que eu não esperava não ter dado sossego,
como vocês podem ver.


Eis o post. Para resumir: senta que lá vem (MUITA)
história.
Outlander:
a viajante do tempo – Diana Gabaldon

Saída de Emergência
(Outlander – 1991)
Personagens: Claire Beauchamp Randall e Jamie Fraser
Finalmente, normalidade. Claire acreditava que, após
oito anos de casamento, conseguiria viver com Frank, agora que a Segunda Guerra
Mundial terminou e ambos, ela enfermeira e ele militar, voltaram para casa. Só
que os planos de alguma força superior para ela eram bem diferentes. Após
retornar ao círculo de pedras em Inverness na Escócia onde assistiu a um ritual
em Craigh na Dun terminou viajando no tempo e caindo no mesmo local cerca de
200 anos antes. Em meio às intrigas de clãs escoceses, às tramas políticas e à
perseguição dos oficiais ingleses, contar a verdade parecia impossível. Quem acreditaria
nela? Com o tempo, entender o que aconteceu deixou de ser prioridade e até
mesmo descobrir como voltar para casa, para Frank e porque ela não sabia se teria
coragem suficiente para deixar Jamie para trás.
Comentários:
– Devo adverti-los de que este texto foi escrito
após uma semana cansativa, de humor que variou entre extremos de tristeza e
raiva sem fim, sob a intensa vigilância de um certo deus da Trapaça, com
músicas em loop mental e sofrendo já os efeitos da queda da temperatura. E ainda
fiz a burrice de ler a parte mais TENSA do livro em um ônibus urbano, o que me
impediu de dar o mega ataque de nervos digno de leitora compulsiva por motivo
de “mantenha a compostura”. Ao longo da leitura, foi sobrando pra quase todo
mundo, da autora aos coadjuvantes – com uma exceção – até que finalmente o
cantinho 100% Escorpião que existe em mim encontrou o alvo para se divertir
destroçando mentalmente. 
Todos advertidos? Vamos começar.

– O livro é muito bom. Fico feliz de só ter lido
agora. Porque em 1991, podem ter certeza, as 799 páginas se resumiriam a apenas
um ponto que muito me interessa desde quase sempre. Não tinha maturidade para
absorver algumas das coisas narradas aqui, nem sempre em primeiro plano. Agora consigo
entender que nem sempre as coisas são o que parecem, que o malvado é o
aparentemente honesto e impoluto e, definitivamente, há sim muito mais coisas
entre o céu e a terra que supõe a nossa vã filosofia. Além disso, não vi a
série ainda – sim, compartilho as fotos, dou pitis (o motivo ainda será
esclarecido para quem subiu no trem andando), mas me determinei a ler antes de
ver.
– Mas não é um livro perfeito. Há momentos lentos que
podem estressar os mais apressados. Nem todo mundo é fã da narração em primeira
pessoa. Aliás, Claire é uma narradora que beira a onipresença ou então tem uma
memória extremamente privilegiada. Há descrições de ambientes de fazer
virginianos e capricornianos detalhistas chorarem de alegria. Um dos
comentários que anotei em um dos 27 post-its que colei ao longo do livro
chamava a autora de Manoel Carlos. Sabe aquela coisa de “narrativas das
miudezas do cotidiano” que ele faz tão bem em suas melhores e piores novelas? Ir
à esquina, discutir a manchete do jornal na banca, falar sobre futebol com o
porteiro do prédio, conversas normais durante as refeições, ou seja, aquelas cenas
que servem para “gastar tempo” e que são cortadas na reprise? Pense isso em um
castelo na Escócia em 1743. Aham, com o tempo você se irrita ou se acostuma ou
ignora e espera pelo que vem pela frente (música).
– E vem, pode ter certeza de que vem. Outra lembrança
que tive foi das discussões sobre roteiro na faculdade. Promessas devem ser
cumpridas. Portanto, atenção às insinuações sobre caráter de personagens feitas
ao longo da leitura. Algumas vão se realizar e você não vai poder alegar que
não foi avisado. (Houve um caso específico que o que houve não me chocou e, sim,
a autora ter tido a coragem de deixar acontecer. Talvez a minha postura gato
escaldado se justifique por experiências em outros livros onde a promessa não
se cumpre. Aqui a promessa paira até ser cumprida. Como leitora, quase implodi.
Como alguém que analisa a trama, entendi e respeitei a escolha). Não faltam
acontecimentos, reviravoltas, novas reviravoltas, teimosias criando encrencas
(e deixando leitoras irritadas), escolhas e consequências. O perigo está sempre
por perto e nem sempre de uma forma que é fácil identificá-lo – em muitos
momentos, Claire vai descobrir isso das piores maneiras. Por isso, você
provavelmente vai optar por ignorar as cenas onde nada parece acontecer, confiando
no que realmente acontece e faz a trama andar.
– É importante destacar que, em 1945, pela primeira
vez Claire e Frank tinham chance de ter um casamento de verdade. A 2ª Guerra
Mundial os manteve separados, ela atuando como enfermeira e ele, professor
universitário, no front. Mas eles se amavam. Então, além dos contrastes entre duzentos
anos na Escócia (um exemplo citado no livro: banhos quentes!), há esse fator
como motivador para voltar à época onde, em tese, ela “pertence”. Sem contar
que ela é “a estranha no ninho” em todos os sentidos. Não é reconhecida pelos
ingleses como uma delas. E definitivamente, para os escoceses, é a “sassenach” (inglesa,
estrangeira, forasteira) que ninguém sabe de onde veio, com uma história que
pode ser mentira e que pode ser uma espiã dos inimigos. Para piorar, os
conhecimentos médicos a valorizam, mas também atraem boatos de que seria uma
bruxa. São tempos difíceis, violentos, onde a fé anda de braços dados com
algumas demonstrações de paganismo e intolerância. E muitas tramas políticas se
desenrolam rumo a uma revolução que Claire sabe como vai terminar. Será que
deve interferir? De que maneira? E o impacto dela no passado, como muda o que
existe ou deixa de existir no mundo que ela deixou para trás?
– E a aparente semelhança com Frank é o que a
confunde ao encontrar o antepassado dele, Jonathan Randall, o Black Jack
Randall, o capeta em forma de capitão inglês, que foi algoz de vários homens e
mulheres de diferentes clãs escoceses. Nem vou antecipar dizendo o que esta
criatura apronta. Posso dizer duas consequências: a primeira envolve uma
forma musical de identificar quando estou irritada no estágio “catástrofe
nuclear” (música e música)
e, desde o que houve com Amunzinho no livro 6 da série O Senhores do Mundo Subterrâneo,
eu não ativava completamente o já mencionado cantinho 100%  escorpiano irado e possessivo disposto a
destruir em nome da justiça com tempero de vingança. E tenho dito. (música)

– Claire está jogada em uma situação onde é
impossível ter qualquer controle da própria vida. Sim, ela é valente. Claro que
é determinada. É inteligente e observadora. E é teimosa de doer. Há momentos em
que joga a prudência para o alto e age ou fala o que não deve, só piorando a
situação. Podem perguntar às boas almas que me acompanharam nesta semana
quantas vezes eu perguntei se a Claire insistia em se colocar em perigo só
porque sabia que a autora gosta dela e não a mataria. Mas devo admitir que, na
crise e na tensão na reta final, ela se saiu muito bem e ganhou o meu respeito
ao fazer o necessário (música),
mesmo que fosse traumático e desgastante (música).
Só não posso perdoá-la completamente por ficar de mimimi no início, quando
qualquer pessoa normal (ou mesmo eu que sofro de crises extremas de antipatia
da humanidade) percebeu o óbvio…  

– … Jamie! (música)
James Alexander Malcolm MacKenzie Fraser, 23 anos, atualmente fugitivo com a
cabeça a prêmio por um crime que não cometeu, morando com um sobrenome
diferente no castelo dos tios MacKenzie e ciente de que era considerado por
eles uma ameaça. Foi a primeira pessoa que Claire “consertou” com suas habilidades
médicas. Ele se tornou praticamente uma sombra da Sassenach, sendo o “intérprete”
dela para entender (ou não) o que ocorria e, em alguns momentos, evitando que
ela fizesse besteira ou bancando o anjo da guarda /salvador da pátria da dama
em perigo – e em alguns casos, se complicando por causa disso (música).
(E a Claire de mimimi. Se o cantinho justiceiro não tivesse tããããão ocupado
teria sobrado pra ela também
). 



Agora entendi porque quem leu a série era
completamente apaixonada por ele. E concordo. É perfeito nas imperfeições (sim,
ele tem. É Outlander, não desenho clássico da Disney!) e estava disposto a
protegê-la a todo custo (música). Tem
que ser doida ou burra ou tapada ou uma inglesa teimosa ou uma overdose de tudo
junto para não pensar em colocar o moço em cima de um cavalo e ir explorar toda
a flora das matas das terras altas escocesas (música).



– Se você já leu algum outro post do Literatura de
Mulherzinha ou acompanha meus surtos de tietagem extremas nas redes sociais, já
sabe o que vou dizer aqui: tenho uma (vamos definir como) fascinação por
ruivos (música).
Se forem altos, oba. Com olhos azuis, de gato. Maravilha. E canhotos. Para. Para
tudo. Isso não é um homem. É um fetiche ambulante de kilt. Cadê? (música)
Quero já!!!! (música).
Quero MUITO!!!! (música).
(Perceberam que ele é a exceção e a única coisa que me interessa desde quase
sempre?????).
– E não estou falando nenhum segredo, portanto,
Amunzinho já sabia desta área de interesse de Betinha. No entanto, estranhamente,
Loki resolveu ficar mais presente nesta semana (música. Por questões de segurança (desastrada
em momento de faxina protege tudo que é importante), guardei meus mascotinhos
no armário e eles ficaram lá confortavelmente instalados enquanto eu penava no
início do livro e depois que a trama engrenou. Aí, numa tarde de leitura e muitas
anotações em post-its azuis, quando me dignei a olhar pra TV, adivinha qual
filme estava começando? Thor. Resultado, li toda a parte casamento +
noite de núpcias com a companhia do meu príncipe desorientado favorito. E enquanto
escrevo este texto, após assistir a uma reprise de Os Vingadores/The
Avengers
na TV por assinatura, meus mascotinhos, resgatados ao seu habitat
natural de guardiões dos meus livros a serem lidos, estão aqui vigilantes. Já
foram devidamente informados de que terão muito mais sucesso se entregarem para
minha apreciação imediata a versão deles em carne, osso, altura, olhos azuis e
sotaque britânico (música)

– Enquanto isso, o moço ruivo, alto, lindo, canhoto de kilt foi uma das poucas
alegrias nesta semana exaustiva e espero logo ter tempo para, agora sim, ver a
série e poder me concentrar em saber o que acontece no segundo livro. É, é
série. Alguns já foram lançados, mas eram impossíveis de achar. Graças a Deus,
a Saída de Emergência está relançando todos. O que permite que outras pessoas,
como eu, tenham acesso agora aos livros e quem não os tinha possa comprar.
Série Outlander:
1. Outlander A viajante do tempo
2. Dragonfly in Amber A libélula no âmbar
3. VoyagerO resgate no mar parte 1 e parte 2
4. Drums of AutumnOs tambores de outono
5. The Fiery CrossA cruz de fogo 
6. A Breath of snow and ashesUm sopro de neve e
cinzas
7. An Echo in the BoneEcos do Futuro
8. Written in my own heart blood 
– Links: Goodreads livro,
autora, série; site da autora (onde tem a cronologia da série).
Arrivederci!!!
Beta
ps: Caso vocês tenham chegado até aqui sem cair na
tentação, todos os links escritos “música” se referem à alguma canção em que
pensei enquanto lia Outlander ou escrevia este texto (tem uma que acabou de
entrar). Algumas não possuem nenhuma ligação direta com a história, mas com a
minha reação a ela. Outras conseguem ser as duas coisas. Optei por não dizer. Leia
o livro e faça as suas correlações ;D.

4 Comentários

  1. Barbara Santiago

    Huahuahuahuahah
    Fascinação, é? Mudou de nome?
    Olha, eu assisti três eps da série (estou rendendo os outros, não me amolem) e é difícil resistir a ler todos os livros no original. Como prometi que só começaria a ler quando tivesse todos os livros, ainda não peguei meu Outlander da prateleira. Mas todas vez que a Thata surta por conta dele, fico ainda mais ansiosa hahaha
    Mas nem mesmo sua (ahen) fascinação vai me fazer ler esse livro antes de ter, pelo menos, os 5 primeiros. Já tenho quatro, então, agora é só uma questão de tempo. Lol

    Bjus

  2. Luna

    Olá, Beta!!!! 😀

    Esperei muito por este dia.kkkkkkkkk… Estava louca para ler uma resenha sobre Outlander escrita por você! E a espera valeu a pena, pois amei sua resenha! Está maravilhosa! E me encanta saber que você também ama o meu Jamie! 😀

    Eu sou perdidamente apaixonada por esta história. Tanto pelos livros quanto pela série de TV. Adoro a Claire, com todos os seus defeitos e teimosias e mania de conversar calmamente com quem quer matá-la, e o Jamie… Suspiros… Ele é meu coração!rsrs… Não imagina o quanto eu sofri por tudo que ele passou. E quanto odeio certo personagem. Se eu pudesse entrava na história e matava aquele demônio com minhas próprias mãos!

    Você já deve saber que as coisas não serão fáceis ao longo da série, mas siga apostando no Jamie. Confiando nele. E amando-o. Ele merece. 🙂

    Bjs e lindo domingo!

  3. Carla

    É sempre maravilhoso quando mais alguém se junta ao clã Fraser. 😀 Mas preciso fazer apenas um pequeno reparo, que tem importância para ajudar a definir o perfil do Frank. Frank não era professor universitário durante a Guerra (até porque não tinha muito o que ele fazer na guerra como professor 😀 ). Ele era um oficial ao serviço do MI6. Só após o fim da guerra é que ele aceitou um lugar como professor numa faculdade. Na 2ª lua de mel deles ele ainda não estava desempenhando o cargo.

  4. Sil de Polaris

    Uma imagem sensacional de Jamie !!! Eu nunca tinha visto imagem melhor deste escocês forte, lindo, ruivo, de kilt e tartan, montado a cavalo !!! Ele exala masculinidade naturalmente !!! Mas eu nunca tinha reparado que ele era canhoto – não mesmo !!! Outlander tem sido excelente até esse momento (mesmo e principalmente quando tenho meus impulsos assassinos). Foi um achado ótimo !!!

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