Não tenho palavras. Só peço a vocês que leiam tudo 🙂
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Não tenho a mínina vergonha, pudor ou correlato quando falo o seguinte: Sou praticamente frequentador assíduo deste blog. Muitos poderiam me julgar, caso soubessem da minha fascinação, falando que tal site é praticamente um Clube da Luluzinha, que apenas sonhadores querem escapar à torpeza do mundo atual com histórias de canduras exageradas e outros tons de rosa que não chegam nem perto de uma realidade possível… E eu lhes pergunto: Que mal há nisso? Pelo menos aqui, onde as páginas ditam docemente as leis, a terra se abunda de leite e mel, onde a linguagem é cultuada como divindade esplêndida e incrível, onde cada parágrafo pode nos oferecer à imaginação um banquete digno de tese, o respeito mútuo vive, reina e reinará para sempre, numa utopia presente e magnífica na qual todos são convidados humildemente a entrar, pois não há castas nem renegados por qualquer tipo de sociedade.
Ademais, estou além de todos os conceitos que os machismos literários apregoam com violência deprimente: Às vezes, sim, vou às bancas ou aos sebos empoeirados do centro do Rio de Janeiro e me regalo com as histórias criadas por Penny, por Charlotte, por Nora, e por tantas que, mesmo sem saber, fazem do meu lado leitor entrar em festim adoidado.Claro que nem sempre conseguem me agradar por inteiro, mas sei que tentaram, e isso vale mais do que tudo.
Aliás, tudo que é literatura deveria ser considerado maravilhoso, e não dispersado em nichos, como se grandes clássicos mundiais não pudessem morar na mesma prateleira que um Sabrina ou um Júlia. Tudo que é literatura me conquista, conquanto, e isso já me basta. Mas é bem do feitio do homem-e aqui é a ordem, não o gênero-perverter, apartar, não considerar o esforço alheio, não tolerar, demover “a literatura” da “subliteratura”-o que, para mim, não se engendra, porque não existe subliteratura: o que existe é uma tentativa atroz, quase selvagem, das pessoas que querem escrever, repassar seu mundo ao Mundo através das letras, modificar a vida dos leitores, fazer parte da nossa vida de maneira silenciosa, mas que é mais eloquente do que mil discursos. Pura e simplesmente. Por mais que alguns impertinentes tentem esconder, deliciosas sagas que poderiam fazer aplaudir Cervantes e Machado de Assis germinam em certas textos repudiados, e palavras que deixariam professores de História e Geografia cantando na chuva devido às descrições precisas que autores fazem em seus “Históricos” superabundam. Como já citado, sei apreciar cada um das vertentes da literatura-portanto, quem sai perdendo com o renegar do mundo romântico disposto pela Harlequin e tantas outras editoras compromissadas com o seu público não sou eu.
Já filosofei demais pro meu gosto. Então, vamos ao que interessa, sem mais delírios nem rodeios…
Não existem tópicos que aprecie mais do que os que tratam de Nora Roberts. Tenho dois livros físicos dela, Tesouro Secreto e Virtude Indecente, sem falar dos e-books. Ainda não os li, apenas passei os olhos por cima deles, e a empatia que senti e sinto por ela, mesmo nessas leituras simplórias, justifica-se: há algo que os tornam grandes, não maiores do que as outras autoras, mas ela escreve de modo diferente, que fazem as histórias terem complexo de sagas. Acho-a interessantíssima.
Bem, entrei pela primeira vez no “Literatura de Mulherzinha” em 2011, acho. Estava prcurando informações sobre um romance que eu verdadeiramente amo, venero, acho-o demais, malgrado tenha um furo, um erro que até hoje não compreendi, mas que relevo em nome do conjunto da obra. Trata-se de “O Anjo do Mal”, de Sara Craven, que foi publicado ainda pelo selo da Abril-para ver como que o bichinho é “retrô”. A história de Cristina, de Devlin e de todos os Brandon sob o esplendor do sol da Martinica e da Ilha St. Victoire, se em mãos habilidosas, poderia até se transformar numa novela (Eu já até escrevi uma baseada nas desventuras e apogeus da mocinha em questão, mas isso é ponto para outra conversa…) e me conquistou por completo. Não dou o livro, não o empresto, não o habilito a escambos de qualquer natureza. Não me deparei com informações sobre o texto, mas o mundo e as palavras de Beta (olha a intimidade…) me causaram uma coisa boa, como se visse um espelho e reconhecesse um igual que aprecia tanto os livros. Desde então, mesmo que seja um vez por semana, venho aqui, por estas boas paragens, e encontro textos soberbos, os quais vão além de gélidas resenhas. Beta destrincha os livros que lê, tecendo para a gente pontos que nos passariam desapercebidos ou que não nos atentaríamos à primeira vista.
E essa característica é a que mais me maravilha no blog. A Beta consegue se aprofundar nas entrelinhas, nas descrições, nos diálogos e tantas outras atribuições dos livros que chega a parecer que o seu dia tem mais de cinquenta horas para terminar tantas leituras. Eu sempre fico impressionado com essa capacidade. Sem falar que há, por vezes, a singela intervenção de Madre Hooligan em certos posts, querendo, também, participar da fanfarra literária e propor opiniões; a querida mãe de todos não é só um doce adendo-ela foi alçada à nível de deusa, de cuja existência depende todos nós.
Fico real, incrivelmente feliz que o LdM tenha se livrado de muitas resistências, preconceitos e obstáculos que poderiam advir-lhe nestes dez anos. Espero, da forma mais sincera existente, que prossiga nos convencendo, nos fazendo vibrar ou refletir com as verves sublimes que só encontramos nas opiniões construídas acerca de livros. Qualquer um que se introduz nos romances e faz deles parcela vital de sua vida, é merecedor de todos os louvores, graças e apreços. E é isso que tu mereces, blog da minha alma, ó blog da minha alma. Espero que dure muito, continuando a nos preencher as noites de solidão, os dias quentes e cálidos de verão, os nossos vários momentos. Obrigado por tudo.
De um amigo amigo mas excessivamente discreto,
Giovani Cavalcante.
Giovani!!!!!
Amei todas suas palavras! Dá até vergonha ao lembrar o que escrevi!
Eu tenho esse livro que vc citou! E eu adoro!!
Bjus
Ai meu Deus!
Giovani, seu lindo, adorei tudo o que disseste. São exatamente esses os motivos de ser completamente apaixonada pelo LdM (Já até pedi ele e Betinha em casamento, mas eles preferem o Loki) e de me sentir tão em casa por aqui.
Perfeito! S2 S2
Bjusss
Eu tenho invejado essa habilidade de ler tanto também, lembrando-me de como eu lia bastante antigamente, muito mais que atualmente, de uma forma semelhante. Há mesmo muitas descrições tão detalhistas e tão perfeitas de cenários e de épocas a ponto de fazer alegria de professores de Geografia e História pelos romances de muitas autoras conhecidas de romances água com açúcar (com muita canela !!!).