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Cap. 1016 – Como Gostais – William Shakespeare

Ciao!!!


Como anunciado no ano passado, no post de MuitoBarulho por Nada,
eis a meta de leitura reforçada no
Top Piriguetagem 2014.
A culpa é, óbvio, de
Carter Maguire (e, por tabela, da Nora Roberts)
Como
Gostais – William Shakespeare

LPM Pocket
(As you like it – 1599)
Personagens: Rosalinda e Orlando
Os personagens estão envolvidos em uma disputa sobre
poder, riqueza e dispostas a amarem. Em uma confusão de perseguição e troca de
identidades, Orlando se apaixona por Rosalinda à primeira vista, no entanto,
eles se separaram e quando se reencontram, Rosalinda está disfarçada como
Ganimedes. Ambos ameaçados por parentes, se escondem na região rural, onde se
desenrola uma trama que mostra como o amor pode ser simples, embora complicado,
se for como você quiser…
Comentários:
– Menosprezado pelo irmão, Oliver, que o relegava à
propriedade rural sem todo o preparo que merecia por ter origens nobres,
Orlando derrota um homem que pretendia matá-lo numa briga e foge de casa ao
saber que seria assassinado. A luta foi assistida como diversão pelas damas
Rosalinda e Célia, que são primas. E Orlando e Rosalinda se encantam um pelo
outro. No entanto, ela é expulsa de casa pelo tio que usurpou o ducado do
irmão. Frederico temia que o amor do povo por Rosalinda se transformasse em um
problema.
– Entre ficar, e ser acusada de traição, e partir, Rosalinda
foi embora, com a companhia da prima, que não concordava com as atitudes do
pai. Como eram duas jovens e viajar sozinhas seria perigoso, Rosalinda assumiu
nova identidade, a de um rapaz chamado Ganimedes, e Celia se tornou Aliena, sua
prima, e as duas acompanhadas de Touchstone, o bobo da corte.
– Claro que os apaixonados irão se encontrar e se
enredar em uma trama com outros apaixonados, com a ameaça dos parentes e o risco
de serem encontrados. O amor que é declamado nas árvores conduz Rosalinda de
volta a Orlando, apesar da jovem, ainda disfarçada, não poder se revelar. E
decide ver realmente o quanto é forte o sentimento de Orlando. Pede que ele
treine com Ganimedes a forma como gostaria de cortejar a amada se fosse
possível. E o jovem aceita ter seus sentimentos dissecados pela capacidade ora
mordaz, ora certeira e muito analítica da amada disfarçada.
Rosalinda
– Agora me diga por quanto tempo você a quer como sua legítima esposa, depois
de a possuir.
Orlando
– Para sempre e mais um dia.
Rosalinda
– Diga “um dia”, sem o “para sempre”. Não, não, Orlando. Os homens são a
primavera de abril quando se enamoram e namoram, e são o inverno de dezembro
quando se casam. As donzelas são a primavera de maio quando são donzelas, mas o
céu muda quando elas se tornam esposas. Vou sentir mais ciúmes de ti que um
pombo-macho de sua fêmea; vou ser mais barulhenta que um papagaio quando se
arma um temporal, mais novidadeira que um macaco-mono, mais volúvel nos meus
desejos que um mico. Vou chorar por razão nenhuma, como Diana junto à fonte, e
vou fazer isso quando você estiver disposto a se alegrar. Vou rir como uma
hiena, e vou fazer isso quando você estiver disposto a dormir.
– O mais legal é que a peça gira em torno de
Rosalinda/Ganimedes. Dos amores que ela desperta não importa como esteja. Da
forma como ela pensa com clareza sobre o que está ao seu redor. Dá para
entender porque o professor Carter Maguire era encantado pela força da
personagem que desfaz todas as confusões criadas pela troca de identidade. E da
ironia – destacada por textos sobre o autor e a peça que esclarecem e situam os
leitores sobre a peça – de que, no período quando foi escrita e levada aos
palcos originalmente, não podia ser interpretada por uma mulher. As mulheres
não subiam aos palcos. (Sobre isso, quem não sabe e ficou curioso pode ver o
filme Shakespeare Apaixonado. Apesar da Gwyneth Paltrow, vale a pena).
Os papeis femininos eram interpretados por jovens que ainda não tinham passado
pela mudança de voz.
– Como os encontros e desencontros dos apaixonados e
a forma como o amor surge são os pontos primordiais da peça, é muito
inteligente o desfecho que compromete vários casais e alguns que nem se
percebiam assim. As ameaças se desfazem e tudo fica bem. Gostaria de ver
encenado. Meu amor por Muito Barulho por Nada começou pelo filme. Talvez
crie laços mais fortes com Como Gostais depois de uma representação
visual. Afinal de contas, ficam sempre pontos a serem solucionados pela
imaginação do telespectador/espectador/leitor. E antes que perguntem, ainda não
defini o próximo. Queria continuar nas comédias, apesar de ter visto a intensa Coriolanus
(vocês podem imaginar o motivo…). Bem, tenho tempo para decidir…
Rosalinda
– Ah, já sei o que você está pensando. Não, é verdade. Jamais houve algo tão
repentino, a não ser um embate entre dois carneiros e o modo como César
alardeou a si mesmo com “Cheguei, vi e venci”. Pois o seu irmão e a minha irmã,
tão logo se encontraram, já se olharam; assim que se olharam, já se gostaram;
tão logo se gostaram, suspiraram; mal haviam suspirado, perguntaram-se por que
motivo; tão logo entenderam o motivo, buscaram a solução para o problema. E foi
por esses cálculos que eles construíram os degraus para o casamento, a serem
galgados com urgência que é para não haver urgência de casar. Eles estão em
plena fúria do amor e querem estar sempre juntos. Nem gritando “É briga!” eles
não se separam.
Bacci!!!

Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Um romance majestoso !!! Eu nunca li essa obra de William Shakespeare, mas fiquei muito curiosa e muito interessada em conhecer !!! Ele é um autor excelente, que cativa e encanta com seus escritos, embora ele tenha mania de matar quase todos ou todos seus personagens principais pelas suas peças. ^_^ Eu sequer sabia que esse romance existia, mas estou muito tentada a lê-lo ao sabe-lo existente nesse mundo !

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