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Cap. 1042 – Outlander: a libélula no âmbar – Diana Gabaldon

Ciao!!!


Bem, digamos que foi uma LONGA história.
LONGA
mesmo.
LONGA DEMAIS.
E por isso, digamos que tenham tempo para ler este
texto indignado, estressado, delirante e muito irritado com autora que enrola
demais e gasta a minha paciência até sobrar um fiapo pra descobrir o que
interessa.
Outlander:
a libélula no âmbar – Diana Gabaldon – Saída de Emergência
(Dragonfly in Amber)
Personagens: Claire Randall Fraser e Jamie Fraser e
um monte de gente
1968. Claire volta à Inverness com a filha Brianna
para uma aparente viagem de turismo. No entanto, ela tem muito o que procurar e
conta com o apoio de Roger Wakefield, que tinha documentos que poderiam
ajudá-la a descobrir o que houve naquele mesmo local séculos antes. Ao revelar
para Brianna detalhes que ela não sabe sobre as vidas delas, Claire volta ao
tempo quando ela e Jamie, ainda sob impacto das desgraças recentes, deixaram a
Inglaterra rumo à França para tentar impedir a revolução que pode dizimar
vários clãs escoceses…
Comentários:
– A Diana Gabaldon é aquele tipo de pessoa que
transformaria “fui ao Tororó beber água e não achei” em uma jornada digna de
Frodo a caminho de Mordor explicada nos MÍNIMOS detalhes. E quando digo MÍNIMOS
entenda como “um monte de coisas que se revela desnecessária, apenas para
ocupar seu tempo e impedir que você tenha prazer com o que realmente interessa:
Jamie”. Eu podia jurar que não tinha nada que eu odiasse mais do que autora que
cria um bom personagem e não sabe o que fazer com ele. Ledo engano. Descobri
que detesto autora que cria um bom personagem e o mata soterrado em informações
que só acrescentam à sua vida se você for em um “Show do Milhão” sobre a série (depilação no século 18? Cachorro médico? Rotina de um hospital
francês?). Houve momentos em que fiquei na dúvida se lançava a campanha #SaveJamie
ou então se bancava a preguiçosa, esperava a 2ª. temporada da série Outlander (ainda
nem vi a 1ª porque quis ler o livro antes) para ver como os (pobres, sofridos e
merecidamente bem remunerados) roteiristas resumiram este livro.
Enfim, vamos lá, A libélula no âmbar começa
totalmente distante geográfica e cronologicamente do encerramento de A
viajante do tempo
. Juro que fiquei com a sensação de que “UAI, TREM
DOIDO!”. A autora usa o recurso de avançar a história até determinado ponto
para voltar ao ponto em que a gente estava. Em 1968, Claire retorna à Escócia em busca
de informações sobre o passado, acompanhada da filha Brianna que nem sonha com
as revelações que a mãe fará nesta viagem.
Aí quando você está quase arrancando os cabelos
perguntando “oh, Jamie, cadê você? Carrego peso só pra te ler”, ele aparece
(quase 100 páginas depois). A narrativa volta para o século 18, ele e Claire
ainda estão na França, envolvidos em uma missão praticamente suicida: cortar o
mal pela raiz. Evitar a revolução jacobita que Claire sabe que terá final
trágico para os cerca de 10 mil integrantes dos clãs aliados de Charles Stuart,
pretendente ao trono escocês, inclusive parentes de Jamie. O problema
era que espionagem na corte era algo tão mortal quanto a revolução que eles
queriam evitar e eles colocam a si mesmos e ao bebê que Claire espera em risco
várias vezes. Ah, ainda tem alguns ataques de ciúme no meio do caminho. Entre
salsichas, experiência no E.R. do SUS francês da época, mensagens roubadas e
decifradas, violência sexual, traumas recentes e passados, quando você pensa
que nada será pior que essa chatice eis que ressurge uma criatura que já devia
ter morrido e que eu ainda quero matar (sim, claro que sabia que a praga não
tinha morrido, mas vai que alguma informação desnecessária das várias deste
livro o atingiu na cabeça e causou um traumatismo craniano? É, eu sei, vaso
ruim não quebra fácil. Ninguém pode me culpar por imaginar isso).
– As coisas se complicam na França e sacrifícios
extremos levam os dois de volta para a Escócia. Aparentemente não haveria mais
a guerra, no entanto, o clima político muda e Jamie e o povo de Lallybroch se veem
arrastados para uma luta que ele sabe que será em vão. Por mais que ele e
Claire se esforcem para evitar a catástrofe. Ah, claro, muitas reviravoltas
colocam aliados como inimigos, inimigos como aliados, poucos confiáveis, corações partidos por fatos da vida, crueldade masculina, sofrimento e
alguns que merecem vão pagar pelo crime que cometeram (também se não me desse
esse consolo espiritual, era bem capaz de fazer esta lajota de concreto voar
olimpicamente ao som do tema de Carruagem de Fogo pela minha janela). Então, se fosse sincero, este livro seria a soma das 90 e
poucas páginas da primeira parte mais um resumo de mais de 200 páginas e a
partir da 363 (com algumas cenas inúteis devidamente limadas) até o final. Acho
que daria para cortar umas 300 páginas lindamente e ficar com o que é o tema
deste livro: Jamie e Claire em uma missão praticamente suicida para impedir uma
guerra que muda o rumo da história da Escócia. Os planos vão exigir muito do já
sofrido relacionamento deles e até que ponto eles estariam dispostos a
sacrificar um ao outro ou a sacrificarem por uma causa? E sim, para descobrir
porque Claire e Brianna estão em 1968, você vai precisar ler mais de 800
páginas. Segura na mão de Deus e vai.
Até o final do livro eu já tinha certeza de que esta
infeliz libélula que ficou presa no âmbar era eu. Uma boba atraída pela
promessa de sonhar por algumas horas, talvez dias, com um escocês lindo, ruivo,
enorme, gigante, de olhos azuis… que ficou atolada por semanas, quase um mês,
em uma história que demora para engrenar, distrai com aquela lua que brilha lá
no céu, ESQUILO!, plunct plact zuuuuuuuuum não vai a lugar nenhum e quando eu pensei
“agora, vai!” termina comigo esbravejando a raiva neste post (a parte final é boa, o problema é chegar até ela). Depois disso, não
preciso nem me esforçar pra imaginar o Spielberg me achando – a blogueira
congelada no âmbar da própria raiva com autoras prolixas e enrolonas – e
criando o Blogassic Park a partir do meu DNA. Um lindo paraíso de blogueiras
escorpianas neuróticas e estressadas habitados pelo ruivo delícia Chris Pratt. Sim,
cheguei a este ponto de delírio. Culpa da Diana “escrevo muito sim, escrevo
demais e, se reclamar, escrevo o triplo sobre o nada HAHAHAHAHAHA” Gabaldon.

– Faltou alguém dizer a ela “vamos nos ater ao que
interessa? Depois você lança um livro, ou vários, chamado ‘olha só tudo que
aprendi pesquisando pra criar o Jamie’ e vende ainda mais. A gente pode fazer
na versão simples, ilustrada, para colorir, pop-up, que tal?”. Não seria nenhum
demérito. J.K. Rowling fez
adolescentes lerem livros de mais de 600 páginas sem piscar e reclamar. Mas
tudo que ela citava tinha importância na trama, até mesmo detalhes como a cor dos olhos do
protagonista. Então não me venha com argumentos esfarrapados, porque não me
importo com livros tamanho tijolo, porque tenho convicção por tudo que já li de
que não é número de páginas que faz boa história e sim o que está escrito
nelas. 


– Se fosse direto ao ponto, A libélula no âmbar, seria um excelente
livro. No formato final, é um livro com vários e bem detalhados momentos chatos
e desnecessários para testar a sua persistência até a parte onde realmente
interessa. E que, para chegar ao ponto final (que de final não tem nada –
afinal de contas, há a próxima parte), só sendo tão teimosa quanto o apaixonante
escocês disposto a tudo para cuidar e proteger a Sassenach (chata, onipresente
a ponto de parecer um big brother – estou para ver narradora em 1ª
pessoa mais onisciente e onipresente que essa *pausa para minhas professoras de
Literatura chorarem porque eu ainda me lembro desta lição*. Embora em alguns
momentos surge do além uma narração em 3ª pessoa só para deixar você perdida de vez)
dele.
– Ah, sim, é o SEGUNDO livro
da série. Alguns já foram lançados, mas eram impossíveis de achar. A Saída de
Emergência está relançando todos. E se os próximos forem assim, como já me
alertaram que serão, vou reforçar o meu arsenal de coisas que sustentam a
paciência escorpiana-geminiana quando ela implode! E sinceramente não sei por
quanto tempo dura a minha preocupação com as desgraças do desventurado casal
(bem, sendo sincera, preocupação com a metade alta, olhos azuis, ruiva e
escocesa do casal) separado pelo tempo, espaço e pelos inimigos, incluindo uma
autora tagarela que estressa até mesmo quem quer amar esta série.
Série Outlander:
1. Outlander  A viajante do tempo
2. Dragonfly
in Amber  A
libélula no âmbar
3. Voyager  O
resgate no mar parte 1
e parte 2
4. Drums
of Autumn  Os
tambores de outono
5. The
Fiery Cross  A
cruz de fogo 
6. A
Breath of snow and ashes  Um sopro de neve e cinzas
7. An
Echo in the Bone  Ecos
do Futuro
8. Written
in my own heart blood 
Bacci!!!
Beta


Não sei se funciona com outra pessoa, mas a solução que encontrei pra chegar ao fim deste livro foi imaginar que o
Lenine ou o Tom Hiddleston estavam lendo para mim (#ficaadica para os
audiobooks). Assim minha concentração voltou por alguns instantes. Mas quando o
encanto se desfazia, só me restou apelar para todo meu arsenal “mantenha a
concentração” que inclui esta música,
esta entrevista, esta música e esta música, que resume bem o
meu maior desejo durante os momentos “vamos delirar sobre o nada durante várias
páginas” que conseguiram a façanha de entediar não só o sol em Escorpião nem
apenas o ascendente em Gêmeos, mas provavelmente todas as combinações
planetárias possíveis no meu mapa astral.
 

3 Comentários

  1. Nat (Lendo Romances)

    Eu não tive essa paciência pra ler o segundo livro! No primeiro e já pulava algumas páginas de vez em quando, mas pelo menos terminei…Esse não rolou MESMO.

  2. Sil de Polaris

    Desculpe-me, eu não li livro algum ainda, mas vi sua primeira temporada, portanto perguntarei: você não quis dizer que eles deixaram Escócia para França em seu primeiro parágrafo ? Eu AMO detalhes de pesquisa histórica então creio que não terei problemas com esse livro. Mas, por favor: trate bem sua lajota de concreto em nome de Jamie Fraser. Ele ficou muito ferido, tadinho ! Uma postagem ensandecida ótima !

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