em 1988, é uma história que correu mundo e ajudou a divulgar o nome do autor,
Paulo Coelho e, por tabela, do Brasil. Conseguiu leitores anônimos e famosos apaixonados,
somando mais de 65 milhões de exemplares vendidos ao redor do planeta.
em seu relançamento, finalmente desembarca no Literatura de Mulherzinha.
“As ovelhas, entretanto, tinham ensinado
uma coisa muito mais importante: que existia uma linguagem no mundo que todos
compreendiam, e que o rapaz havia utilizado durante todo aquele tempo para
fazer a loja progredir. Era a linguagem do entusiasmo, das coisas feitas com
amor e com vontade, em busca d ealgo que se desejava ou em que se acreditava”
(p.75)
um tempo, bem antes de conceber que um dia haveria internet – e por tabela,
sites, blogs e redes sociais -, eu era apenas uma leitora obsessiva em desenvolvimento.
Como estudava, ainda não tinha dinheiro para comprar meus livros, então
recorria à estante da minha prima, à biblioteca e, quando juntava dinheiro, aos
sebos e livrarias. Foi assim que li muitos romances antigos da Harlequin (saudosa
época da parceria com a NC), vários do Sidney Sheldon e Paulo Coelho.
eu lia Paulo Coelho. Li vários e tenho alguns, diga-se de passagem. Estão devidamente
encaixotados à espera de uma mudança que não termina. Deixei de ler quando vi
que não se comunicava mais comigo como antes – ou seja, hora de novas
descobertas, novos encontros. Dentro da minha família, isso causava polêmica. Houve
quem criticasse esse meu interesse (nada diferente de quem também me criticava
por “ser tão inteligente” e “ler romance de banca”, como se fossem excludentes)
por achar que era algo raso, simplório, “modinha”, que não valia a pena perder
tempo. Como o tempo era meu, continuei lendo.
“Quando vemos sempre as mesmas pessoas –
e isto acontecia no seminário – terminamos fazendo com que elas se tornem parte
da nossa vida. Se a gente não for como elas esperam, ficam chateadas. Porque todas
as pessoas têm uma noção exata de como devemos viver nossa vida” (p. 32)
é que tentei puxar pela memória como e qual foi o primeiro livro dele que li e
não me lembro: estou na dúvida entre O
Alquimista e Brida. E o mais
curioso ainda é lembrar que este é o primeiro livro dele que comento no Literatura
de Mulherzinha – o que só comprova que tenho muito ainda a por em dia por aqui.
sou especialista em Literatura (não estudei para isso, quem sabe um dia?), então
só posso analisar por que este livro fez tanto sucesso a partir do meu ponto de
vista como leitora. Na minha modesta opinião, é a narrativa de uma história
simples que encontra eco em qualquer pessoa. Quem nunca se imaginou em uma
jornada semelhante a de Santiago? Quem não tem um sonho secreto a ser
realizado? Quem teme realizar o sonho e depois não encontrar outro que mantenha
a esperança de vida, de sonho, de ter esperança em um mundo cada vez mais
imerso em demandas pautadas pela interpretação que poucos fazem de algo que
guia a vida de muitos – sejam as leis e sejam preceitos religiosos – e pelos
elementos que alimentam o lado mau da Força: egoísmo, vaidade, poder, guerra,
dor, miséria, e que fazem poucos lucrarem com a desgraça de muitos.
“- O
mal não é o que entra na boca do homem – ponderou o Alquimista. – O mal é o que
sai dela” (p.126)
é um pastor de ovelhas da região da Andaluzia. Ele tem um sonho repetido sobre
um tesouro escondido perto das pirâmides no Egito. Depois de ter o sonho
decifrado por uma cigana, decide seguir a intuição e partir atrás do tesouro. Não
será uma viagem fácil, haverá contratempos, dúvidas, desafios, traições. Ao mesmo
tempo, terá encontros marcantes com um sábio – o Alquimista – e com o amor, novas
experiências, conhecimentos e mudança de vidas. No fim das contas, era algo
muito simples e, como todas as coisas simples, exigia uma capacidade de
observação e um conhecimento mais complexos que o que ele então possuía.
“Cada
momento de busca é um momento de encontro”, disse o rapaz ao seu coração. “Enquanto
procurei meu tesouro, todos os dias foram dias luminosos, porque eu sabia que
cada hora fazia parte do sonho de encontrar. Enquanto procurei esse meu
tesouro, descobri no caminho coisas que jamais teria sonhado encontrar, se não
tivesse tido a coragem de tentar coisas impossíveis aos pastores” (p.140)
isso se torna uma trama fácil de entender por uma quase adolescente ainda cheia
de ideias na cabeça e por uma adulta que sabe que nem sempre tudo se torna
realidade. A única coisa que não mudou nestes 20 anos que separam uma da outra
é um sonho que ainda não foi realizado.
Reler O Alquimista serviu para
me lembrar de que, à minha maneira, talvez eu tenha virado vento, mesmo sem
perceber. Em muitos momentos, a vida tenha me conformado em esperar, o que se
transforma em convite para a incerteza e a dúvida. Mas não desisti e, enquanto
isso, fiz e estou fazendo tantas outras coisas que enriqueceram a minha jornada.
visto, não fui a única a ser provocada a reagir de alguma forma diante do livro.
Várias pessoas viram na jornada do pastor espanhol o desejo de sua própria
jornada, se questionaram quais seriam suas lendas pessoais, por que estão neste
mundo, do que abriram mão para viver (ou não) aquele sonho ditado pelo coração.
Talvez este seja o segredo de O
Alquimista: está aberto a conversar com quem o procura. Mesmo que a pessoa
não acredite. Mesmo que acredite. E posso garantir, com ou sem pedigree, nem
todos os livros conseguem essa façanha de conquistar os leitores para a jornada
que oferece.
“Porque
não vivo nem no meu passado, nem no meu futuro. Tenho apenas o presente, e ele
é o que me interessa. Se você puder permanecer sempre no persente, então será
um homem feliz. Vai perceber que no deserto existe vida, que o céu tem estrelas
e que os guerreiros lutam porque isso faz parte da raça humana. A vida será uma
festa, um grande festival, porque ela é sempre e apenas o momento que estamos
vivendo” (p.97)
site do autor; Skoob;
site da editora;
mais dele no Literatura de Mulherzinha.
a história é linda, inspiradora e atrativa
essa edição me deixou apaixonada
http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Tenho esse livro há muito tempo, comecei a lê-lo três vezes antes de, finalmente ler e me apaixonar. Li inúmeros livros do Paulo Coelho, e assim como você, os livros deixaram de conversar comigo.
A história de Santiago nos toca e nos faz refletir sobre nossos sonhos. Outro livro que me emociona é "As margens do Rio Piedra eu sentei e chorei" vale a pena ser lido!
Bju
Fabi
http://www.fabianacorrea.com
Ora, eu virei pela contramão: eu nunca li um romance desse autor porque eu tenho antipatia ferrenha por ele, que não diminuiu, muito pelo contrário, depois que eu li suas citações nesta postagem, pois eu reconheci idéias de outras pessoas ditas de forma diferente, ou seja: não criadas por ele. Sem demérito aos seus leitores, mas ele está em minha lista de "talvez vir a ler para poder comentar com calço."