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Cap. 1576 – Se não eu, quem vai fazer você feliz – Graziela Gonçalves

Ciao!


Disponível na Amazon
Confesso
que ouvia Charlie Brown Jr, gostava das letras, mas não tinha a ligação como
sei que várias outras pessoas possuem com a banda.

O
interessante de ler o relato da Graziela – a Grazon do Chorão – é ter certeza
de que a gente não faz a menor ideia do que as outras pessoas carregam em si
mesmas.
Se
não eu, quem vai fazer você feliz?: minha história de amor com Chorão – Graziela
Gonçalves – Paralela
(2018)
Graziela
conheceu o garoto que era totalmente “inadequado” para ela: andava com a turma
do skate, já tinha sido casado e um filho. Algo aconteceu e eles se
apaixonaram. Mas não houve um “felizes para sempre” – porque a vida real não é
um conto de fadas.
Graziela
foi a companheira de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, vocalista e líder da
banda Charlie Brown Jr. por mais de uma década
Ela
narra toda a história que viveu ao lado do Alê – o início, o encantamento, as
crises, as separações, os bons momentos, as vitórias, as derrotas, os sonhos,
as frustrações e como o vício o levou a morte.
Grazon
– como ele a apelidou – narra as lembranças de um Alê pouco conhecido pelo
público, que ela encontrou e por quem se encantou antes da fama, antes de mesmo
existir o Charlie Brown Jr. Rememorou como ele buscou e descobriu uma
identidade própria, em som e letras, que tornaram a banda diferenciada do que
havia no mercado e em consonância com um público que se identificou com e como
eles cantavam e tocavam.
A
gente sempre ouve dizer que a fama é transitória. Alguns, com certeza, dirão
que é “mimimi” de quem já não é mais famoso. No entanto, o que não faltam são
relatos de que a fama não trouxe paz de espírito.
De acordo
com Graziela, ela testemunhou que Chorão queria dar orgulho ao pai, conseguir
estabilidade para a família e se viu sobrecarregado por muitos problemas que
aconteceram – e outros que ele ajudou a acontecer, ao não saber lidar com
algumas situações. Somado a um sentimento que ele possuía, a situação se
agravou ao ponto de abrir as portas para o vício em cocaína.
Não
pense que o livro é triste, porque não é. Pela minha experiência com a dor de
uma perda precoce, é aquele momento no luto em que a gente se torna capaz de
olhar para trás, rememorar a história sem sentir que precisa se atribuir culpas
pelo que houve com a outra pessoa. Ela mesma cita isso, que passou muito tempo
na fase do “e se…” – mas lembra os bons momentos, os pequenos gestos que
pertenciam apenas a coisas que os dois viveram longe do olhar público.
Cinco
anos depois de perder o companheiro, ela conseguiu fazer esse apanhado da
história dos dois. “Dias de luta, dias de glória” como conta, com toda a luta
até a banda se estruturar, se firmar e fazer sucesso. A vontade de continuar
uma mulher independente, mas como sempre terminava gravitando em torno dele e
da banda. E isso tudo, relatando, pelo amor que ela descobriu por ele, no
primeiro encontro. Quando ambos perceberam que havia uma sintonia de almas por
mais diferentes que fossem.
O subtítulo
deixa claro: é uma história de amor, com os altos e baixos, com os ciúmes, com
as crises, com os momentos de ultimato, com as perdas, com as incertezas, as
desavenças com os outros músicos da banda, com as músicas que se tornaram
relatos destas vidas entrelaçadas, com dois gatos adotados, com a forma de
enxergar Deus, a vida, a morte. Narra como foi se apaixonar por uma alma
inquieta, inteligente, criativa, volátil, explosiva, romântica, apaixonada. E como
foi adoecer junto com ele e tentar fazer o possível junto com outras pessoas ao perceber o homem que amava desaparecer por causa do vício
em drogas.
Foi
uma história real que Graziela sentiu que precisava compartilhar, até mesmo
como resposta a quem atribuiu a morte dele em 6 de março de 2013 ao fato de
estar separado dela. É uma história que deve acalentar os fãs que Chorão cativou
ao longo da jornada da banda. É uma história que ressoa em quem está vendo
alguma pessoa amada sofrendo por causa de drogas. Ela mexeu nas lembranças e
nos sentimentos que despertavam para cumprir uma promessa.
 

“Diz que é possível ter um sonho e chegar
lá. Mas tem que querer de verdade, ter coragem e persistência, porque não é um
caminho fácil. Fala de todas as dificuldades, que tem que manter a cabeça no
lugar e ficar esperto pra não cair nas armadilhas. E você sabe que eu caí em
algumas. Mas cair faz parte. O importante é levantar e continuar na luta. Tem que
manter a humildade, nunca deixar as vitórias subirem à cabeça. Tem que tomar
cuidado com o ego. Se você alimenta esse bicho, ele acaba te dominando e
virando seu pior inimigo. Mostra pra eles que eu também sou de carne e osso,
que tenho os meus defeitos e fraquezas, que nem sempre eu consigo ser o cara
que gostaria. Como qualquer pessoa, estou tentando ser melhor, evoluir, mas ainda
erro pra caramba e me sinto um aprendiz diante dia vida. Você faz isso por mim,
Tiri?”
 

– Links:
Goodreads livro
e autora; site da editora; Skoob.
Arrivederci!!!
Beta
ps.:
Se você for parente ou estiver próximo a uma pessoa dependente química, busque
amparo – como o programa Amor-Exigente ou orientação médica especializada – para poder apoiá-lo
.

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