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Cap. 1622 – Uma paixão & nada mais – Mary Balogh (Clube dos Sobreviventes 4)

Ciao!

“- Como os narcisos
contemplam o mundo? – perguntou ele, retirando a mão do ombro dela e voltando a
segurar a haste do monóculo.

– Eles olham para cima.
– respondeu ela. – Sempre para cima”

Eu
gosto desta série da Mary Balogh porque ela consegue lidar com superação de
traumas de um modo que a gente compreenda a luta, as fraquezas e as virtudes de
cada um. E a gente sempre é surpreendido por quanta história há por trás destes
personagens.

– Tudo que preciso para
conhecer a felicidade absoluta é de um pequeno telescópio, delicado e discreto –
disse Dora.

Uma paixão & nada mais – Mary Balogh – Editora Arqueiro (Clube
dos Sobreviventes 4)
(Only Enchanted – 2014)
Personagens: Agnes Keeping e Flavian Arnott, o visconde de Ponsonby
Flavian
parecia não ter sido tão afetado pelas Guerras Napoleônicas, exceto por ter
sido abandonado pela noiva ao voltar ferido da guerra. Isso foi ruim, mas o
pior mesmo era ter a mente fora de controle. Depois da temporada em Penderris,
ele seguiu em frente, mas ainda com este passado pairando sobre ele. Até ir à
casa dos recém-casados Vincent e Sophia e encontrar uma mulher bela em sua simplicidade.
Agnes era viúva e, aos 26 anos, não sonhava com outro casamento, apenas em
encontrar o próprio lugar no mundo. E se viu apaixonada por um homem tão belo
quanto misterioso e, aparentemente, inacessível para ela… Ou não.
Comentários:
Certe
cose poi succedono non le puoi cancellare
Non ho
mai cercato amore prima di incontrare te
E non
ti sei accorta che c’è una danza che ci porta via
Sfideremo
il destino senza chiederci perché
E
anche se a volte questa vita ci sfugge dalle mani
Anche
se ci confonde e ci tiene lontanti
Io
sono con te ovunque sei
Perché
ovunque sei, perché ovunque sei
Ovunque
sei è vicinissimo
“Certas
coisas podem acontecer e não se pode apagá-las
Nunca
procurei o amor antes de te encontrar
E você não
percebeu que há uma dança que te leva embora
Desafiemos
o destino sem nos perguntar o porquê
E ainda se
às vezes esta vida se escapa das mãos
Ainda se nos
confunde e nos mantém longe
Eu estou
com você onde quer que esteja,
Porque onde
quer que esteja
Porque onde
quer que esteja
Onde quer
que esteja está muito perto”
(Tradução feita por mim, se tiver erros, me avisem!)
– Eu tinha acabado de
ler o livro um dia antes e estava ouvindo a habitual playlist a caminho do trabalho
quando me dei conta do quanto a letra encaixava com a história. Temos duas pessoas
que se sentem conformadas pelas circunstâncias de suas existências a imaginarem
que nunca teriam direito a algo a mais. Seja a paixão que tanto temia Agnes ou
o amor que parecia distante de Flavian.
– O encontro inesperado
entre duas realidades aparentemente diferentes, mas que se completavam pelo que
ansiavam ter (mesmo que inconscientemente ou sem assumir para si mesmos)
despertou sentimentos confusos em ambos. Mesmo que meses depois, só ela se
lembrou imediatamente deles.
– A autora não tem
pressa em mostrar algo entre eles. Permite que a gente acompanhe o interesse, o
flerte, as dúvidas, as inseguranças, os vários “será que…?”. Quando há o reencontro
meses depois, porque a reunião anual do Clube dos Sobreviventes foi para Middlebury
Park para que Vincent não se afastasse da família, ela desenvolve a atração, os
sentimentos inesperados. Não é uma narrativa lenta, apenas respeita o tempo de
cada um dos personagens diante de tudo que viveram antes de se encontrarem.
 

Era
possível curar ferimentos do corpo, fazê-lo voltar a funcionar, ou pelo menos
seguir em frente, apesar das limitações físicas. A mente poderia ser curada a
ponto de funcionar de novo com eficiência. A alma podia ser reconfortada e alimentada
por um poço inferior de inspiração e a partir do compartilhamento de
experiências, da amizade e do amor.

Mas nunca
se alcançava o ponto em que era possível relaxar e saber que a travessia até o
outro lado do sofrimento havia sido concluída e que era possível, dali por
diante, ficar apenas satisfeito, até mesmo feliz, vivendo o equilíbrio entre
corpo, mente e espírito.
 

– Claro que
não será um passe de mágica. Será confuso, atabalhoado, explosivo e, de certa
forma, inconsequente. Agnes e Flavian assumirão riscos, mesmo tão diferentes,
ela tão artística e equilibrada, ele sempre com medo de perder o controle ou as
lembranças de si mesmo. Nem todos entenderão o que os une, ainda mais se for o
tipo de pessoa que acha que a vida tem que atender aos próprios desejos.
– Enquanto
a história de Agnes e Flavian se enrola e se desenrola, a gente tem pistas do
que virá pela frente com os demais personagens. #MadreHooligan já estava planejando
casamentos a partir do que leu aqui – e eu a entendi, é uma tentação bem
grande. E não sei se conto que ela acertou o palpite…
– Gostei de
ver a vulnerabilidade em Flavian, seja pela perda do irmão ou pela perda de si
mesmo na guerra e porque muitos o julgavam sem saber todos os detalhes. Gostei
de ver a força de Agnes, que não se deixou intimidar quando se defrontou com a
malícia e a maldade da “alta sociedade” inglesa. Amei ver os laços que unem os
Sete Sobreviventes, que transcenderam a mera amizade e se tornaram família. Um
lado meu queria ler rápido para saber o final. Outro queria desfrutar com calma
porque ainda vai ter um tempinho pela frente até sair o próximo.

“- No fim das contas
não foi s-sensata – disse ele. – Apenas encantadora.”

E a gente
agradece.

Clube dos Sobreviventes:
1 – The Proposal  Uma proposta e nada mais
1.5 – The Suitor – O pretendente
2 – The Arrangement – Um acordo e nada mais
3 – The Escape – Uma loucura e nada mais
4 – Only Enchanting – Uma paixão e nada mais
5 – Only a Promise – Uma promessa e nada mais
6 – Only a Kiss – Um beijo e nada mais
7 – Only Beloved – ainda sem título em Português
Arrivederci!!!
Beta

2 Comentários

  1. Naines

    Estou adorando esta série, tem amor, respeito, superação. A escritora amarra todos os fatos que fizeram com que seus personagens tenham continuidade nas histórias dos outros. Li todos os que foram publicados,espero ansiosamente a publicação dos dois últimos.

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