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Cap. 1654 – Mulherzinhas – Louisa May Alcott

Ciao!

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Imagem do Seja Cult

Sempre que vejo um filme “baseado em um livro” anoto
para ler a inspiração. Pois bem, vi o “Adoráveis Mulheres” de 1994
, e não havia lido o original.
Aí em 2019, o livro foi discutido em vários
capítulos da novela das 19h da Globo, Bom Sucesso, e isso reavivou meu interesse.
E ganhei o livro de presente de aniversário.
Pronto, eis ele aqui, abrindo a última semana da novela e no mês que estreia uma nova versão do filme nos cinemas.
Mulherzinhas – Louisa May Alcott – Planeta
(Little Woman – 2019)
Personagens: as mulheres e jovens da família March
A Guerra Civil Americana dividiu famílias, inclusive
a March, que vive em uma cidade de
Massachusetts. Enquanto o pai estava no front de batalha, a
mãe e as quatro filhas estavam cuidando de si mesmas da melhor forma que
podiam. A narrativa acompanha o amadurecimento das jovens, as alegrias, as
decepções, as perdas e as escolhas que fazem para as próprias vidas.
Comentários: 

Não podemos abrir mão de nossas meninas por uma
dúzia de fortunas. Ricos ou pobres, ficaremos juntos e seremos felizes uns com
os outros
”.
 

– É um livro repleto de personagens femininas em
destaque, cada uma dotada de personalidade própria. E todas com virtudes e
falhas. Tem a maior parte de suas cenas ligadas à rotina doméstica de uma mãe e
suas quatro filhas, que precisam se manter enquanto o pai está servindo o Exército
na guerra.
– Meg é a sensata irmã mais velha; Jo é a
independente e destemida; Beth é delicada e altruísta e Amy artística e sonhadora.
Elas são conduzidas pela firmeza de caráter da mãe enquanto se desdobram entre
as tarefas de casa, trabalho, ajuda aos necessitados e as brincadeiras, as
amizades e rivalidades internas e, às vezes, externas. E o jovem Theodore Laurent,
Laurie, o neto do vizinho rico das March, se une ao grupo formado pelas irmãs e
sendo acolhido pela mãe delas.
– O livro mostra quanta coisa pode acontecer na vida
de um grupo familiar não tão favorecido financeiramente, mas que possui o
principal para enfrentar as intempéries: amor. Pode parecer piegas, mas é
verdade. Elas se apoiam umas nas outras. A mãe e Hannah, as adultas da casa, as
orientam e até deixam que quebrem a cara. Gostei particularmente desses trechos,
onde elas aprendiam depois de passarem por uma experiência que prometia ser boa,
mas não foi tanto assim.
 

“Conforte-se, caro coração! Sempre há luz atrás das
nuvens”.
 

– É uma história sobre jovens no século 19. Então é
ditada pelas limitações do comportamento social considerado adequado às
mulheres na época, ainda mais as que não tinham fortuna. Jo é a rebelde, que
não se conforma com isso, quer ser escritora e conquistar um destino diferente.
A mãe, que não é perfeita e lida com as próprias fraquezas e vulnerabilidades, incentiva
que as garotas se tornem a melhor versão de si mesmas possível. Então as ajuda
a melhorar sempre.
– No entanto, todas as diferenças são superadas
quando alguma situação exige a união familiar: seja numa desavença entre elas
ou com outras pessoas, numa situação de doença ou em uma possível tragédia. E
por ser um livro que narra a rotina de uma família, pode crer, por mais suave
que seja o tom (adorei os comentários de quem conta a história diretamente para
quem está lendo), haverá alguns momentos em que a união e a fé das meninas,
jovens e mulheres March será testada. E nem sempre haverá vitória, mas elas
conseguirão tirar uma lição de tudo e seguir em frente.
– Como eu tinha visto o filme de 1994, já sabia de
pontos importantes que ocorrem durante a trama. No entanto, o livro aprofunda
as personalidades, as dinâmicas das irmãs e da mãe entre elas e com as pessoas
que as cercam ou com quem convivem. Permite que a gente as compreenda além dos
estereótipos e que a gente se afeiçoe até mesmo àquela personagem de que pensava
não gostar inicialmente. Por mais que eu me identificasse com a Jo, entendi os
sentimentos, os sonhos e as frustrações de Meg e Amy, já que é meio difícil não
gostar da Beth, que é aquele tipo de pessoa que a gente quer guardar em um
potinho (pra usar uma definição atual).
– Eu não sabia que, inicialmente, foram dois livros –
Mulherzinhas fez tanto sucesso que a autora escreveu a
continuação
Boas
Esposas
. Esta versão que li traz a
história completa, em duas partes. 

– Então podemos ver o que acontece com as
garotas um pouco mais velhas e como as dinâmicas são mudadas com a passagem do
tempo. Temos amores não correspondidos, sonhos não realizados, novos sonhos e desafios,
mudanças de locais, de desejos e o amadurecimento das jovens March e de Laurie. E temos um pedido de casamento que combina perfeitamente com o casal que o protagoniza (e me fez rir como uma boba ao ler por imaginar claramente a cena).
– Enfim, é uma leitura totalmente recomendada,
espero que você se dê tempo a ela (eu fiquei uma semana com o livro, sem pressa
nenhuma). Temos a oportunidade de observar diferentes formas do feminino manifestar-se
e tecer nossas próprias avaliações sobre o quanto mudamos ou não e o quanto a
sociedade do século 19 ainda ressoa no século 21. Ou você acha que agora está
mais fácil ser Meg, Jo, Beth, Amy, a mãe March e Hannah?
Arrivederci!!!
Beta

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