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Palavra de Mulherzinha: toda vida importa. Sua vida importa.

Ciao! 

Vamos partir de algo que não pode ser esquecido: TODA VIDA IMPORTA. 

Então se você estiver lendo isso e duvidar, não duvide. E nem pensa que falo da boca para fora: eu já estive sentadinha no fundo do poço me perguntando isso enquanto era sufocada pela depressão, ansiedade e pânico. Já comentei antes sobre o assunto nos textos no dia do meu aniversário em 2017 e também no de 2019

Eu sigo me recuperando – é uma luta diária, uma caminhada longa. Por isso, ao compartilhar minha experiência, quero dizer a vocês que é possível, com apoio e tratamentos adequados. Há quase três anos, me consulto com a psicóloga, faço tratamento com uma psiquiatra, tomo os remédios para reequilibrar meu organismo e reencontrei a fé, tornando-a uma aliada na minha recuperação.  

Você não está só nessa batalha. Não importa onde você esteja. Eu compreendo que a sua dor é grande. Existem pessoas que podem te ajudar, não tenha medo de procurar.   

Sim, vai ter quem diga que é fraqueza, mimimi, frescura, falta de fé, falta de Deus, alimentação errada. Vão te chamar de palavras pejorativas. Ah, vão dizer que é pra te dar um “incentivo” para melhorar. Alguns não o farão por mal. Outros, sim, vão bater onde sabe que dói e porque dói. 

Ignore. Lembre-se de que, muitas vezes, quem dá esse tipo de diagnóstico não é o especialista habilitado, não tem empatia suficiente para pensar na sua dor ou simplesmente não se importa em ajudar, só em dar opinião. 

Nunca se esqueça: o foco é que você precisa de ajuda. 

Não vai ser fácil, nem mágico. O motivo é que você tem que lidar com o que está te sufocando, doendo ou machucando.
Causando aquela sensação de que você está ocupando espaço, é inútil, ninguém se importa. De que nada mais te importa. E que a vida não tem mais nenhum sentido. 
 

Passei por isso pela primeira vez em 2005, quando sofri um episódio relacionado ao pânico, após uma situação traumática e inesperada. Chegou ao ponto de perceber que eu precisava de ajuda especializada, porque estava perdendo o controle. Eu tinha medo de como estava e medo do que poderia acontecer. Comecei o tratamento, me reequilibrei, me dei alta (o que foi um erro, como vocês vão ver já, já) e a vida seguiu.  

Até topar de novo com uma situação que desencadeou um efeito dominó. Foi no final de 2014. Aí não era “só” o pânico, vieram a ansiedade e a depressão. Entrei no piloto automático. Tinha uma única prioridade: não ceder à vontade de ficar em casa. Se eu ficasse, não sairia mais. Então todo dia juntava meus caquinhos, me apoiava na música – especialmente do Il Volo – saía para trabalhar e fazer o que estivesse na programação.

Foram pouco mais de três anos assim. Um dia de cada vez. Em alguns momentos, uma hora de cada vez. Só não podia parar. Era a minha única certeza. Depois que resolvesse os problemas urgentes, teria tempo para cuidar de mim. Muitas pessoas não perceberam.  

O preço não foi fácil: fiquei com pavor de viajar – precisei ir à uma cidade vizinha para uma consulta e só não foi pior porque os anjos inspiraram meu pai a escolher música italiana pra ser a trilha sonora. Isso me acalmou na ida e na volta. 

Ah, também teve a perda de sentido de coisas que eu gostava de fazer – e de repente me vi bloqueada em realizá-las. Um exemplo foi que não conseguia escrever sobre esporte – sendo que a base da minha carreira profissional e acadêmica é o jornalismo esportivo. 

E teve mais: eu tinha tanto medo de adoecer que fiquei doente por muito tempo, porque minha imunidade estava muito baixa. Além disso, deixei de saber o que era dormir uma noite em paz. Meu cérebro não sossegava, sempre cogitando os piores cenários para qualquer coisa.  

Geralmente, não ocorre de repente, num estalo. É algo que se constrói aos poucos, ganhando espaço à medida que a gente ignora os sintomas. A pressão aumenta aos poucos, o cerco se fecha devagar. E tem uma hora que você não aguenta e explode.  

Por isso que eu reitero: se você estiver nesta jornada, procure ajuda especializada para te orientar nessa recuperação de si mesmo. Esteja aberto a um tratamento múltiplo e, sim, dependendo do caso, medicamentos serão necessários. São apenas uma ferramenta no seu processo de melhora. Nem sempre vai funcionar de cara. É possível que haja problemas no processo. 

Mas não desista.
Não desista de si mesmo.
 

É isso que torna fundamental o Setembro Amarelo, a campanha que amplia as discussões em torno de 10 de setembro, que é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Geralmente este ato é o desfecho de algo que vem consumindo a pessoa há um bom tempo.  

E aí que entra a prevenção. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado das possíveis causas salvam vidas. O “x” da questão é estar atento à saúde mental. Mente sã em corpo são.  

Repito: procure ajuda, se for o seu caso.

E se não for o seu caso, mas se você ouvir uma história assim, seja o apoio de quem precisa. Não julgue. Incentive a buscar ajuda especializada. 

Não se esqueçam: TODA VIDA IMPORTA. 

SUA VIDA IMPORTA. 

Arrivederci!!! 

Beta 

ps: Se quiser livros que abordam o tema, eis as dicas: O Garoto Quase Atropelado, Por lugares incríveis, Sr. Daniels, Contra todas as probabilidades do amor. De certa forma, os temas de Eu achava que isso só acontecia comigo e A arte da imperfeição, ambos da Brené Brown, também dialogam com o assunto.

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