Ciao!
Um livro falando sobre Loki não é novidade no
Literatura de Mulherzinha: tem de romance histórico que cita o deus da trapaça, séries que
falta um e que faltam dois para eu terminar de ler. E tem as obras de Neil Gaiman e Joanne M. Harris,
que são mais ligados à Mitologia Nórdica. Ah, claro, tem também o livro oficial do filme Thor Ragnarok.
Este livro de hoje traz as consequências de um dilema:
como alguém – mesmo sendo um deus – pode mudar o próprio destino? Será que
consegue quebrar as expectativas? Ou no fim, já estava escrito como seria?
Loki: Onde mora a trapaça – Mackenzi Lee –
Editora Excelsior
(Loki: Where Mischief Lies – 2019)
Personagens: Loki, Thor, Odin, Frigga, Amora
Um presságio não muito bom interrompeu o Banquete Real
de Gullveig, quando Odin, auxiliado pela feiticeira Karnilla, olhou no Espelho
do Olho de Deus e viu algo de que não gostou. Os jovens príncipes Loki e Thor descobriram
que a visão tinha a ver com um dos dois liderando um exército bem específico contra
Asgard. Nunca antes o Espelho do Olho de Deus errou em uma mensagem. Será que
Loki conseguiria atingir as próprias expectativas e quebrar o que todo mundo, principalmente a família, esperava dele?
Comentários:
“É claro que Thor acreditava que estaria do lado
certo quando o fim do mundo chegasse. É claro que seria ele a liderar as forças
do bem de Asgard. O irmão de Loki nasceu para ser rei – toda a corte sabia
disso. Qualquer pessoa que olhasse para ele saberia. Os deuses não poderiam ter
esculpido um modelo mais óbvio de realeza do que Thor – loiro e musculoso e
rápido e forte sem nem tentar. Loki era formado pelos restos dessa silhueta, a
parte que era descartada no chão da oficina para ser varrida e jogada no fogo –
magro e pálido, com um nariz torto e cabelos negros que caíam escorridos no
pescoço, onde se curvavam em uma ponta feia. Enquanto a pele de Thor se tornava
bronzeada sob o sol parecendo uma armadura, a de Loki era pálida como leite e azedava
tão fácil quanto”.
– A jornada criada por Mackenzi Lee aborda a
juventude de Loki, quando ele ainda não conseguia dominar os poderes e se sentia
marginalizado por ser um feiticeiro e não um guerreiro admirado pelos
asgardianos. Ele compete com Thor para ser escolhido como o sucessor de Odin.
No entanto, nada que ele faça causa a mesma reação empolgada que o pai tem com
as façanhas do irmão.
– Ao confirmar que ele era o traidor que apareceu
para Odin no Espelho do Olho de Deus, Loki desencadeou um sério problema que levou
ao exílio de Amora, a feiticeira em treinamento e única pessoa que o entendia. Mesmo
ciente da desconfiança, ele insiste em seguir com a meta de ser o próximo rei.
“A
única coisa que sabia com certeza era que ele era poderoso.Poderoso
o bastante para acabar com o mundo”.
– É
incrível como Loki consegue parecer frio, mas ser tão passional que isso o leva
a ser precipitado e cometer falhas. No desespero e na necessidade de ganhar o reconhecimento de seus pares, quanto mais ele tenta ser melhor que Thor,
mais ele perde na comparação. Até porque a preferência de Odin e de toda Asgard
era escancarada. Esperavam o melhor de Thor e tinham certeza de que Loki só
faria o pior em qualquer coisa. A gente percebe a raiva, a inveja, o complexo
de inferioridade se acumulando e intui que em algum momento isso vai estourar.
– Vivendo
para tentar atender às próprias expectativas e reverter o que os outros pensavam
dele, Loki termina enviado por Odin para Midgard para investigar crimes sem causas
humanamente possíveis, ao lado dos integrantes da Sociedade SHARP, na Londres
do século 19. Estava cercado de humanos, que ele desprezava, em um planeta onde
a magia não conseguia sobreviver muito tempo, sem poder voltar para Asgard onde
realmente gostaria de estar. Fazendo algo realmente de um príncipe: investigando
o paradeiro das poderosas Pedras Norm que foram furtadas da feiticeira de
Asgard.
– O
período que passa na Terra começa a se tornar interessante para Loki quando ele
percebe quem pode estar por trás dos crimes. Ele percebe na convivência com os
integrantes da SHARP que existem diferentes formas de alguém ser excluído por
quem tem poder nas mãos. Em uma jornada para fazer convergir diferentes interesses
com as expectativas, em um jogo sobre poder, herança, pertencimento, realização
pessoal, em provar-se digno de algo. Só que estamos falando de Loki, então sigam
um conselho bom aqui de Minas Gerais: desconfiem sempre.
– Links:
Goodreads livro e autora; site da autora; Skoob;
mais dela no Literatura de Mulherzinha.
Arrivederci!!!
Beta