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Abraçarinho: o Pássaro dos Abraços – Ged Adamson – Cap. 1899

Ciao!

Disponível na Amazon

Cheguei a um momento na vida que redobrei meu amor por livros infantis. Não, ainda não tenho filhos. Mas minhas amigas têm. Então, além de me ajudar a relaxar, ler estas histórias me permitem indicar opções a elas – e ter também dicas para presentear as crianças. Afinal de contas, a Tia Beta é a tia dos livros.

E confesso: este livro me ganhou na capa.

Abraçarinho: o Pássaro dos Abraços – Ged Adamson – Moby Dickens
(Bird hugs – 2020)
Personagem: o passarinho Bernardo

Bernardo é um passarinho diferente. Ao contrário dos outros, nasceu com asas grandes demais. Não consegue voar como os “passarinhos de verdade”. Até que um dia, um gesto espontâneo o fez descobrir que ele nasceu para ter o dom do abraço. E a vida dele mudou de vez.

Já pensou se todo mundo fosse igual?

Sim, o que mais tem é alternativa para impor padrão para todos: cabelo da moda, roupa da moda, corpo da moda, como se fosse possível encaixotar diferentes corpos e personalidades em um padrão que não funciona bem para todo mundo.

É anular as características que te tornam único para entrar em uma pasteurização ditada por uma sociedade que, na maioria das vezes, não se importar em incluir, mas em estabelecer castas que levam pessoas a sofrer por não se adequar.

As asas enormes de Bernardo dialogam com a criança que não gosta do cabelo cacheado, ou que não gosta da cor do cabelo ou da pele, ou que tem alguma mancha de nascença que gostaria de esconder, ou que reclama do formato do nariz, ou que é alta/ baixa/magra/gorda demais para a idade. Ainda mais agora, com as redes sociais sendo usadas como porta-bandeira de tanta coisa desnecessária.

Se esse tipo de cobrança faz estrago em adultos, imagina nas crianças. Elas se sentem insuficiente por serem como são – algo que escapa ao controle delas, que não escolheram nascer com estas características. E se ninguém apontar como são bonitas do jeito delas, os danos virão a longo prazo.

Quem escreve isso é a menina que cresceu com os dentes extremamente tortos e só pôde consertar quando começou a trabalhar.

O poder do abraço sincero

Um gesto espontâneo – um abraço em um orangotango triste – revelou a Bernardo que ele não era inútil e indigno de ser amado. Era um passarinho bonito, com uma habilidade incrível de dar apoio a quem precisava.

As ilustrações demonstram como a vida do Bernardo ganhou cor, como ele se descobriu feliz e como tudo mudou para ele – permitindo que, com ajuda, sonhos podem ser realizados.

Quer coisa melhor que um abraço, quando você está triste ou amuado ou simplesmente precisa de um toque afetivo de alguém? Ainda mais depois da pandemia, quando a nossa vida foi restringida em tantos níveis diferentes e privou as pessoas de algo tão inerente ao brasileiro: o toque.

Ou seja, o livro ainda ajuda a gente a mostrar para as crianças a importância de demonstrar afeto sincero. Todos merecem dar e receber carinho – independente destes padrões impossíveis que tentam nos empurrar goela abaixo. E como faz diferença ter um ombro amigo, apenas estando ali ao lado.

Estas são algumas considerações possíveis a partir de um livro infantil. Falando sobre sentimentos e experiências que são tão importantes quando a gente cresce. E por isso devem ser semeadas e regadas com muita conversa e amor desde pequeno.

– Links: site do autor; Skoob; mais dele no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

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