Menu fechado

Cap. 562 – Tasha Harris Abre o Jogo – Jane Green

Ciao!!!

Este livro é uma grande ironia na minha vida. Primeiro porque é um dos meus favoritos de sempre, que não contente em ler, recomendo para quem quiser ler um texto de chicklit que destoa do padrão que a gente associa ao estilo.

Segundo porque foi um dos livros que coloquei resenha ainda no primeiro ano do Literatura de Mulherzinha (sim, o texto original é de 2005, sobre dois livros da Jane Green). 
Terceiro, porque embora o ame tanto, não o tenho. Comprei para dar de presente a uma amiga, com uma dedicatória que se revelaria profética (ambas gostaríamos do livro). Ele está aqui em casa há séculos emprestado. Então, dentro do Abril Imperdível 2012 – Pintando o 7, nada mais justo do que revisitá-lo!

Tasha Harris abre o jogo – Jane Green – Ed. Record
(Straight Talking – 1997)
personagem: Anastasia “Tasha” Harris, as amigas, o ex e Adam

Tasha é uma bem sucedida produtora de um programa de TV, cínica, sarcástica, amiga leal e disposta a encontrar o homem perfeito. Quando a encontramos, descobrimos que ela faz terapia, para se entender melhor e lidar com o rompimento doloroso de um relacionamento longo e intenso, além da forma como passou a viver depois disso. Ela demora para perceber que o amor pode estar bem perto, mas seria do jeito que ela sempre imaginou?

Curiosidade:

– Este foi o primeiro livro de chicklit que li (e se entendi bem, foi o primeiro livro da autora). Estabeleceu um padrão que depois raramente (para não correr o risco de cair na tentação de generalizar com um “nunca mais”) encontrei. Tasha não é uma doidivanas surtada que chegou aos 30 anos solteira e quer casar, que está acima do peso e sofre porque não consegue emagrecer, quer um emprego melhor, quer dinheiro, quer comprar enlouquecidamente. 

– Aquelas que fazem você rir delas (muitas vezes, de nervoso), mas você nunca sairia por aí dizendo que é Bridget Jones (depois de ler os livros e ver os filmes, é muita vergonha alheia ser Bridget Jones…). E quem sempre te deixam com a pulga atrás da orelha: como que elas conseguem pessoas como Mark Darcy e Luke, só para citar dois exemplos (que eu ainda não encontrei melhor resposta que: “sim, o amor só pode ser surdo, cego, mudo e teimoso.”)

– Tasha chegou aos 30 anos, tem um grupo fiel de amigas, cada uma com sua personalidade e seus problemas (que, muitas vezes, adoraria solucionar por elas), gosta do que faz – é produtora de um programa de TV – sabendo que, como tudo na vida, tem dias bons e ruins, pessoas legais e outras nem tão legais assim. 

– Ou seja, uma rotina normal, com a qual qualquer uma de nós pode se identificar em qualquer época da vida. O senso de humor de Tasha combina com o meu, há vários comentários que ela faz que eu faria kkk (o livro é narrado em primeira pessoa, como se ela estivesse conversando com a leitora – daí o título original “Straight Talking”, algo como “Falando Diretamente/Francamente/Sem Rodeios”).

– O problema da vida de Tasha é amar. Ela gostaria muito de ter um relacionamento que valha a pena. Ainda mais depois do rompimento traumático do relacionamento intenso que teve com Simon. Menciona as dificuldades que as solteiras enfrentam (parece piada, mas ainda enfrentam) neste mundo onde você primeiro é pressionada para ter um namorado, depois para casar, depois para ter filho… e para ter outro filho… 

(No casamento da minha irmã, tiveram a cara de pau de dizer “O seu é o próximo, né?” e as minhas respostas variaram do “Não. O mestrado é o próximo.” ao “Pode ficar tranquilo que já está tudo pronto. Inclusive o noivo que mandei sequestrar na Itália deve chegar nos próximos dias” com toques de “sim, mas vou fugir para Las Vegas para não ter que aturar gente chata”). 
– Só que o mundo não é conto de fadas, nem filme da Disney e muito menos os musicais alegres do cinema, os relacionamentos não são cor-de-rosa e lindos, dependem de muitos ajustes e concessões entre as personalidades de suas pessoas que (teoricamente) se amam para dar certo.

– Devo adiantar que a citação de William Wharton que abre o livro “O que é o amor? Para mim, é paixão, admiração e respeito. Se você sente duas dessas coisas, é o suficiente. Se sente todas as três, não precisa morrer para ir para o céu” entrega o combustível que taca fogo na história:
a definição do que é amor, o que é preciso sentir e ter para afirmar com todas as letras que você A-M-A alguém (e abrir a possibilidade de existir o tão temido “nós”). E este dilema é o dilema no relacionamento de Tasha e Adam.

– Ainda não falei do Adam? Bem, se você leu o post sobre a Piriguetagem Literária, sabe quem é. Adam é o melhor amigo de Simon, o ex da Tasha, que se torna o melhor amigo dela. Amigo mesmo, com quem ela fazia confidências, contava nos momentos difíceis ou não tão difíceis da vida, que sempre está ali…

– Até o momento da grande revelação, óbvia para todos ao redor (o que nos inclui), menos para ela: Adam a amava, mas não da forma como era amado por ela. E Tasha precisaria lidar com isso. Afinal de contas, ele era (como consta no resumo no Fantastic Fiction) “doce, muito doce para ser sexy” (e tem uma pergunta no livro muito interessante sobre isso, que não me atrevo a repetir aqui – vocês vão ter que ler para descobrir). E sim, continuo querendo um Adam pra mim. Quem quiser me mandar, fique à vontade… LOL

– Além da página no Fantastic Fiction, recomendo a leitura deste blog que trata da megabobagem que Tasha faz no livro (acho que o post conta. Eu não vou falar, ok?). Por isso, como o próprio livro cita: “Algumas mulheres aturam relacionamentos infelizes porque acham que não merecem nada melhor. Quando têm um relacionamento feliz, estas mulheres estragam tudo porque acham que não merecem.” Outros links sobre o livro: neste blog, na editora e uma notinha sobre o lançamento.

– Ok, eu amo esse livro. Isso já ficou evidente. O detalhe sádico da ironia do destino é que eu não acho em nenhum lugar para comprar. Até procurei na internet, mas só achei em uns sites que não conhecia e não me inspiraram confiança… Editora Record, dá para relançar, por favor? (O que inclui manter a tradução como na 1a. edição: com todos os palavrões e termos pesados vindos do texto original. Quem não gostar, não leia.) Preciso deste livro ao lado dos outros aqui em casa para enfim devolver o livro que dei de presente à sua legítima dona.

Arrivederci!!!

Beta

6 Comentários

  1. Sil de Polaris

    Oh, eu adorei essa descrição sobre amor e relacionamento. Assim como eu adorei aquela descrição sobre como manter relacionamentos péssimos mas tratar de estragar relacionamentos bons de verdade. Mas o que eu adorei mesmo foi essa resposta quanto a quando você irá casar: "o noivo que mandei seqüestrar na Itália deve chegar nos próximos dias". (hihihi …)

  2. vanessa

    nossa depois de tudo que li aqui tô louca pra ler. então quer dizer que vai ser páreo duro entre Mark Darcy e o tal do Adam? Espero achar ainda esse livro pra comprar!
    bjs.
    Vanessa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *