Ciao!!!
Confesso que estava navegando pela internet quando achei essa notícia. Não conhecia o site e a leitura foi muito interessante. E como hoje é o dia do amigo e meus presentes favoritos (para ganhar e para dar) são livros, eis uma história de uma pessoa que há algum tempo, quando ainda era criança, guardou as lembranças de uma série e como que, anos depois, ela teve a chance de permitir que outras gerações conhecessem a história. (Política à parte, tenho que admitir que foi uma idéia genial)
Feliz dia do amigo!!!
Bacci!!!
Beta
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Fonte: Revista Língua Portuguesa
Cristina Kirchner apresenta Emília
Presidente da Argentina prefacia o Sítio do Picapau Amarelo; projeto de Lobato era promover a integração literária latino-americana
Gabriela e Luciana Taddeo
No mundo encantado de Monteiro Lobato, se boneca e sabugo viram gente, o Aconcágua, ponto mais alto das Américas, na fronteira da Argentina com o Chile, pode muito bem figurar como narrador de uma história.
Afinal, difícil pensar em testemunha mais apropriada para contar à turma do Sítio do Picapau Amarelo como foram os anos da destruição, pelos espanhóis, dos impérios inca, asteca e maia. Lobato morreu em 4 de julho de 1948 antes de concretizar esse livro encabeçado por um monte. Considerava o projeto, no entanto, “sua maior obra”.
Para realizá-lo, pretendia viajar ao Peru durante três meses. Suas ambições latinas, no entanto, ultrapassavam esse plano. Por parte considerável de sua carreira, Lobato se dedicou ao projeto de uma literatura de identidade latino-americana. O que incluía intercâmbio de livros, divulgação de obras de países vizinhos e unificação do mercado editorial da América Latina. A Argentina foi o país com que o escritor estabeleceu mais relações.
Encontros
O escritor chegou a morar em Buenos Aires em 1946, onde teve intensa vida social. Chamou a atenção do então presidente Juán Domingo Perón, que considerou a compra de livros do brasileiro para as escolas da capital. Antes, houve intensa troca de cartas e artigos com intelectuais argentinos.
Agora, a Editorial Losada iniciou a republicação do Sítio na Argentina. Com o título Las Aventuras de Perucho y Naricita, a coleção trará nove livros da turma de La Quinta del Benteveo Amarillo.
O primeiro foi Reinações de Narizinho (Las Travesuras de Naricita), com ilustrações de Paulo Borges e prefácio da própria presidente argentina Cristina Kirchner. Em fevereiro, confidenciou ao chanceler brasileiro Celso Amorim que Lobato marcou sua vida. Em seu prefácio, lembra o impacto de Naricita, Emília y Perucho em sua infância e apresenta os personagens do Sítio aos argentinos (ver ao lado). “Minha mãe me comprou esta coleção traduzida para o espanhol e a li durante toda a minha infância”, escreveu.
A argentina explica que, já adulta, imaginou que os tipos criados por Lobato ficariam relegados às suas recordações felizes de criança. Em duas ocasiões, no entanto, eles emergiram com força. Primeiro, em 1976, quando fez escândalo ao flagrar a irmã Gisele arrancando as capas e as páginas de rosto de exemplares do Sítio para camuflar livros perseguidos pela ditadura. A cena tornou aquela tarde “irrespirável” para a adolescente e ficou marcada em sua memória dos tempos duros do país.
Em 2008, já presidente em visita ao Brasil, Cristina dividia a mesa com o colega Luiz Ignácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim quando os nomes de Narizinho e Pedrinho surgiram por acaso, “nunca vou lembrar o motivo” – ao que o ministro brasileiro logo manifestou ser a leitura preferida de sua infância. “No lo podia creer”, lembra Cristina. Ali mesmo, relata ela no prefácio, surgiria a ideia de o governo brasileiro patrocinar uma nova edição completa das aventuras de Lobato no país de Perón.
Aventura latina
O lançamento é parte do programa de apoio à tradução de obras brasileiras, pela embaixada do Brasil em Buenos Aires. A reedição também será distribuída em outros países latinos, com maior tiragem no Chile, México, Colômbia e Uruguai. A tradução é a original de Juan Ramón Prieto, atualizada.
Em sua tese de doutorado São Paulo-Buenos Aires: a trajetória de Monteiro Lobato na Argentina, a pesquisadora Thaís Alberti, da Unicamp, traçou a sequência de contatos que permitiram a entrada do escritor no mercado editorial da região do Plata. Alberti percorreu bibliotecas e arquivos em busca das cartas, as transcreveu e organizou de acordo com as datas de remessa.
O passo inicial foi dado pelo biógrafo argentino Manuel Gálvez. Ele escreveu uma carta a Lobato enquanto lia Urupês, que “me interessa e seduz de uma maneira excepcional”. A proposta era que Lobato fizesse um artigo sobre a literatura brasileira para a revista Nosotros, dirigida por Gálvez. Depois, Gálvez publicaria um sobre a literatura hermana na Revista do Brasil. Lobato respondeu à sugestão com entusiasmo e, a partir daí, a troca de cartas foi intensa. A correspondência resultou em textos sobre política, economia e literatura na imprensa do Brasil e da Argentina, dos anos 20 aos 40. A estratégia era figurar em periódicos e prateleiras argentinas. Em troca, Lobato traduziria obras e incentivaria sua circulação no Brasil.
As negociações deram frutos, e permitiram a edição de livros e artigos. De volta ao Brasil, em 1931, após quatro anos nos EUA, ele consagrou-se no gênero infantil. E ganhou repercussão na Argentina, com a tradução de Benjamin de Garay para Dom Quixote das Crianças, no jornal La Prensa, em 1937.
Entre 1934 e 1941, Lobato encabeçou campanhas pelo ferro e pelo petróleo, e acabou preso no governo Vargas. Nessa época, Garay traduziria Reinações de Narizinho e negociava outras obras lobatianas. Todos os infantis de Lobato chegariam ao país entre as décadas de 1930 e 40 por diversas editoras. Em 1943, foi lançada uma série infantil com 39 histórias, com a intenção de conquistar o universo escolar.
Coleção
Lobato, que saiu da prisão em 1944, participava da seleção de tradutores. Era um best-seller no Brasil. Só em 1937, registra Sérgio Miceli em Intelectuais à Brasileira, vendeu 12 milhões de exemplares, quase um terço da produção brasileira do ano. Em 1940, Lobato passa a ocupar boa parte do setor infantil das livrarias também na região do Prata. Em 1938, a indústria editorial argentina vivia um surto. A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) provocara a vinda de editores e editoras. Ao apostar nessa tendência, Prieto, então editor da Losada, investiu na tradução de infantis lobatianos. O lançamento seguinte foi Dom Quixote das Crianças, no fim da década de 30.
Em 1944, o sucesso do brasileiro possibilita à editora Americalee, associada à Losada, expandir sua atuação em países como Uruguai, México, além da América Central. Lobato torna-se, então, motivo de disputa editorial. Prieto passa a investir na publicação de Os 12 Trabalhos de Hércules, recém-iniciado, e a compilação das cartas de Lobato com Godofredo Rangel, em A Barca de Gleyre. Dois anos depois, o brasileiro se mudaria para Buenos Aires. Sua chegada foi motivo de manchetes e visitas às escolas, que fortaleceram ainda mais seu nome. Aproveitando a comoção, a loja Harrod’s organizou a Semana Monteiro Lobato.
Lobato associa-se, então, a Manuel Barreiro, Prieto e Miguel Pilato, para fundar a editora Acteón. Assim, passou a ser uma espécie de intermediador da literatura brasileira no país vizinho. No período, estudou a história argentina e o governo de Perón. O resultado foi seu único livro em espanhol: La Nueva Argentina, sob o pseudônimo de Miguel Pilato García. De 1947, aborda o plano Quinquenal peronista, pelo diálogo entre um pai e seus dois filhos. A obra não chegou a ser adotada no ensino do país, como Lobato queria, mas a possibilidade continuou a ser negociada mesmo depois de seu regresso ao Brasil, em 1947 – um ano antes de sua morte.
O Sítio de Kirchner
Prefácio relembra o impacto de Monteiro Lobato na infância argentina
“Mais que lê-los, literalmente devorei esses textos que iam de fantasias mais tresloucadas ao ensino de história, geografia, geologia e todo tipo de conhecimento. Emília, a boneca de pano, teimosa e caprichosa, intrigante e resmungona, mas adorável como poucas, convivia com o Visconde, um sabugo de milho sempre sábio, sério e responsável. Narizinho e Pedrinho, duas crianças fantasiosas, aventureiras, inquietas e sempre desejosas de saber mais, poderiam ter sido qualquer um de nós. Dona Benta, a avó, era uma “avozíssima”, de óculos e cabelos brancos que, com a ajuda da negra Anastácia – a “tia” inefável criadora de Emília, a boneca – faziam do sítio do “Picapau Amarelo”, um lugar em que todos haveríamos de querer viver”.
Feliz dia do amigo!! Adorava o "Sítio do picapau amarelo", tenho lembranças maravilhosas. Na escola em que estudava tinha os livros e eu os lia. Ainda terei a coleção completa. Um abraço
Eu tenho essa coleção completa de "Sítio do Pica-Pau Amarelo". Minha mãe comprou-a, em doze volumes encadernados, de um vendedor de porta em porta, quando eu e meu irmão éramos menininhos. Era para nós. Para lermos, aprendendo e divertindo, além de agradar e alegrar ao meu pai, admirador declarado de Monteiro Lobato. Amei muito aqueles livros !
Mas por falar em coleção completa: aquela coleção de Sally Mackenzie, "Nobres Apaixonados", foi acrescentada. São cinco volumes até agora: "Barão Apaixonado", "Cavalheiro Apaixonado", "Conde Apaixonado", "Duque Apaixonado", "Marquês Apaixonado". Eu comprei cada um deles em banca. (hihihi …)
Gosto muito de Monteiro Lobato, vou inicar para alguns amigos espanhois que vao adorar!!!! Bela dia. Beijos
Oi, gente!
Foi com o Monteiro Lobato que começei a minha jornada literária e não parei mais!
Espero que o mundo todo possa se deliciar com as histórias incríveis que ele escreveu.
Beijo!
Ei tem selinho pra vc no meu blog. Espero que goste da indicação!http://clubedosromances.blogspot.com/2010/07/mais-um-selinho.html
Meninas,
Por incrível que pareça, eu nunca li Monteiro Lobato. Eu via a série que passava na Globo. Comecei a ler com os contos de fadas e histórias em quadrinhos, mas conhecia as aventuras de Narizinho, Emília e Pedrinho (e eu tinha uma boneca Emília :D). E é legal porque agora estou estudando Espanhol e talvez seja um incentivo para praticar 🙂
Ainda bem que vocês gostaram do post!
Bacci!!!
Ciao, Sil de Polaris!
Acho que vou esperar a série Nobres Apaixonados chegar a um fim pra sair caçando a corte apaixonada inteira… Até lá dá tempo de adiantar a cada vez maior pilha de livros aqui em casa… kkk Por favor, me mantenha atualizada para que eu não perca o fio da meada!!!
Bacci!!!
Beta
Ciao, Gwen!!!
OBA! Adoro selinhos! Obrigada por ter escolhido o LdM!!!
Bacci!!!
Beta
Beta,
Comecei pelo livro "Histórias de Tia Nastácia", que é uma coletânea de fábulas sensacionais. Li a coleção que foi da minha mãe quando era criança, tinha uma encadernação em capa dura, verde e umas ilustrações bem expressivas. Daí em diante, não parei mais.
Se tiver oportunidade, não deixe de ler!
Beijo,
Beta, eu estou às suas ordens para mantê-la informada sobre estes livrinhos, avisando quando estiver (ou parecer estar) com série completa !
Eu sou outra leitora entusiasta de Monteiro Lobato e Sítio do Pica Pau Amarelo que começou a ler livros graças a ele e sua série.
Como eu chorei assistindo à série televisiva de sua obra infantil mais famosa quando Visconde de Sabugosa foi encontrado morto por Pedrinho (eu ainda não sabia de sua ressurreição !).
Oh, eu terminei de ler "Esposa Encantada", de Claire Delacroix, ecoando você novamente: "AMEI, AMEI, AMEI !!!" Eu estou terminando sua Trilogia Sayerne ! ^^
Um aviso sobre uma postagem de um livro de Terri Brisbin que encontrei em seu blog: "O Preço do Desejo" tem uma continuação chamada "Mais Forte Que A Paixão", mostrando as aventuras de outro homem de Família Dummont. Creio que você não leu este livro.