Menu fechado

História de uma alma: Manuscritos autobiográficos – Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face (Santa Teresinha) – Cap. 1956

Ciao!

Edições disponíveis na Amazon

Ler os textos de Santa Teresinha era um desejo antigo. No entanto, não me sentia pronta. No ano passado, comprei este livro no stand da Editora Paulus em um evento da Rádio Catedral. Na época, não consegui ler imediatamente.

Então, coloquei como o primeiro da minha Meta de Leitura 2024, sabendo que ele seria uma das minhas companhias nas férias.

Hoje, 1º de outubro, é o dia em que a Igreja Católica faz memória de Santa Teresinha.

História de uma alma: Manuscritos autobiográficos – Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face – Paulus
(Sainte Thérèse de l’Enfant Jesus et la Sainte Face, Histoire d’une ame: manuscrits autobiographiques – 1972)

O livro é o copilado de três cadernos escritos por Santa Teresinha entre 1895 e 1897 organizados inicialmente por Madre Inês de Jesus (nome religioso de Paulina, irmã biológica de Teresinha) e depois, pela pesquisa do Padre Francisco de Santa Maria.

No primeiro, Manuscrito A, ela relata lembranças da infância e da vida em família. O Manuscrito B une a elevação da alma a Jesus e um prólogo para este texto. O Manuscrito C aborda a vida religiosa e o aprofundamento da experiência dela sobre a caridade fraterna. Por causa do agravamento da tuberculose, que a levou à morte, o terceiro manuscrito ficou inacabado.

É uma história intensa, narrada por uma jovem nascida e criada em família católica praticante no interior da França na segunda metade do século 19. Os pais, santos Luis e Zélia Martin, tiveram nove filhos, sendo que cinco meninas sobreviveram. Todas se tornaram religiosas, uma demonstração da intensa religiosidade vivida neste lar, quatro, inclusive Teresa, carmelitas. Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em 1873 e morreu em 1897, no Carmelo em Lisieux.

Os escritos e as histórias da fé de Santa Teresinha inspiraram outras pessoas e se tornou santa com relativa rapidez para os padrões católicos: após as comprovações dos milagres, foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925, 27 anos após a morte. Aliás, no ano que vem serão comemorados os cem anos da canonização dela.

“Não quero ser santa pela metade”

Mas você pode pensar: como assim, uma jovem, nascida no interior da França, que morreu tão nova e sempre viveu em um contexto religioso teve uma vida intensa? Respondo: a mente humana está condicionada a associar imediatamente intensidade aos hábitos do mundo. No entanto, desde pequena, Teresinha tinha uma forte relação com Deus, com Jesus.

“Mais tarde, quando se me tornou evidente o que era perfeição, compreendi que para se tornar santa era preciso sofrer muito, ir sempre atrás do mais perfeito e esquecer-se a si mesmo. Compreendi que na perfeição havia muitos graus e que cada alma era livre no responder às solicitações de Nosso Senhor, no fazer muito ou pouco por Ele, numa palavra ao escolher entre os sacrifícios que exige. Então, como nos dias da minha primeira infância, exclamei: ‘Meu Deus, escolho tudo’. Não quero ser santa pela metade. Não me faz medo sofrer por vós, a única coisa que me dá receio é a de ficar com minha vontade. Tomai-a vós, pois ‘escolho tudo’ o que vós quiserdes”.

Ela nasceu em um contexto familiar que permitia o florescer deste sentimento. As reminiscências da infância mostram que a vida consagrada como religiosa do Carmelo sempre foi opção – mas ela precisava aprender muito antes de ser admitida. O temperamento de filha caçula, nascida após perdas traumáticas, trouxe conflitos e reflexões internas que a levaram a lidar e a domar a própria sensibilidade, visando sempre ser uma pessoa melhor para Jesus e para Deus.

Sob as bênçãos de Maria, do Sorriso ao Carmelo

O livro me permitiu entender um pouco mais sobre a devoção de Teresinha à Nossa Senhora do Sorriso, forma carinhosa como chamava Nossa Senhora das Vitórias, que intercedeu por ela em um momento delicado de saúde. Pesquisando na internet, você vai encontrar novenas à Nossa Senhora do Sorriso pedindo intercessão para as pessoas que sofrem com depressão e transtornos psicológicos que tiram a alegria de viver.

Também me apresentou outros detalhes sobre como uma adolescente de 15 anos foi pedir ao Papa Leão XIII a autorização para entrar no Carmelo em Lisieux, negada pelos superiores por ser jovem demais. Teresinha não queria a vida religiosa para se reencontrar com as irmãs, até então, duas, que já estavam lá. Ela queria porque estava convicta de que esse era o propósito de vida: nasceu para ser desposada por Cristo e viver em função de agradá-Lo.

Teresinha descobriu a simplicidade dos gestos e sacrifícios, mostrando que a santidade também pode estar presente no dia a dia, no caminho da humildade, de se fazer pequena e insignificante, de se entregar plenamente à misericórdia de Deus, como destacou o Papa Pio XI na homilia proferida na canonização em 19 de maio de 1925.

“Por esta razão, Nós alimentamos hoje a esperança de ver brotar na alma dos fiéis de Cristo um desejo ardente de levar uma vida de infância espiritual. Esse espírito consiste em pensar e agir sob a influência da virtude igual uma criança pensa e age na ordem natural. Os pequeninos não são cegados pelo pecado, nem perturbadas pelas paixões, e desfrutam em paz e seguras da posse de sua inocência. Sem culpa de malícia ou fingimento, elas falam e agem como pensam, e mostram-se como realmente são. Assim, Teresa parecia mais angelical do que humana em sua prática da verdade e da justiça, dotada como era da simplicidade de uma criança. A Donzela de Lisieux tinha sempre na memória o convite e as promessas do seu Esposo: “Quem é pequenino, venha a Mim” (Provérbios IX, 4). “Seus filhinhos serão carregados ao colo, e acariciados no regaço. Como uma mãe acaricia o seu filhinho, assim eu vos consolarei” (Isaías LXVI, 12-13).

A chuva de rosas da florzinha branca do Carmelo

Ela queria espalhar a fé católica pelo mundo, levar a palavra de Jesus a todos os cantos. Os escritos realizaram o sonho dela. Pela profundidade, riqueza de expressão do entendimento e da vivência da fé e inspiração para os devotos, o Papa São João Paulo II a proclamou Doutora da Igreja Católica em 1997. Ela foi a terceira das quatro mulheres reconhecidas entre os 36 doutores. E também complementa algo que ela escreveu sobre a coragem das mulheres que seguiram Jesus Cristo.

Santa Teresinha tinha convicção da vida eterna e prometeu “passar o Céu fazendo o bem sobre a terra” e que sempre traz Rosas como mensagens a quem pede pela intercessão dela para alguma causa.

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face faz parte da minha vida desde o início – e não é exagero. Ela me escolheu, como contei em um vídeo. O livro foi lido em um momento de reflexão intensa e de cura de algumas cicatrizes recentes. Teresinha de Lisieux nunca me abandonou nem quando eu não tinha mais esperança em mim. Portanto, a chance de conhecer os pensamentos dela, a forma como ela absorvia os ensinamentos da Bíblia, de Santa Teresa d’Ávila e São João da Cruz, entre outras citações, a coragem de insistir no propósito de vida me trouxe momentos inestimáveis que, tenho certeza, vão reverberar pelo resto da minha vida.

– Links: site da editora; site da Basílica Santa Teresinha do Menino Jesus em Lisieux; Skoob.

Arrivederci!!!

Beta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *