Ciao!
Disponível na Amazon
Quem frequenta o Literatura de Mulherzinha sabe que eu não sou fã de histórias com personagens sobrenaturais. Até leio, mas costuma ser a conta gotas e um processo um tanto sofrido.
Aí a dona Ali Hazelwood resolve lançar algo neste estilo.
E a edição luxo era tão linda de perto. Pois é, não resisti: o livro veio parar aqui em casa.
Noiva – Ali Hazelwood – Arqueiro
(Bride – 2024)
Personagens: Misery Lane e Lowe Moreland
Foram buscar Misery em meio a sua vida entre os humanos para mais uma vez ser o sacrifício dos vampiros em um acordo. Se antes ela foi mantida como uma garantia de paz, agora deveria se casar com Lowe, o alfa dos licanos. Obviamente não havia amizade entre vampiros e lobos e, mais uma vez, ela foi jogada em um ambiente hostil. A diferença é que, agora, ela tinha motivos para querer estar lá – e não desistiria do que estava buscando.
“Aqui estou eu, uma vampira notoriamente lamentável”
Misery foi afastada da família ainda criança para ser a Colateral no território humano. Era uma refém na garantia da paz, assim como uma criança humana estava no território dos vampiros. Por isso, ela se sentia estranha e sem pertencimento. Era uma aberração onde quer que estivesse, por não se sentir parte e nem ser aceita em lugar nenhum.
Após cumprir a missão, optou por permanecer no território humano, pela ligação que estabeleceu com a irmã afetiva Serena. Até que tudo se complicou: Serena desapareceu sem deixar vestígios. E ela foi convocada para retornar ao Ninho para uma reunião com o pai.
Nem precisava ser gênio para entender que Henry Lark mais uma vez tinha um plano envolvendo a filha. Ela deveria se casar com Lowe Moreland, o alfa dos licanos, pelo bem dos dois povos “nós e eles”.
Só que desta vez, Misery tinha interesses próprios para aceitar ser peão novamente em um jogo de poder maior que ela.
“Eu sei que ele vai me despedaçar, vai me trucidar, vai me devorar…”
Misery tinha algumas expectativas e apenas um projeto pessoal. Para tudo dar certo, ela precisaria ficar viva em meio a pessoas que não tinham a menor simpatia por quem ela era e representava. Afinal de contas, há séculos vampiros e licanos se matam na fronteira.
Mais uma vez, Misery está em função de diplomacia e de espionagem. Tenta ter sossego, mas se depara com desafios, alguns inesperados, como Ana, uma cativante, abusada e espaçosa moradora da nova casa onde ela mora.
E o maior desafio é Lowe. Afinal de contas, ela não esperava ter sentimentos confusos e conflitantes pelo marido por conveniência. Misery tenta se guiar de forma discreta, mas assertiva, sempre que necessário – por isso se vê interferindo em situações que, teoricamente, não seriam competência dela. Mas ela estava cansada de ver as coisas acontecerem sem se posicionar.
“Mas não vou tirar nada dela”
A gente vê Lowe pelos olhos de Misery no livro, afinal de contas, ela quem narra a história. Então a gente vai do estranhamento à curiosidade, passando pelo interesse e pela proximidade. Até a evolução do relacionamento passando pela cumplicidade e parceria, já que ambos possuem um objetivo comum. E tem um tempero de humor onde não esperava, algo ácido inclusive nos momentos de perrengue.
E a gente consegue enxergar um pouco além que Misery pelas brechas que ela não percebe. Por isso, é possível intuir algumas possibilidades do futuro da personagem e das pessoas relacionadas a eles. Mesmo com a narradora personagem não restringe a nossa visão macro da trama.
O que posso dizer: se você, como eu, gosta do estilo da Ali Hazelwood, então pode ler com tranquilidade. Ela sai do habitual cenário científico acadêmico e embarca em um contexto paranormal. O que mais me agradou foi o sobrenatural ser natural, ou seja, são três espécies diferentes, convivendo forçosamente naquela corda bamba entre a política, a estratégia e a possibilidade de encontrar vulnerabilidade no outro que dê alguma vantagem.
Sim, tem cenas quentes, porque os personagens têm química e realmente combinam, principalmente em suas diferenças e na forma como passam a se respeitar. Lowe e Misery são personagens que não imaginava ver juntos até ler, porque não estão na minha prioridade. Gostei de cada um individualmente. Gostei deles juntos. Gostei da jornada deles. Simplesmente gostei.
– Links: site da autora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.
Arrivederci!!!
Beta