“Gostaria de não ser capaz de me ouvir pensar. Constantemente ouço minha mente tagarelar e matraquear sozinha lá em cima. Queria que me desse uma porra de um tempo. Escreva, não pense, escreva. Você não está pensando direito, Sra. Fisher. Sugiro que escreva. Se alguém ler isso quando eu tiver passado para o grande e cruel além, vou ficar póstuma e comicamente envergonhada. Vou
passar toda a minha vida pós-morte ruborizando”.
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franquia era mais forte que Leia, agora, General Organa – que teve que segurar a marimba das consequências da luta constante contra o lado sombrio da Força enquanto outros piraram e se afastaram (se vocês viram o filme, sabem de “quens” estou falando).
“Era um filme. Eu não deveria ter feito o que fiz – nada deveria ter feito aquilo. Nada jamais fizera. Filmes foram feitos para ficar na tela, plana, larga e colorida, reunindo-nos às suas histórias arrebatadoras, conduzindo-nos alegremente até o seu fim, e então nos liberando de volta às nossas vidas. Mas aquele filme se comportou mal. Escoou dos cinemas, vazou da tela, afetou as pessoas tão profundamente que elas precisaram de infinitos talismãs e artefatos”.
Confesso que esperava um livro muito maior. Sim, achei que haveria comentários sobre tudo e todos, mas é algo mais restrito aos sentimentos dela sobre como se envolveu no projeto e o que houve durante as filmagens. Sim, a jovem Carrie teve um caso com Harrison Ford, mais velho e casado (aliás, se você entende entrelinhas, não termine o livro antes da hora). Embora tenha sido o ponto mais destacado nestes relatos, confesso que o livro é mais que isso.
“Gostaria de poder fugir para algum lugar, mas o único problema disso é que eu teria que ir também”.
“Às vezes, ligo para as pessoas na esperança de que não apenas comprovem o fato de eu estar viva como também, mesmo que indiretamente, me convençam de que estar viva é um estado apropriado para mim. Porque, às vezes, não acho que seja lá uma grande ideia. Vale a pena a dificuldade que é tentar viver a vida de forma que você consiga dela algo digno, em vez de quase sempre ela tirar a sua dignidade”.
Por isso, não me ative tanto ao “Carrison”, como ela mesmo define o relacionamento dos dois durante as filmagens na década de 1970. O mais importante é entender como esta mulher tão complexa em suas forças e vulnerabilidades lidou com a bagagem própria além da avalanche da família mais encrencada de todas as Galáxias ao longo de mais da metade da própria vida. Ela admitiu os pontos bons e os pontos ruins e sabe que não adianta conjecturar os “se” – o que ela fez estava registrado, era reverenciado e não tinha como brigar com isso. Eu tinha visto no início do ano o documentário da HBO sobre a relação entre Carrie e a mãe Debbie Reynolds, então, ainda estava com meu olhar voltado para estas entrelinhas – as pessoas de carne e osso por trás das personas artísticas.
“Eu vi que alguém estava reclamando sobre o quanto as celebridades cobram por autógrafos nesses eventos, e em nossa defesa alguém disse: -É, você sabe, pode custar tanto assim agora, mas, quando ela morrer, com certeza vai valer muito. Então, a minha morte vale alguma coisa para algumas pessoas. Se eu tivesse muitas fotos autografadas, alguém podia colocar um alvo em mim”
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