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Cap. 980 – Amy & Matthew – Cammie McGovern

Ciao!!!

Se você tem redes sociais, deve ter visto o
zumzumzum sobre este livro. É posts, quotes, booktrailers, tudo que tem direito
para chamar a atenção. E tem razão. É um livro que deve ser lido, apenas para
nos mostrar quanto mundo existe além do nosso mundinho de sempre…
Amy
& Matthew – Cammie McGovern – Galera Record
(Say what you Will – 2014)
Personagens: Amy van Dorn e Matthew Malone
Amy era uma adolescente de inteligência afiada e sagaz
em suas observações, presa em um corpo que causava estranheza a quem não a
conhecia. Matthew era aparentemente normal, mas vivia assombrado por um medo
tão intenso que dificultava suas relações com outras pessoas. Por alguma razão que não se consegue
explicar, ele foi a única pessoa sincera com ela. Acabou atraindo a atenção
dela para ele. E foi assim que começou um relacionamento possível, com o
impossível pairando sobre duas pessoas tentando descobrir quem são e qual seu
papel neste mundo.
Comentários:
– Primeiro, vou apenas lembrar um fato: não sirvo
pra ler livros tristes. Ainda mais se tiver em “vibe” esponja. Resultado, passo
algumas horas me sentindo praticamente o Ió do Ursinho Puff. Com a desvantagem
de não ser tão fofa quanto ele.
– Amy teve problemas logo após o nascimento que
causaram a paralisa de um dos lados do corpo dela. As suas expressões corporais
e possibilidades que dependam do corpo são muito limitadas. Mesmo assim, ela
passa uma mensagem positiva publicamente, preferindo não lamentar pelo que não
pode ter, mas pelas opções que possui em aproveitar a vida. No entanto, esta atitude
termina “desmascarada” por Matthew, um adolescente sem problemas físicos, mas
que enfrenta intensas turbulências internas.
– Amy desde pequena foi incentivada pela mãe, que desistiu
da carreira para mostrar que a filha não teria uma vida vegetativa e seria tão
inteligente quanto qualquer criança. Fisioterapias e as tecnologias que
permitissem que ela se comunicasse. Apesar disso, ela ainda era “à parte” da
vida social escolar. O que a fez pedir para ter amigos. E a mãe transformar
isso em um programa de auxílio de créditos para estudantes. Mal sabia a mãe que
o plano era aproximá-la de apenas uma pessoa: Matthew, o único a quem ela
escreveu e pediu para participar.
– Matthew sofria com os sintomas do TOC – transtorno
obsessivo-compulsivo – severo. Ele tinha certeza de que se não fizesse
determinadas coisas, as pessoas sofreriam pela falha dele. Vivia escapando de
contato com as demais pessoas e era um fóbico social. Tinha certeza de que era
o menos indicado dos seres humanos para se responsabilizar por uma garota com
saúde tão complicada. Mas foi. E a vida deixou de ser a mesma. Porque ela
conseguia enxergar através do que ele demonstrava, intuía os problemas dele e
queria forçá-lo a enfrentá-los. Tanta empatia entre eles se torna a base de um
relacionamento que transita entre amizade e amor, esbarrando no que um pensa do
outro, cada um pensa de si mesmo, no que os outros pensam deles e na forma que
as limitações físicas ou psicológicas interferem em todo o contexto. Todos os
atos tem consequências, graves ou não, que precisarão ser encaradas,
enfrentadas e absorvidas para que a vida – como cada um a recebeu – continue.
– É uma trama bonita, com muitas surpresas – digo
isso, com base em todo o repertório de estereótipos/experiências próprias que usei
para entender, compreender e me aproximar dos personagens – que nos oferece a
chance de olhar para pessoas que geralmente estão à margem ou são vistos de
forma tão “padronizada” que você nunca pensa em algo além. É angustiante ver
tanta vida em Amy confinada em um corpo que não a deixa ser plena. As crises de
TOC de Matthew são desesperadoras, porque você entende o quanto ele está preso,
como é difícil reconhecer isso sem escapar do humilhante “estou louco” e
solicitar ajuda. Acaba sendo um livro com uma tristeza intrínseca porque a
gente sabe que não haverá milagres, nem soluções de conto de fadas. Sim,
geralmente isso não existe na vida real, mas não me impede de desejá-los a cada
livro que leio até mesmo para manter a esperança em seres humanos e dias melhores.
– É bonito. É triste. Talvez você precise ler para
chegar a sua conclusão.

Links: Goodreads autora,
livro; site da Cammie McGovern.
Bacci!!!

Beta

3 Comentários

  1. Ly Cintra

    Ahhh =/
    Esse também não é o meu tipo de livro favorito Beta.
    Eu sempre sou esponja, por isso livro feliz me deixa feliz na mesma proporção que os tristes me arrastam para a melancolia.
    Eu li Extraordinário e foi um ponto positivo em minha percepção da leitura. Mas, acho que vou passar esse.
    Sua resenha ficou linda, parabéns!

    Beijinhos e ótima semana.

  2. Anônimo

    Achei que o livro era meio Eleanor & Park (o visual da capa é muito Ranbow Rowell) mas depois da sua resenha acho que não vou me aventurar. Também não curto histórias tristes, acho que a gente já pena muito na vida pra ter ler sobre tristeza também… mas opinião super pessoal =)
    Parabéns, a resenha é ótima!

    Beijao

    http://arabesqueando.blogspot.com.br/

  3. Sil de Polaris

    Um livro sobre conquistas e descobertas pessoais de duas pessoas que ajudam-se mutuamente, precisando uma de outra. Eu imagino quanto deva ter sido triste ver ambos assim, um tolhido pelo corpo, um tolhido pela mente, principalmente por não ser um romance. Mas eu vejo outro ponto nessa história além de tanta angústia e de tanta tristeza: eu vejo coragem ! Serão uma amizade excelente e um amor sublime.

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